RH NÃO É UM OMBRO AMIGO, MAS UMA ARÉA DE NEGÓCIOS
*Adriano da Silva Santos, jornalista
Abraços em grupo, tapinhas nas costas, conversas estimulantes em pufes peculiares – muitas vezes, os funcionários presumem que o RH está lá para confortá-los, alguém com quem conversar, um ombro para chorar.
Não é. É uma função administrativa e estratégica de negócios. Mas isso não significa que eles sejam hostis.
A questão é que os recursos humanos foram construídos, principalmente antes da pandemia, como uma função delicada – com profissionais que são mais confidentes do que colegas. No entanto, na realidade, o RH existe para garantir a conformidade legal, executar tarefas gerenciais e solucionar quaisquer problemas organizacionais.
Sim , eles estão envolvidos com a experiência dos funcionários e, claro , querem que os funcionários sejam felizes – mas isso não é tudo no RH. Em muitos aspectos, o RH é como a polícia. Eles correm para o local, controlam o problema e entregam seu relatório objetivo à empresa e à sua administração.
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De acordo com uma pesquisa recente da Monster, consultoria especializada em recursos humanos, 64% dos funcionários confiam no departamento de RH. Por outro lado, somente 33% dos apresentados acima, acreditam plenamente que o RH possa resolver seus problemas diários. Ou seja, há uma clara desconexão entre o que o RH quer ser, como é visto e o que realmente é.
Esse dados comprovam que a visão arcaica de que o RH é a “polícia divertida” foi completamente apagada e substituída por uma função central e estratégica – algo que se tornou absolutamente essencial em meio à crise epidemiológica. Essa função flui através de todas as facetas da empresa – desde a legislação laboral à saúde e segurança, à atração de talentos e remuneração. O RH é a força vital de uma organização.
Em contrapartida, a responsabilidade está causando o esgotamento dos profissionais de recurso humanos. Segundo outro levantamento de 2021 da própria Monster, 69% dos profissionais de RH relataram sentir-se estressados no trabalho. Inclusive, mais tarde isso fez com que a American Psychological Association (APA) apontasse o setor como uma das três principais profissões a citar a pressão “relacionada ao trabalho”.
Para que o RH realmente prospere e faça o que deve fazer, a função precisa ser mais elevada – para que finalmente se torne o que deveria ser, um parceiro de negócios. Não é que o RH não esteja lá para ajudar – eles estão. Muito mesmo. Porém, é importante que os colaboradores – do CEO aos estagiários – percebam que esse não é o único propósito da função. Engajamento, moral, produtividade e bem-estar são apenas algumas das centenas de funções que os líderes de RH devem exercer todos os dias.
Amizade e camaradagem podem ser penas nesses chapéus, mas não constituem o conjunto completo.