Setembro Amarelo: como cuidar melhor do seus colaboradores

Setembro Amarelo: como cuidar melhor do seus colaboradores

Se algo não vai bem, fale! Empresas: escutem e ajudem!

Setembro Amarelo chegou para nos lembrar da importância de falar sobre o que muitas vezes fica em silêncio. O sofrimento pode ser invisível, mas o apoio e a empatia podem ser transformadores.

Quem disse que os problemas pessoais ficam da porta para fora do trabalho? Se algo não vai bem, FALE, não se cale. Porém, de nada vai adiantar as pessoas falarem, se na empresa não existirem canais, políticas e cultura de acolhimento. Se o colaborador quiser pedir ajuda, ele será ouvido e auxiliado?

Vamos falar abertamente sobre prevenção ao suicídio? Vem comigo!


Tem muita gente sofrendo em silêncio…

Imagem: G1 | Pixabay

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de 320 milhões de pessoas, cerca de 4% da população mundial, sofrem de depressão, um transtorno mental frequente. A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui para a carga global de doenças.

Lembrando que a OMS define saúde mental como um estado de bem-estar que permite às pessoas desenvolverem suas habilidades pessoais para responder aos desafios da vida e contribuir com a comunidade. 

Entre os mais novos, a situação é alarmante! 

A taxa de suicídios entre jovens cresceu 6% ao ano no Brasil entre 2011 e 2022, de acordo com uma pesquisa da Fiocruz. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já destaca que o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos.

Fonte: G1


…porém, devemos lembrar que pessoas não são números!

Foto: UOL Viva Bem

Quando o assunto é vida, não existe estatística ou porcentagem. Prevenção ao suicídio é uma conversa que precisamos ter de maneira muito humanizada e cuidadosa, porque, como diz o Coronel Diogenes Munhoz, uma mãe, um pai, um filho ou um amigo não perdem uma porcentagem de uma pessoa querida. Eles perdem a pessoa inteira.

Munhoz é bombeiro, psicanalista, escritor, palestrante e estudioso da suicidologia há mais de 20 anos, além de idealizador do curso de abordagem a tentativas de suicídio.

O curso tem duração de uma semana e o primeiro dia é dedicado apenas a romper estigmas sobre a saúde mental. Isso torna algumas substituições necessárias: não há suicida, mas sim tentante. Não se trata de uma ocorrência, mas de uma abordagem.

Essa abordagem tem sido utilizada pelos Corpos de Bombeiros de todo Brasil de maneira muito bem sucedida, desde 2015. 

Uma mãe não perde 10% ou 20% do filho. Uma mãe perde um filho para o suicídio. Por dezenas de vezes eu vi a face da morte do outro lado e ela é opaca, cinza, muito triste de ver. Cada vez que eu vejo, eu me sinto muito triste. Não tem número que dê conta disso! (Coronel Diogenes Munhoz).

Diogenes gravou um depoimento bem bacana no meu instagram, assista aqui!


Precisamos parar de ver o suicídio como algo individual

Imagem: Portal Fashion Bubbles

Karen Scavacini, psicóloga e coordenadora do Instituto Vita Alere, alerta sobre a importância de não olhar para a questão como algo individual. 

De acordo com ela, estamos falhando como sociedade ao não proteger, ouvir e acolher as dores das pessoas. Ainda existe muito tabu e preconceito, por isso o primeiro passo é falar abertamente sobre o problema, além de agir coletivamente.

Estamos sempre dizendo: “Se estiver sofrendo, fale”. Mas você vai pedir ajuda para quem? Tem gente disponível mesmo para te ouvir e te ajudar? A gente tem muitas políticas públicas que são bonitas no papel, mas que não funcionam.

(Karen Scavacini)

Veja um trecho de uma entrevista recente que ela concedeu sobre o tema.

Fonte: Rádio CBN


Leve letramento para os seus colaboradores: eu posso ajudar!

Setembro Amarelo é o mês de prevenção ao suicídio e também o momento propício para sensibilizar seus colaboradores quanto aos cuidados com a saúde mental.

Sua empresa já planejou alguma ação ou evento? Conte comigo! 

Tenho um portfólio de palestras desenvolvidas sob medida para tratar dessas questões, abordando prevenção da depressão e síndrome de burnout, segurança psicológica, autorresponsabilidade no autocuidado diário, liderança responsável e, claro, a adoção dos EPIs da saúde mental.

Se interessou? Então saiba mais e entre em contato!

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Qual é o papel das empresas na prevenção ao suicídio?

Se o suicídio não é um problema individual, as empresas têm um papel social fundamental na prevenção. As corporações não só podem, como devem ser um excelente vetor de cura e transformação, em prol do bem-estar e da saúde mental das pessoas. 

Como? Em primeiro lugar, promovendo a vida! 

Quem tenta o suicídio, quer se livrar de uma dor e está sofrendo calado. Então, quanto mais a empresa oferecer letramento emocional para os seus colaboradores, mais vidas serão salvas.

Ações que as empresas podem promover em favor da vida:

Realizar campanhas internas de conscientização durante o Setembro Amarelo, como palestras, rodas de conversas ou workshops.

