Sexo frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro

Sexo frágil? Evidências sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro

Trabalho para seres humanos

Não só no Brasil, mas em muitos países, está em andamento uma mudança na situação da mulher no trabalho, tanto dentro quanto fora do lar. Os dados contidos neste estudo e as interpretações dadas pelas autoras falam sobre este tema.

Um dos aspectos levantados me intriga, em especial, porque aparece em todas as estatísticas e estudos, nacionais e estrangeiros. É o fato de ainda se manter, apesar de estar se reduzindo constantemente, o fenômeno de que as mulheres recebem menos do que os homens pelo mesmo trabalho.

Nas empresas com as quais tenho relações profissionais, esse não é o caso. Há sistemas salariais que não fazem essa distinção. Isto me faz pensar que talvez o fenômeno não se explique exclusivamente pela discriminação que possa existir em setores das diversas sociedades.

É possível que, em parte, esta diferença seja resultado também de fatores psicológicos e da lei da oferta e procura. Já estamos numa fase da evolução no mundo do trabalho na qual a preparação profissional não falta às mulheres. Muitas moças estão mais determinadas a entrar no mercado de trabalho do que muitos rapazes. Está evidente que, na hora de serem contratadas, várias delas também estão dispostas a aceitar menor remuneração.

Se os homens são o sexo forte, não tenho dúvida de que as mulheres são o sexo resistente. Falar de sexo frágil é talvez lisonjeador para os homens, mas não corresponde à realidade. As mulheres, em média, são mais determinadas, perseverantes e, sobretudo, realistas.

Penso que este estudo é oportuno e adequado. Oportuno pelo fato de o assunto estar constantemente na atenção da opinião pública, e adequado por ampliar a visão sobre o tema, trazendo informações complementares, colocando-as de maneira a dar uma visão do conjun

to, e com uma interpretação abalizada. O objetivo desça coletânea está assim sendo realizado. Este terceiro estudo é bem complementar aos dois anteriores. O primeiro sobre a deterioração da renda da classe média, e o segundo jogando mais luz sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho.

Somos gratos às autoras pela excelente pesquisa que, esperamos, seja útil para os que. estudam o nosso mercado de trabalho e buscam caminhos para aumentar as possibilidades para todos os brasileiros, sem distinção.

Jan Wiegerinek, presidente da Organização Gelre

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