Scrum não é um framework
CSM® com Heitor Roriz / Massimus

Scrum não é um framework

Você já ouviu falar em progressão de carreira sem capacitação? Eu não. Nos últimos dias participei de uma imersão em Scrum que - by the book - é definido como um conjunto de padrões organizacionais, mas também pode ser chamado de orquestra quando as peças do lego se encaixam. Eu decidi fazer o exame CSM® para aprender a ‘trabalhar do jeito certo’ e interagir no ambiente em que me encontro (desenvolvimento de software). Além do que eu nunca achei que fizesse sentido olhar somente em uma direção, pois de que adianta criar estratégias se não conheço os princípios básicos da Agilidade?


Um elo entre ciência e empirismo

Denovo? Sim. Como ponto de partida, entendemos que o conhecimento empírico é fundamentado na experimentação e serve como base para a ciência, esta que se utiliza de métodos para confirmar ou refutar hipóteses derivadas do senso comum.


Agora vem a melhor parte. Há 23 anos, um grupo de pensadores independentes criava o Manifesto Ágil para melhorar a forma com que trabalhavam em desenvolvimento de software. Após 2 dias à portas fechadas, eles chegaram a um consenso por muitos considerado trivial: todos valorizavam trabalhar em um ambiente baseado em confiança, respeito mútuo e colaboração.


Curioso é que o tempo passou, a comunidade Agile cresceu… E ainda assim, mais de duas décadas depois, os silos ainda são super comuns em tecnologia onde muitos grupos se fecham com o argumento de “eu rodo Sprints, então eu pratico agilidade”. Será?


As aulas do CSM me presentearam com percepções para além da interação no ambiente de trabalho. Em treinamento, eu aprendi que os reais princípios da agilidade são tão simples que muita gente não percebe porque é difícil fazer o básico. O framework Scrum é propositalmente incompleto e construído sobre a inteligência coletiva das pessoas que o utilizam. No lugar de instruções detalhadas, as regras orientam relacionamentos e interações tão básicas e óbvias que a primeira reação da resistência é fazer o movimento oposto: tentar mudar as regras em benefício próprio, ao invés de se adaptar em benefício do coletivo.


Em reprodução literal do guia por Ken Schwaber e Jeff Sutherland, Scrum é um framework leve que ajuda pessoas, times e organizações a gerar valor por meio de soluções adaptativas para problemas complexos. De um lado a ciência, do outro o senso comum e, se você obtém valor do Scrum, considere-se incluído. Uma das minhas atividades preferidas é estudar os comportamentos, as pessoas e suas interações - aka behavioral economics - e talvez seja por isso que eu e a Agilidade ficamos amigas logo de cara. 🤓


Para encerrar, compartilho um incentivo e uma lição aprendida nas últimas semanas: a primeira daily fica 2 blocos à direita, bem próxima da review e 2 quadras da planning. Se joga.

Marcele Dórea

Consumer Insights I Pesquisa de Mercado I Storytelling I Planejamento

8 m

Amei o texto. A cada dia que passa o ágil faz mais sentido para mim.

Clarissa Antunes

PMM @ Stefanini | Woman in Tech Leading Applied AI

8 m

Ana Sequeira sua pergunta me inspirou. Obrigada :)

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