A relação entre inovação e diversidade pode não ser clara, mas é direta.

A relação entre inovação e diversidade pode não ser clara, mas é direta.

Segundo relatório recente divulgado pela Organização Internacional do Trabalho, grande parte das organizações em todo o mundo simplesmente não associam inovação à diversidade. O pensamento reflete uma mentalidade que nasce na alta liderança, passa pelos gestores, desemboca nos diferentes setores da empresa e chega à ponta de toda essa cadeia, alimentando uma sociedade menos igualitária e, na verdade, mais ignorante. 

Quando falamos em inovação, falamos daquilo que é novo e não necessariamente “tecnológico”. Apesar de grande parte das “novidades” partir de recursos e ferramentas tecnológicas ou digitais, não devemos basear nossa ideia de “novo” à pura tecnologia. Inovação tem a ver com algo que, por ser novo, difere-se daquilo que já conhecemos, o que é diferente e diverso. Com diversidade, podemos ir muito mais longe.

Mas, como isso acontece na prática, principalmente dentro das organizações? Por que conselhos diretivos e cargos de liderança devem ser mais diversos? E por que isso pode garantir que a inovação aconteça? A relação entre causa e consequência, neste caso, é mais direta do que parece, mas, ainda assim, demanda estratégias sólidas de inclusão, investimentos assertivos na promoção de cultura organizacional para a inovação e, principalmente, constância.

Falemos do primeiro: estratégias sólidas de inclusão são desenvolvidas a partir de ações afirmativas de inclusão organizacional, como contratações mais diversas, oportunidades voltadas exclusivamente a grupos minoritários e campanhas de endomarketing que abordem atitudes e mentalidades capacitistas, a fim de educar e transformar a relação da alta gestão, bem como dos colaboradores, com o tema da diversidade. Já na promoção da cultura organizacional voltada à inovação, introduzir a diversidade como premissa para tanto pode garantir que ambas as ideias estejam invariavelmente e de forma natural ligadas uma à outra.

Por fim, a constância diz respeito à frequência com que estas ações afirmativas serão aplicadas no ambiente organizacional. A consolidação de empresas mais diversas e, por consequência, mais inovadoras, depende de um amplo e consistente esforço de todos os agentes envolvidos na equação. Detentores de poder no setor privado têm papel fundamental e, de certa forma, decisivo, sobre qualquer outro, no cumprimento desse movimento. 

Por isso, aproveito do tema e do espaço para fazer um chamado: que entendamos a diversidade como o caminho mais rápido e assertivo para a inovação, pois ela realmente é. E “fechar os olhos” para essa verdade é se atrasar para um destino simplesmente inevitável: o futuro é brilhante e, claro, inovador. Mas é, também, diverso. 

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