SOFT SKILLS? As transições das mudanças estruturais: o sofrimento das prisões emocionais.

Ao analisar as reproduções dos comportamentos coletivos e as relações interpessoais nos ambientes de trabalho em meio às constantes transformações estruturais dos processos produtivos, identificamos duas situações. A primeira situação, a mais comum, é o abandono da concentração das atividades laborais resultante do sofrimento gerado pela resistência à mudança. A segunda situação, mais rara é a valiosa expertise dos profissionais diferenciados que possuem a habilidade de adaptação na aceitação imediata do processo de mudança, demonstrando prontidão para atitude de novo comportamento, favorável ao atendimento das expectativas de produção exigidas pelas reestruturação da cultura da empresa. Para compreendermos tal questão é preciso perceber a mudança como alteração no mundo material, podendo ser um evento sobre o anúncio de uma fusão, ou, do ponto de vista pessoal pode ser uma celebração, como o nascimento de um filho. Por outro lado, é importante saber diferenciar a transição, como resultado da mudança faz parte das nossas experiências sentimentais. Por exemplo: você poderia se mudar de uma casa num dia específico, porém poderá levar algumas semanas para se ambientar ao espaço; este processo psicológico chama-se transição. É importante levar em consideração que a mudança é um evento que modifica as estruturas, já a transição pessoal envolve sentimentos pessoais e emoções. Diante ao abalo sofrido pela situação lamentável que a humanidade foi colocada frente a pandemia do Covid-19, se faz necessário identificarmos as etapas que temos vivenciado durante a transição e mudanças de emoções na atualização das nossas rotinas. A libertação do aprisionamento de qualquer tipo de sofrimento depende da abertura do nosso olhar às diferentes etapas na percepção dos processos implicados nas mudanças sofridas. A princípio, somente o esclarecimento por meio da obtenção de conhecimentos nos permitem a aquisição de competências que nos possibilitam identificar as etapas das transições, produtoras de emoções específicas, na finalidade de superá-las, demonstrando no entanto, a capacidade de domínio emocional desse processo interno. É importante compreender que as mudanças fazem parte da vida, e que esses processos implicam em transições pessoais e organizacionais, gerando uma série de emoções. Nesse sentido, na virada deste ano estimo que todos façamos uma revisão sobre a vida referente a nossa visão, missão, papéis pessoais e valores. É onde devemos definir se a mudança das estruturas que sofremos afetarão ou não nossas vidas. Deveremos reorientar as metas de acordo com a mudança apresentada, fixar objetivos a curto prazo para conseguir alcança-los rapidamente. Depois de tudo que passamos, estamos vivos e estáveis novamente, porém, com as mudanças nos chegam exigências muito mais altas e caminhos muito mais complexos. Para finalizar, deixo as inconclusivas considerações, destacando diante de todas as etapas sofridas pelos impactos sentimentais experimentadas nas transições resultantes dos processos das trágicas mudanças estruturais, que o nível da capacidade produtiva e sobretudo do controle das emoções são muito variáveis, quanto mais rápido nos adaptarmos a mudança, muito menor será o período de baixa produtividade e de instabilidade pessoal.