Sinais Vitais de Sucesso de Uma Startup: Engajamento

Sinais Vitais de Sucesso de Uma Startup: Engajamento

Pessoas distintas têm sua própria concepção individual do que seja sucesso e o significado para uma pessoa pode ser bastante diferente para as demais. Embora os resultados de dois indivíduos, fazendo a mesma coisa, possam ser semelhantes, a forma de tratar o elo emocional necessário para melhorar a realização de cada um, e do conjunto, quase que invariavelmente não é a mesma. QI deve ser usado para tratar fatos e números e a inteligência emocional para tratar com gente.

Isso parece óbvio e banal, mas é fato que fomos preparados acadêmica e profissionalmente para nos tornar exímios especialistas em otimizar resultados através de grande conhecimento em softwares, hardware, processos, mas não no conhecimento dedicado aos seres humanos, especialmente para entender e lidar da melhor forma possível com suas emoções (a não ser com as próprias... e às vezes nem com elas). Tanto é assim que as empresas criaram os departamentos de RH para cuidar das pessoas, como se isso não fosse papel de alguém mais. Embora essa afirmação não possa ser completamente generalizada e transportada para todas as organizações, isso é o que normalmente ocorre Gente é com o RH!

Uma startup não pode ser sujeita a tal aberração e o cuidar das pessoas passa a ser o papel comum de todos. O nome do jogo, o jogo da realização, em qualquer organização humana, gigantesca ou minúscula, chama-se engajamento. Uma startup de verdade, deve ser paradigma do que significa engajamento total.

Como vimos afirmando em quase todos os artigos desta série, o desenvolvimento e aderência a um forte propósito (por que, para que e para quem o negócio existe) é o passo inicial para o engajamento. Essa definição, na largada, permite construir ao longo da viagem o traço fundamental da cultura que conduzirá a empresa de forma permanente. Sem isso, todo o arrazoado do negócio e o que deve ser feito como consequência, passa por julgamentos e motivações completamente individualizados.

Sem constrangimentos, coação, sem livretes de normas, procedimentos, sem manual de ética e conduta, o traço cultural resultante do propósito compartilhado e do engajamento real, cria forte sentido de direção e determinação entre todos os participantes da startup, independentemente de suas características pessoais e profissionais, permitindo que:

  • Seja feito o que deve ser feito com o máximo nível de interesse e cuidado em tudo que diz respeito ao cliente - o que ele quer, como quer, quanto e quando (isso condiciona tudo o que envolve processo e atividades, devendo concentrar o foco constante de todos).
  • Seja mantida a integridade/sanidade nos relacionamentos interpessoais - internos e externos. Em intenso trabalho e sacrifício individual e coletivo são sustentados por respeito e confiança como sustentação dos resultados (isto quer dizer que são proibidos “atropelamentos sem socorro imediato”).
  • Sejam diminuídas ao extremo as limitações com a hierarquia na organização. O mais importante é que a execução do que precisa ser feito passa a ter o comando e, nessa fase, a multi funcionalidade inteligente é o que importa (a liderança deveria ser capaz de determinar: “cada macaco no seu galho, mas todos na mesma árvore e cada um ajudando os demais”).
  • Seja autêntico e compartilhado o compromisso com a realização pessoal em linha com a realização dos demais (não existe equipe de remo, em competição, com metas diferentes - um desejando a vitória, outro feliz apenas em competir e um terceiro desejando ir para outro destino).
  • Seja a preocupação com a melhor utilização de recursos um problema comum e de todos (não vale a afirmação de que “meu lado do barco está seco”).
  • Sejam os resultados a resultante natural do exercício dessa cultura.

Através desses princípios - aparentemente elementares – desenvolve-se a noção da insatisfação construtiva, aquela em que todos compartilham o sentimento de que o melhor está sendo feito, mas os resultados podem ser muito melhores. Essa é uma forma de estabelecer e manter sentido comum e um mote de realização. É a criação e manutenção de uma causa a ser seguida e defendida por todos.

O somatório de QI, conhecimentos, competências e habilidades é apenas a condição necessária para que uma iniciativa de negócios possa ter êxito. A condição suficiente, indispensável e definitiva fica depositada na conta corrente das atitudes dos seus integrantes e a forma como essa atitude permeia e reflete tudo o que é feito nessa empresa nascente.

A composição adequada das mentes e dos corações, aderindo a um forte propósito comum, será realmente o maior ativo (e quem sabe o único) que qualquer startup poderá contabilizar na sua concepção e nas fases iniciais de vida. A liderança desse processo fundamental de coesão define e caracteriza o que são startups com potencial efetivo de sucesso, porque ao engajar seus participantes irão engajar também seus clientes. Isso as separa daquelas que jamais passarão de boas ideias traduzidas em desperdício de talentos, recursos e esperanças.

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