Regeneração e Negócios?!
Por muito tempo nós usamos o pensamento mecanicista e metáforas "de máquinas" para referir-nos aos sistemas organizacionais criados - bem como aos sistemas socio-econômicos (e, infelizmente, até sistemas ambientais). Se tem uma premissa importante do pensamento sistêmico e ecológico é que sistemas sociais e organizacionais (estes que envolvem pessoas numa relação entre si e com seus ambientes) se tratam de sistemas vivos! Ou seja, não faz sentido usarmos metáforas e leis mecânicas para algo que é orgânico, vivo, evolutivo.
Sistemas vivos se organizam e se comportam de forma bem diferente, e para garantir sua regeneração, continuidade e prosperidade, precisamos pensar e agir de forma diferente também.
Falar de regeneração não é falar apenas sobre a sustentabilidade do meio ambiente. É falar sobre um próspero movimento de coevolução de sistemas interdependentes. Estes sistemas são projetos, lugares, organizações, comunidades... Um projeto sempre está localizado num determinado território, e é composto por pessoas e processos que tornam este lugar singular. A prosperidade deste lugar diz respeito à qualidade das relações entre todas esses atores e camadas - que umas dentro das outras, crescem em complexidade e diversidade.
O conceito da regeneração como pauta de abordagens projetuais é emergente e muito potente! E, na minha visão, muito potente também para propósitos organizacionais e empresariais.
Em minha pesquisa de mestrado estou me aprofundando no tema, ainda sem um objetivo específico de uma aplicação comercial (isso porque estou evitando amarras e vieses desnecessários). Mas já começo a capturar alguns insights relevantes para a prática da consultoria em design de negócios:
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#1: Utilizar o pensamento sistêmico e ecológico no entendimento da complexidade dos processos envolvidos em um projeto e em um lugar (que podemos chamar de contexto também).
#2: Você não projeta um sistema vivo, você pode interagir e intervir neste. Portanto, esqueça a cabeça de "engenharia de sistemas" e se abra a uma postura mais sensível e exploratória - como a de alguém vivendo - harmonicamente - em uma floresta.
#3: Todo sistema é vivo porque goza de adequada autonomia para a sua própria produção e continuidade. Ou seja, projetos em sistemas vivos e complexos devem fomentar a autonomia e exercitar ao máximo a capacidade de comunalidade.
Enfim... há inúmeros outros insights que se complementam e deles falarei um pouco mais adiante. Esse texto foi, sobretudo, para começar a desmistificar o conceito de regeneração e mostrar que, sim, vamos usar muito esse pensamento e abordagem para negócios do presente e futuro!
Senior Innovation Advisor at Google Cloud
1 aMuito bom texto, parabéns! Só propomos oque se denomina de valor pois tudo acontece na interação dos sistemas / atores