Estruturar canais seguros de comunicação e assim tratar a origem do sofrimento.

Assumir o papel de aliada na busca de ajuda especializada, encaminhando o colaborador que necessite de apoio.

Preparar e conscientizar as lideranças sobre a necessidade de criação de um ambiente psicologicamente seguro, com comportamentos empáticos e acolhedores.

Criar programas de bem-estar e dar acesso a benefícios de saúde mental, como terapia e outros serviços de autocuidado.

Ter políticas voltadas para a flexibilidade de horário e licenças por motivos de saúde mental.

Empresas: ensinem, ouçam, acolham, ajudem!


Devemos falar sobre suicídio, mas de forma segura

Os especialistas em saúde mental e os suicidologistas (psicólogos engajados no tema) estão particularmente preocupados. 

Recentemente, um menino de 14 anos, estudante do nono ano do Colégio Bandeirantes de São Paulo, se matou. Um áudio seu, de despedida, tem sido compartilhado e os motivos para essa tragédia discutidos.

Como falar publicamente sobre o assunto?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que a mídia deve, sim, abordar o tema. Mas traz importantes ressalvas de como isso deve ser feito para evitar o efeito contágio (de incentivar outros tentantes). Veja uma cartilha para a mídia aqui.

O efeito contágio pode ocorrer quando há descrição do método utilizado, do local escolhido e do ímpeto em buscar culpados.

É por isso que não se deve compartilhar cartas de despedida, muito menos um áudio. Além de ir contra a recomendação dos especialistas da área, torna ainda mais doloroso o luto da família.

Se você está preocupado com alguém:

Mostre que você se importa. Ouça com atenção e leve a sério qualquer ameaça de suicídio é essencial. Confie em seu julgamento e intuição para oferecer um apoio genuíno, respeitando os sentimentos da pessoa.

Pergunte sobre o suicídio. Um dos grandes mitos é que se alguém perguntar sobre o suicídio, pode colocar essa ideia na cabeça da pessoa, mas se você já desconfia que ela quer se matar, e ela falar algo sobre isso, é porque a pessoa já estava pensando nisso há algum tempo.

Quebre o silêncio. Diferente do mito, perguntar diretamente e de maneira gentil sobre os pensamentos pode ser um alívio para aqueles que estão em perigo. Aborde o tema diretamente, mas com empatia, criando um espaço seguro e acolhedor para a conversa.

Você não precisa ter todas as respostas ou soluções. O objetivo é ouvir, acolher e avaliar a gravidade da situação discutindo pensamentos, planos e possíveis meios de suicídio. 

Tomar medidas é crucial e não deve-se prometer confidencialidade. Em muitos casos, é fundamental envolver outras pessoas e profissionais de saúde mental.

Fonte: Folha de S.Paulo


Se você ou alguém que conhece está passando por um momento difícil, busque ajuda. O CVV está disponível 24 horas, pelo número 188 ou no site cvv.org.br. Seja um porto seguro, uma voz amiga. Nunca subestime o poder de uma conversa.

Se precisar, peça ajuda.

Se perceber, ofereça ajuda.

A vida é sempre o caminho. Vamos cuidar uns dos outros?


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fique bem, até semana que vem!

Um abraço apertado,


Luciana Santos da Cruz

MBA em Gestão Integrada / Engenharia de produção/ Qualidade, Saúde, Segurança do trabalho e Meio Ambiente

3 m
Rodrigo Pereira

Suporte de TI | Infraestrutura de TI | Cloud | Segurança da Informação | Gestão de Projetos

3 m

Excelente, Izabella!

Giseli Trebien

Qualidade I Processos I Pré-Impressão I Design I Analista I Open to work

3 m

Infelizmente ainda vemos muitas pessoas sofrerem caladas até o momento em que caem por completo ou que são afastadas por não corresponderem às metas sobre humanas impostas. Pessoas são pessoas e precisam ser tratadas como tal. E são estas pessoas que trazem criatividade e "humanização" às empresas, produtos e serviços.

Isabella acompanho suas publicações e as acolho pois seu conteúdo é muito bom. Mas o que me trás aqui hoje é sobre a origem do tema ter obtido uma relevância tão grande. Aqui mesmo no LinkedIn presenciamos o que irei expor! Pois bem parece óbvio o que será dito, mas tem sido deixado de lado. O crescimento da depressão e do suicídio está diretamente ligado ao EXCESSO AO PRECIOSISMO. Mas como assim? Já observou: para tudo e para qualquer coisa HOJE você precisa "tomar cuidado com as palavras"? Isso mesmo, hoje em dia as pessoas estão mais "sensíveis " como se estivessem com um "escudo de proteção " contra aqueles que não tomam cuidado com suas palavras. Isso não é um simples sinal e sim uma CONSTATAÇÃO de que a sociedade não quer aceitar pessoas que sejam FRANCAS, SINCERAS E PROFUNDAS. Preferem a SUPERFICIALIDADE do controle das palavras ao saber a verdade. Desta constatação tem-se uma questão: o controle das palavras é importante. Sim é a resposta mas NÃO O ESSENCIAL. Obrigado pelo artigo e espaço.

Muito informativo

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