Selic a 12,25% e Perspectivas de Juros Mais Altos: Impactos no Brasil e no Mundo
Na última semana, tivemos poucos dados internacionais e mais ênfase nos dados e noticiários domésticos.
O Banco Central Europeu (BCE) cortou 0,25 pontos percentuais nos seus juros e membros defendem mais cortes para o próximo ano.
Na China, os dados do setor externo decepcionaram com exportações crescendo menos que o esperado, enquanto as importações caíram, ante expectativas de um crescimento baixo.
Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor (CPI) obteve alta em linha com o esperado, logo o sentimento do mercado acerca das políticas fiscais, externa e, consequentemente, Monetária, para os próximos anos, vem se deteriorando sob a expectativa de um governo Trump agressivo.
Os juros médios e longos voltam a subir com destaque para os vencimentos superiores a 2 anos.
Este ambiente de juros mais forte e tarifas adicionais contra o mundo todo, o dólar segue se fortalecendo contra a maior parte das moedas globais.
No ambiente doméstico, tivemos a divulgação da inflação ao consumidor (IPCA) levemente acima das expectativas, mas confirmando desaceleração frente ao mês anterior. A queda da inflação, influenciada em parte pela mudança das tarifas de energia elétrica (mudança da bandeira vermelha 2 para a amarela) e recuo da gasolina em boa parte dos estados, foi ofuscada pela decisão surpreendente do Comitê de Política Monetária ( Copom) em aumentar os juros em 1 p.p. levando a Selic para 12,25% e “contratando” mais dois aumentos da mesma magnitude para as próximas duas reuniões.
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O aumento das expectativas de inflação, aumento das projeções de inflação, aceleração da atividade e maior abertura do hiato do produto, o que demanda uma política monetária ainda mais restritiva, de acordo com o Comunicado do Comitê. O documento também destacou a resposta dos participantes do mercado ao pacote fiscal, que teve impactos significativos nos preços de ativos e nas expectativas, fatores que também auxiliam a criar uma dinâmica inflacionária mais desfavorável.
Com esse cenário, as projeções de juros alcançam o pico em maio de 2025.
E as projeções para anos mais à frente continuam subindo semana após semana.
Com o futuro mais inflacionário e juros consequentemente altos, pressionam a expectativa de lucros das empresas, impactando a performance das ações nas principais bolsas globais.
Nesta semana, teremos Ata do Copom e Relatório trimestral de inflação no Brasil, Varejo, Indústria, decisão de juros pelo Fomc (Comitê Federal de mercado aberto do Fed) e inflação de despesa (PCE, principal indicador de inflação) nos Estados Unidos, dados do setor externo, inflação e decisão de juros no Japão, além de decisão de juros na China.
Gerente de Relacionamento l Unicred Sudoeste da Bahia
6 dExcelente, didático e muito informativo!! 👏🏻👏🏻
CPA-20 | Especialista em Investimentos | Consultor Financeiro | Planejamento Financeiro e Gestão de Dívidas | Experiência em Relacionamento com Clientes e Área Comercial
1 semMuito informativo👏👏