Startup: Uma história de vida

Startup: Uma história de vida

Startups nada mais são do que negócios iniciantes ou projetos científicos e empreendedores que tem uma solução que oferece as mínimas condições necessária para resolver um problema. Esses projetos de empresa, geralmente de base tecnológica, buscam emplacar um modelo de negócio repetível e escalável em um ambiente de extrema incerteza. Uma startup trabalha com protótipos ou MVPs (que são Minimos Produtos Viáveis), ou seja, formas de viabilizar uma solução ou de resolver uma dor latente de seus possíveis clientes.

Geralmente uma startup passa pelo processo do duplo diamante que em que você parte de um levantamento de problemas, escolhendo um ou alguns principais para resolver e depois validan do se aquele problema ou dor realmente incomoda as pessoas ou empresas. Feito isso e validado, ela levanta hipóteses de possíveis soluções e, ao definir uma solução principal, corre atrás de validar se aquela solução faz sentido ou não, se tem potenciais compradores ou não.

Esse processo tem total relação com o ciclo da Lean Startup (ou Startup Enxuta, no livro feito por Eric Ries, um dos maiores popularizadores do termo startup). É o chamado ciclo “Construir, Medir e Aprender”, onde você formata um protótipo, (que pode ser um app/site ou qualquer versão beta do produto), avalia ou valida problema e solução e mede a quantidade de potenciais compradores, colhendo feedbacks sobre sua proposta. Feito isso, são compilados os aprendizados, aprimorado o protótipo e feito as melhorias necessária para entregar uma versão de lançamento no mercado. Assim, esse ciclo, que pode se repetir infinitas vezes através dos testes e correções de falhas, é uma forma de constante aprendizado prático.

Para que seja mais fácil de orientar e vender a ideia ou projeto, é preciso construir um modelo de negócios, que nada mais é que um caminho para posicionar sua proposta de valor. Esse modelo de negócio pode ser desenhado num quadro CANVAS (tal como no Livro Business Model Generation de Alexander Osteowalder). Nesse quadro você precisa levantar 9 pontos a cerca do negócio, que são: Proposta de Valor, Segmento de Clientes, Relacionamento com os Clientes, Canais, Atividades, Recursos-chave, Parceiros, Fontes de Receita e Estrutura de custos.  

Com isso claro, seu protótipo ou MVP pode ser construído utilizando ferramentas de Design (como Figma e Canva) ou construindo um algoritmo que entregue a lógica por trás do produto num app ou site. Se não tiver equipe com expertise pra isso ou não souber como desenvolver sozinho dessa forma, pode fazer uma planilha e um formulário para colher informações dos possíveis clientes e mostrando a forma como você irá entregar isso. Vou te dar 3 exemplos de MVPs bem executados: o Airbnb começou em função da falta de grana para pagar o aluguel e pela indignação de um dos fundadores, Brian Chesky, que achava as taxas dos hotéis muito altas para hospedagens em São Franscisco e, durante um dos grandes eventos que aconteciam na cidade, decidiram ofertar um colchão de ar e um café da manhã à um preço bem mais acessível que os hotéis e foram para frente de um desses eventos para analisar a demanda. Conseguiram pessoas que toparam a ideia, fizeram os primeiros clientes, com os feedbacks e as interações estruturaram um site para agendamento, possibilitaram que anfitriões colocassem fotos na plataforma e boom, virou a gigante que é hoje mais bem avaliada que a maior rede de hotéis do mundo. Outro exemplo muito bacana é a Dropbox. A Dropbox construiu um vídeo de 5 minutos demonstrando como seria a sua solução e a forma com que ela organizaria e comprimiria os arquivos na nuvem, demonstrando funcionalidades da ferramenta sem ter a solução pronta. O vídeo viralizou e contou com mais de 70 mil acessos após horas de divulgação. Assim colheram uma quantidade gigante de feedbacks num curto espaço de tempo. Outro exemplo é do Tallis Gomes, da Easy Taxi, em que indignado pela demora para pegar um táxi, estruturou um formulário e editou em HTML. Com essa LP, coletava informações do passageiro, jogava localização no Google Maps, selecionava os pontos de taxi ao redor, ligava para o taxi mais próximo, solicitava o táxi e retornava ao passageiro o tempo de espera.

O mais importante de tudo é testar rápido, para, se errar, errar rápido e corrigir rápido, repetindo esse ciclo quantas vezes forem necessárias para se ter uma boa solução ou um bom produto. Não perca tempo nem dinheiro criando uma solução que ninguém compraria. Invista seu tempo na investigação de hipóteses e validações do seu modelo, colhendo feedbacks e promovendo melhorias para que assim, com as orientações adequadas seja possível entregar a melhor solução possível.

Um ponto importantíssimo é ter mentores ao longo dessa jornada. Consiga pessoas mais velhas que possam lhe orientar e mostrar o caminho das pedras. Tenho certeza que elas terão insights valiosíssimos que podem lhe poupar muito tempo e dinheiro. Assim como nos processos de incubação e aceleração, os mentores estão disponíveis para fornecer uma visão estratégica e aconselhar formas de minimizar os riscos envolvidos na entrega da sua solução. Tanto mentores como investidores-anjo querem ver resultado e ter certeza do retorno que seu negócio pode gerar, e quanto maior for seu lucro e impacto, maior poderá ser o retorno deles também.

