A sabotagem

A sabotagem

O ano acabou de nascer e já está com sua inicial aparência comprometida pela exacerbação daquela crônica esquizofrenia, de querer saber de onde partiu a bala perdida que achou o corpo de mais uma menina bonita, na região onde a Ágatha respondia como uma das moradoras que resistia, entre residências que desabam e continuam sendo reconstruídas, pela mesma engenharia clandestina envolvida nas lícitas, das cidades onde são engolidas pelas crateras cavadas por temporais que começam com uma chuvica, de corrupção e malícia que infla a leve brisa, sobre a massa batida para ser abatida sem direito ao vitimismo da vítima, do bandido ou da polícia, culpados quando atiram mediante o dolo de ordens omissas dos que não estão nem aí pra vida, bela e produzida por pessoas livres, leves e soltas das correntes da carreira da correria, das casas engolidas para o alto das colinas onde passam as meninas resilientes em residências finas, para o calibre que as transfixa sintonizado na sintonia, da política de políticos que chegam o ano todo pelas “concessões televisivas”, ou todo ano em que há eleições a visita, pedindo um voto de confiança para usar bala de fuzil, bala de borracha e gás lacrimogênio nas vistas que não recebem a visita do oftalmologista, desempregado ou exercendo uma precária medicina entre os que reivindicam outro tipo de moradia, ou reconstrução das que são caídas, nas mãos de construtoras que seguem o padrão dos que arrecadam, mas não aplicam, a verba destinada a escritórios de advocacia da família, dos que indicam presidentes de tribunais e de milícias que parecem polícias, dessas poucas encontradas dando o sangue no universo de sanguessugas da vida, dos que vestem a farda e a camisa que angaria votos para a política, administrada por uma hierarquia que a torna bandida, nas mãos de bandidos que atiram só pra ver o tombo e jogam bombas só pra se desvencilharem de algum impeachment.

Tudo isso é pra dizer que, agora há pouco, fui buscar a Tamba pra aquela tradicional corrida, e ela me recebeu com um belo de um esculacho, patadas e dentadas só por que estava mordida com a cana recebida da noite pro dia, sem entender o que a motivou ou motivaria; fui explicar tomei mais umas dentadas, outras mordidas e fui arrastado pra praça de prática da atividade física que a interessaria, local onde os carrapatos e as pulgas a esperava sem a dedetização necessária para esse tipo de relação promíscua, que tentara explicar com a já explicada fidalguia não entendida, quando interesses maiores unem o hospedeiro aos que o fazem de vítima, das circunstâncias, naturalmente, construídas sem vazão de fuga mínima da relação sanguíneas, que pode envolver terceiros que não tomem providências pra evitar a sangria do predador que aprisiona sua presa e a vampiriza, se utilizando de seu corpo e energia para se transportar para outras vítimas, de barracos, de favelas, de casas ou de mansões de nações cristãs ou chiitas, que chutam cachorros mortos sem saberem que estão cotados para a próxima vítima, da relação fascista e suicida, que só termina com cadeia no hospedeiro eté que o antipulga da educação proteja as demais vítimas mordidas, que respondem com mordidas que podem evoluir da alegria de uma chegada para uma indesejada chaga originária da raiva transmitida pelas picadas escondidas.

Miguel Flávio Medeiros do Carmo

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