Relação entre propósito de vida e felicidade

Relação entre propósito de vida e felicidade

Todos passamos por algumas fases da vida, onde reflexões aparecem, questionamentos sobre ser ou não ser, ter ou não ter, estar ou não estar, enfim… 

Esta fase que pode ser a sua, que pode ser agora, onde você esteja buscando um sentido para além do que é palpável…


O que é importante para que você seja feliz?

A esta altura da vida você já experimentou sabores doces e amargos, sentimentos agradáveis e desagradáveis, pessoalmente e profissionalmente.

Talvez já tenha se perguntado em algum momento (ou não): O que eu quero com isso tudo?

Eu já parei para olhar para os vários lugares que visitei até chegar aqui.

Revi muitas escolhas, até aquelas onde já fui extremamente crítica comigo mesma, e enxerguei pedaços de meu propósito nelas.

Hoje enxergo claramente minha essência sempre procurando espaço e se manifestando nos relacionamentos e nas várias fases do meu trabalho.

Percebi que eu sempre busquei ser feliz sendo quem eu vim para ser, expressando mesmo que timidamente e sem muita consciência.

Hoje com olhar mais compassivo e amoroso comigo, entendo que fiz o melhor que poderia ter feito em cada momento e escolha, e me agradeço por que no fundo nunca deixei de seguir meu coração.


Meu propósito é COMPARTILHAR para que os outros tenham a oportunidade de ser feliz

Isso é tão claro pra mim como o mar do Caribe rsrsrs.

Desde que comecei na área da saúde como fisioterapeuta, eu explicava o porquê de cada exercício para os pacientes com a intenção de conscientizá-los e motivá-los em sua própria recuperação. Não sabia que ali eu já ensinava sobre AUTORESPONSABILIDADE.

Eu fazia isso também com as famílias, para ter deles a colaboração para meu trabalho e tratamento de meus pacientes. 

Isso sempre me ajudou, e minhas terapias eram alegres e leves, apesar de serem situações muitas vezes super graves e delicadas.

Sempre busquei levar uma visão otimista, da beleza das diferenças, da sensibilidade daqueles a quem eu tratava, e um tanto de uma visão espiritualizada a qual eu também não tinha muita consciência. E nem percebia que já incentivava a DIVERSIDADE aos que me rodeavam.

Mesmo mudando de áreas dentro da fisioterapia, a cada passo que eu dava trazia mais informações que acrescentavam no que já existia, e meu trabalho se tornava cada vez mais rico.

Tive um período de transição onde fui parando de trabalhar apenas o corpo físico e cada vez mais dando espaço para a mente como causadora de bons e maus eventos.


Nossa mente como co-criadora

Como já havia percebido há muito tempo, nossa mente cria saúde e doença, cria alegria ou quadros de depressão.

Tenho um grande encanto por observar as pessoas, suas percepções da vida, suas manias, seus padrões…

Tornou-se inevitável para mim, analisar em algum nível qualquer um com quem converso. Também analiso minha participação nas interações como forma de sempre estar muito presente e consciente em minhas ações(o mais possível pois também tenho minhas crenças a serem limpas e ressignificadas) .

Vejam, analisar do ponto de vista terapêutico é diferente de julgar. Quando analiso, fico pensando o que será que cada um passou para pensar ou agir daquela forma. Analiso o que as fez estar como estão, fisicamente e emocionalmente, o que as levou a criar padrões de comportamento e até desequilíbrios na saúde do corpo. Analiso o ponto de vista mental e também a somatização das emoções mal digeridas e mal processadas.

Meu trabalho hoje com as pessoas é ajudá-las a compreender a origem de seus incômodos, de suas insatisfações próprias, trazendo luz a questões que nem se pensavam, auxiliando a ressignificar crenças, e naturalmente, na mudança de comportamentos. 

É incrível poder fazer isso, sabendo que podemos criar uma nova realidade a partir da mudança de nossa percepção das pessoas, dos acontecimentos e do mundo.


Nossa educação e o inconsciente coletivo que nos influencia

Aqui vou falar um pouco sobre aquele lugar que chamo de "a caixinha".

Aquele lugar onde somos colocados, ensinados a ficar, vigiados para não sair dali.

Na "caixinha" existe um tipo de blindagem, de proteção, que nossos pais, professores e outras pessoas influentes nos orientam a ficar para sobreviver ou para melhor competir quando crescer.

Acontece que na maioria das vezes a caixinha se torna apertada, sem luz, sem ar, triste e solitária…

Eu que me reconheço como alma livre e sensível, que necessita de beleza, delicadeza e respeito no mundo, sofria e sofro demais quando ainda tento (inconscientemente) ficar dentro da caixinha.

Quantas vezes escutei, em várias fases da vida: - Nossa, você adora ser diferente né?

Ou: Você é tão Zen né? (por vezes me senti um ET)

Muitas pessoas realmente acham estranho quem não se encaixa.

Acontece que, como aprendemos que nos proteger e competir para sobreviver é muito importante, sem querer voltamos nos mesmos ensinamentos aprendidos. Isso acontece muitas vezes porque não sabemos fazer de outro jeito.

E se soubéssemos?


Adaptar-se é uma necessidade?

Adaptar-se é uma estratégia para atender a necessidades como pertencimento, reconhecimento, aceitação, valorização ou segurança, por exemplo.

Ou seja: adaptar-se é uma estratégia.


Propósito como Necessidade Humana

Ter propósito está bem próximo de sentir que sua vida faz sentido. Sentido também é uma necessidade humana.

Posso dizer pela minha experiência profissional, ao longo dos anos e como profissional da Saúde, que a minha sensação de sentido está associada intimamente e inconscientemente a uma outra necessidade de grande valor para os seres humanos: contribuir.

