As redes sociais e a construção da marca pessoal

As redes sociais e a construção da marca pessoal

Segundo pesquisa da Comscore 2022, o Brasil é o terceiro maior consumidor de redes sociais em todo o mundo e o primeiro da América Latina, o que equivale a 131,5 milhões de pessoas conectadas aos canais digitais, compartilhando fotos e interagindo o tempo todo. Passamos, em média, uma hora e meia por dia usando as redes sociais. Em um mundo cada vez mais conectado é imprescindível construir uma reputação digital, porém, é preciso observar algumas questões importantes.

Antes de chamar um candidato para uma entrevista, por exemplo, é comum que as empresas façam uma avaliação mais minuciosa do profissional visitando os perfis no Linkedin, Instagram, Facebook ou Youtube. É comum candidatos serem excluídos por postarem em suas redes comportamentos e ideologias que arranham a sua credibilidade.

Por isso, a construção da marca pessoal torna-se uma peça-chave quando estamos pensando em visibilidade digital e uma reputação positiva nas redes. Uma marca pessoal forte deve mostrar elementos que vão além do que você faz no trabalho. É preciso mostrar o seu propósito, seus objetivos de carreira, ambições e quem realmente você é. Porém, não adianta se pintar de um modo no LinkedIn e ter um posicionamento divergente em outras redes sociais. Mesmo que seu perfil esteja fechado, é possível que alguns rastros sejam capturados pelos recrutadores.

Coloco aí uma questão: é mais valioso ter um canal no YouTube ou um podcast com reflexões e conteúdos interessantes do que simplesmente incluir informações genéricas como de um currículo tradicional? Quando você se apresenta nas redes sociais é possível entender melhor a sua essência, seu jeito de ver o mundo e seu posicionamento diante de diversas questões.

Embora o currículo tradicional ainda tenha sua importância, as plataformas digitais oferecem um alcance e uma interação sem precedentes e mostram o quanto você está adaptado às novas tecnologias da informação e comunicação.

Não é mais sobre quem você é, e sim sobre o que você pode me ensinar hoje. As empresas e os recrutadores esperam que você possa apresentar projetos, compartilhar experiências e sugerir caminhos de maneira prática, algo que fica muito difícil quando falamos de um currículo tradicional em papel. A interação com a audiência, além de trazer insights poderosos para novos conteúdos, também cria um ambiente de confiança porque você pode treinar a oratória e a capacidade de persuasão, elementos fundamentais para o sucesso e crescimento profissional.

O seu conteúdo nas redes sociais deve refletir a sua expertise e contribuir para a construção de uma imagem coesa que mostre seus valores e virtudes. A máxima: "Contrate caráter, treine habilidades” frase atribuída a Peter Schutz, empreendedor e palestrante alemão que presidiu a Porsche na década de 1980, retrata bem o movimento que estamos presenciando hoje. As competências e desenvolvimento de habilidades para determinadas funções podem ser aprendidas, mas o comportamento das pessoas é mais difícil de mudar. Aprender ferramentas digitais é cada vez mais intuitivo. Por isso, exigir habilidades avançadas em determinados programas afastam bons candidatos. Já as questões ligadas à inteligência emocional, empatia e capacidade de resolver problemas complexos, com certeza, fazem a diferença e precisam estar perceptíveis em sua comunicação.

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