Resenha "Suicidas"

Seres humanos adoram tragédias. Somos atraídos pelo macabro, abraçando todo o caos e conteúdo sensacionalista que vêm junto. Me senti assim lendo “Suicidas”, do já consagrado autor brasileiro Raphael Montes. É extremamente agressivo e cruel, mas simplesmente impossível de desviar o olhar. A questão que fica é… Você está pronto?

Já quero avisar que, se você assim como eu, nunca leu nada do autor, todo cuidado é pouco. O livro apresenta vários gatilhos, sendo alguns deles relacionados à: suicídio (sempre bom ressaltar o óbvio), machismo, assédio, gordofobia, dentre outros. Resumindo, não é para todo mundo, e minha primeira, e única, crítica é para o fato de essa informação, extremamente importante, não ser melhor explicitada.

Narrativamente falando, esse é o típico livro que tem uma chance de entrar nos meus favoritos. Apresenta passagens de tempo sempre instigantes e bem trabalhadas, mistérios intrigantes e personagens ecléticos e profundos, alguns muito mais do que outros, mas não foi um ponto que particularmente me incomodou. Você sabe quando um suspense é bom quando fica pensando nele dias após ter concluído a leitura, e foi exatamente o que aconteceu comigo.

Raphael Montes é um autor promissor, e “Suicidas” deixou uma impressão super positiva. Mal posso esperar para ler mais obras de sua autoria, e me sentir… Impressionada, chocada, horrorizada, triste, emocionada, e, o mais importante, surpresa. “É impressionante a atração humana pela desgraça alheia.”.