Uma olhadinha no que te liga a algo maior que todos nós

Quando conseguimos mudar o verbo de ter para ser, algo pode mudar dentro de nós e refletir fora de nós.

Muitas vezes buscamos "ter" demais, justamente por que sentimos que "somos" de menos.

Buscar perceber e resolver esta situação de baixa autoestima é algo muito importante para reconhecermos com clareza nossas aptidões, nossa essência e no que somos bons e únicos.

A ligação com nossa essência superior, a Paz superior, a Harmonia superior, o Amor de algo muito maior que nós, pode nos auxiliar a encontrar com mais coragem no caminho para as respostas do que nos limita.

No fundo no fundo, todos sabemos que ser feliz não está num objeto ou em chegar no alto da montanha antes dos outros. Na realidade ser feliz está ligado a um sentimento de realização.


Atender as necessidades mais básicas nos traz conforto e felicidade

Talvez tenha percebido que o que deseja mesmo é poder ser autêntica e pertencer, se expressar e ser ouvida, ter espaço, respeito e consideração, ter tempo para se cuidar, liberdade e autonomia. 

Talvez já tenha entendido a importância do descanso, da saúde, das amizades e de ser contribuição para o seu em torno.

Algumas necessidades humanas que talvez você não se atente no dia a dia: amor, companhia, acolhimento, toque, amizade, comunidade, limite, expressão, silêncio, independência…

Quando não conseguimos atendê-las, temos sentimentos de desconforto, tristeza, incômodo, raiva, medo…

Observar seus sentimentos e compreender o que eles te contam é uma forma bem eficaz de autocuidado, autocompaixão e autoempatia. E isso gera bem estar pois sua mente entende que você pode ser seu melhor amigo.

Como isso faz sentido pra você?


Agora eu vou falar de propósito…

Eu vejo propósito como aquilo que me dá sentido, que orienta meus passos, me mostra o caminho. O propósito é onde quero chegar, e minhas escolhas são as estratégias com as quais eu atingirei meu propósito.

O propósito tem a característica de me deixar feliz, satisfeita, me faz sentir útil, plena.

O propósito me ajuda a atender várias NECESSIDADES…


Agora uma pergunta? Será que a sensação de felicidade tem alguma relação com o alinhamento do nosso propósito com as nossas necessidades?

Estar feliz é um sentimento que nos conta que coisas importantes estão acontecendo em nossa vida.

A estas "coisas" podemos chamar de NECESSIDADES HUMANAS.

Então fica fácil saber o que te deixa FELIZ quando descobrimos o PORQUÊ  e quando ficamos felizes.

Eu fico feliz quando sinto que consigo contribuir para o outro despertar para suas potencialidades, seus dons.

Fico feliz quando percebo que a vida do outro está mais iluminada, leve, fluida.

Fico feliz porque me sinto ÚTIL a algo maior.

Eu sou daquelas pessoas que acreditam que podem ajudar a melhorar o mundo, então fico feliz quando cada pessoa que cruza meu caminho fica mais feliz e plena.

Pessoas plenas e felizes compartilham alegria, alto astral, positividade e Amor.

Retribuir me deixa feliz.

Agradecer me deixa feliz.

Compartilhar minha felicidade me deixa feliz.


O que te deixa feliz?

Quando pergunto isso, quero dizer: que necessidades atendidas te deixam feliz?

Que necessidades atendidas fazem sentido para o seu coração?

Que necessidades atendidas te motivam a continuar e ser cada vez melhor?

Tudo o que fazemos, absolutamente tudo, influencia o que está ao nosso redor.

Não precisamos ser um grande filósofo, ou inventar alguma máquina que salve vidas.

Nosso olhar empático, saber escutar, saber acolher e apoiar a nós mesmos e os outros faz toda a diferença no dia de alguém que pensava em desistir de viver.

Cada sorriso genuíno que damos, cada abraço com intenção positiva, ajuda a melhorar tudo ao nosso redor.


Como levar isso para o nosso dia a dia?

Está no passado a ideia de que vida pessoal é uma entidade e vida profissional é outra.

Acredito que seja muito fácil compreender que se formos demitidos hoje, isso afetará nossa relação em casa, assim como por exemplo a perda de um ente querido vai diminuir em algum nível nossa produtividade no trabalho.

Pensando nisso vocês acham que conteúdos pessoais, valores e propósitos podem influenciar como desempenhamos nossas atividades?

E mais, será que se fizermos escolhas mais conscientes de nossas atividades, levando em consideração nosso momento de vida, seremos além de mais produtivas, mais felizes?

Nos dias atuais reflexões sobre bem estar, saúde mental ou valorizar e estar presente com nossas famílias, são muito mais frequentes, principalmente no pós-pandemia.

Naturalmente existe um movimento em busca de SENTIDO na vida.

Observo também um movimento de resistência a estas reflexões e ações para mudança.

Este movimento é dos que ainda insistem em ter crises de ansiedade, crises de pânico, burnout, depressão, déficits de atenção (e por isso mais ansiedade e depressão).

Em prol da saúde, e mais, em prol da VIDA, é necessário que cada um de nós pare e REFLITA, reflita e busque AÇÃO, saia da "caixinha", analise e encontre novas ESTRATÉGIAS para viver melhor.

AUTOCONHECIMENTO colocado em prática, CONSCIÊNCIA colocada em prática, PROPÓSITO colocado em prática, FELICIDADE colocada em prática.

Espero que tenham gostado de mais estes momentos de reflexão.

Grande abraço a todos, see you soon!

Patricia Gabnai.

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