Sair do EMPREGO e EMPREENDER?

Eu vejo muitas pessoas na internet incentivando todos a largarem seus empregos e empreender. Eu também incentivo se isso fizer sentido para você e se tiver se planejado para isso tanto financeiramente quanto psicologicamente. Sair do emprego e se jogar no empreendedorismo não é um mar de rosas igual vendem por aí, aliás como qualquer outra coisa simples e fácil do mundo da internet.

Eu também fui picada por essa ideia e vou contar como foi comigo, mas antes vou te mostrar os pilares para te ajudar a tomar essa decisão e você se sentir mais seguro se deseja sair do seu emprego e empreender.

O 1º deles é ter uma reserva financeira de no mínimo 1 ano do seu custo de vida, esse pilar já faz parte para qualquer pessoa, para você que quer empreender então nem se fala. Exatamente porque vai ter mês que não vai sair conforme o planejado e as contas vão continuar chegando. Ter uma reserva financeira é imprescindível.

Outro pilar é que você já esteja empreendendo na nova área há pelo menos uns 6 meses para saber como é na prática esse novo trabalho, o dia a dia mesmo, a rotina, os perrengues, os problemas e o principal, saber se ele dar o retorno esperado. Ou seja, se absorve as despesas da empresa, se tem margem para reinvestir no próprio negócio e gerar a sua renda pessoal que cobre o seu padrão de vida. E lembra, padrão de vida não são só despesas, tem o dinheiro também para os seus objetivos e para aumentar sua reserva financeira porque agora você não será mais CLT.

E um 3º pilar que é também muito importante e muitos não veem por esse lado que é você empreender em algo que faça sentido para você, você precisa gostar do que faz. Não é que vai gostar de todas as atividades que fazem parte, mas a essência do negócio sim. Muitas pessoas só olham pelo lado financeiro, “ah eu quero algo que dá dinheiro”, no primeiro perrengue a chance de jogar tudo pro alto é enorme. Só que também tem o outro lado, não adianta só amar o que faz, mas ser algo que não te dá retorno financeiro, a linha é muito tênue.

E tem um pilar extra, esse talvez você não precisa trabalhar, mas muitas pessoas precisam, que é o psicológico. Quem já tem a veia do empreendedor, tendo cuidado com esses 3 pilares principais vai dá boa. Agora se não tem isso natural em você, tem mais receio assim como eu, você vai precisar trabalhar o seu psicológico, se acostumar com a ideia de que não terá uma salário caindo na sua conta, para muitas pessoas isso causa muita preocupação, eu sou exemplo disso e vou te contar.

Como eu disse lá no início, eu também fui picada por essa ideia. Na minha cabeça, na carreira profissional sempre me vi trabalhando numa empresa, galgando, melhorando de cargo, nunca passou essa ideia de empreender, trabalhar por conta, antes falava essa expressão “trabalhar por conta”.

Lembro uma vez eu e uma amiga conversando sobre isso na faculdade, isso devia ser em 2014, lembro de falar com ela que nunca tinha passado isso pela minha cabeça, porque era muito medrosa, não ter essa certeza de um salário caindo todos os meses. Só que como eu descobri a educação financeira e comecei aprofundar nesse mundo, naturalmente o empreender foi surgindo.

Então aqui tem um dos pilares, tem que fazer sentido, porque você está fazendo aquilo, eu queria acrescentar para outra pessoa, eu tinha descoberto meu propósito. O outro pilar para fazer a transição de carreira foi ter a reserva financeira no mínimo de 1 ano do meu custo de vida. A verdade é que eu já tinha essa reserva só que como sou muuuito medrosa aumentei ela.

E o 3º pilar foi começar a trabalhar como educadora financeira sem sair do meu emprego, para ver como seria, se daria o retorno esperado. Eu fiz isso durante 8 meses, não dava o retorno esperado e eu achava que era porque não tinha mais disponibilidade, eu só tinha a noite para atender, então se tivesse a tarde também daria. Depois desses 8 meses eu decidi fazer a transição de carreira, sair do meu emprego e me dedicar somente a educação financeira.

Mas como eu disse, o principal foi realmente trabalhar a mentalidade, o meu psicológico, eu sempre fui muito pé no chão, segura, nunca tive isso de vai lá e se joga, esse espírito empreendedor. Essa era a minha maior dificuldade, a parte prática, os 3 pilares principais já estavam no jeito para fazer a transição de carreira, o psicológico que fui trabalhando ao longo desse tempo desde o dia que comecei a cogitar a possibilidade de trabalhar por conta. Não foi noite para o dia que tomei essa decisão.

Se você começou a pouco a tempo cogitar essa ideia, eu queria muito te dizer isso vai lá e se joga, vai viver o seu propósito, só que não é bem assim no mundo real, empreender é como saltar de uma pedra, mas você precisa estar com paraquedas. Se você pular qualquer uma dessas etapas a chance de dar ruim é muito grande. Eu não me sinto confortável na posição de dar o tapinhas nas costas e dizer vai, que vai dá tudo certo.

Inclusive tem clientes que me procuram com esse objetivo de fazer transição de carreira, de sair do emprego e empreender, então trabalhamos todos esses pilares para que ele tenha uma base consolidada, e se sinta menos inseguro ao dar esse passo.

E mesmo fazendo todas essas etapas, pulando de paraquedas não significa que será tudo mil maravilhas, pelo contrário, a incerteza e instabilidade pairam todo empreendedor sempre. Por isso que o propósito tem que ser muito forte, se não fica muito fácil desistir.

Me conta aqui nos comentários, esse é um desejo seu, sair do emprego e empreender? Coloca em prática esses pilares depois volta e me conta como foi.