Essencial conhecer a fundo seu negócio e isso inclui as métricas que envolvem ele, algumas das principais são: CAC (Custo de Aquisição de Cliente) – é quanto o seu negócio gasta para conseguir captar um cliente e tem relação com ações de marketing e divulgações do seu produto ou negócio; LTV (Lifetime Value) – é o valor que um cliente retorna ao longo do tempo. É uma métrica valiosa para empresas com venda recorrente ou com repetição. O LTV permite avaliar o valor viável para CAC; Cohort Retention - é uma medida importante que reflete a saúde de uma empresa e NPS (Net Promoter Score) que é uma nota avaliativa a cerca do benefício e da percepção do produto ou negócio. Explore, analise e use inteligentemente os dados produzidos por sua empresa. Além de insights valiosíssimos que você poderá colher, com certeza serão pontos que possíveis investidores seriais irão questionar.

Isso já virou clichê, mas é importantíssimo lembrar: Sua ideia não vale nada, o que vale é a execução. A capacidade de entregar e executar a sua visão e o que você propõe que irá fazer toda a diferença. Além disso, você precisa estar cercado de boas pessoas no time ou equipe. Caso não tiver uma, cerque-se de bons livros, siga empreendedores de sucesso e seja ávido por aprender. Crie mecanismo de se manter disciplinado e consistente nas suas entregas, torne-se exemplar e valoroso na percepção dos outros que seu negócio será consequência da sua postura. Identifique padrões que podem acelerar e tornar mais ágil o seu trabalho, até mesmo quando seu negócio ou sua startup for contratada ou acelerada por uma grande empresa e se imponha para não deixar que a “burrocracia” atrapalhe seu projeto. Faça seu planejamento estratégico, desenhe sua operação, crie processos, imagine-se alcançando sua metas e a satisfação que isso lhe trará. Adote uma postura positiva e otimista mirando alto, seja realista com os recursos que você tem a disposição e a quantidade de caixa disponível e seja pessimista ou crítico quanto a pessoas e hábitos que sugam sua energia; dessa forma você dará próximos passos com mais certeza e confiança.

Defina princípios claros para você e seu negócio e nunca, em hipótese alguma, os fira. Ferir princípios e valores, assim como Thiago Nigro – o Primo Rico fala, é o caminho da ruína. Procurar formas de fazer seu produto gerar boas sensações, boas avaliações, bons comentários, bons reviews ou feedbacks fará com que sua solução cause percepção de bons valores seus perante a sociedade. Tendo mais valor perante a sociedade você se torna mais nobre e sua moral cresce. E isso fará com que sua história e a história do seu negócio se perpetue na trajetória da humanidade. E utilize com sabedoria as lições aprendidas, faça uso de parábolas e conotações para contar diferentes formas da sua forma de geração de valor para o próximo e ame, até mesmo estando no seu último momento e no meio de dois ladrões.

Aprenda, que nem sempre você vai ganhar, que seu negócio pode falir, que você pode perder dinheiro e saúde se você se descuidar nesse processo, mesmo assim está tudo bem. Existe sempre um jeito de se recuperar, de resgatar a sua essência, de reaprender e se reposicionar no mercado. Não existe essa de ficar “queimado” por não atingir aquilo que você gostaria e pelas perepções que isso pode gerar. Existe aprendizado, amadurecimento, desprendimento ao julgamento alheio, firmeza de valores e atitude para que você ou sua startup possa prosperar. Não dê espaço para o coitadismo nem para comodismo. Assim que você romper com os padrões do passado que te prendiam em situações desfavoráveis para você e rumar com firmeza e dedicação a sua visão, ao seu propósito, novas portas irão se abrir e haverá espaço para você no ecossistema que for.

Não queira mudar o mundo, isso é muito intangível e ao pensar isso você deveria dar 3 voltas no seu quarteirão para saber que o que precisa ser mudado está no alcance dos seus braços. E também não se prenda aos estereótipos criados a cerca da vida de um “startupeiro”, de se prender a criar CANVAS, estudos de mercado, validações, pitch, porque o mercado pode vir e dar um belo soco na sua cara. Por isso se prepare para luta, para uma guerra se for necessário, porque o mercado é voraz, sanguinário e “saiba que o mundo é um lugar ruim e asqueroso que irá lhe deixar de joelhos se você deixar. Ninguém vai te bater mais forte que a vida.” Mas em uma startup você tem que ser capaz de apanhar e continuar seguindo, de acreditar na sua essência e valores, mesmo que só queiram te fazer ver a dor do crescimento (ainda que necessária). Focando no seu ajuste para o combate, na readequação estratégica para conquistar espaço, na flexibilidade de movimentos e na agilidade do ataque e defesa, pode ter certeza que, se não ganhar a batalha, você ganhará a guerra.

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Bruna Richartz

Gerente de Marketing no Grupo 300 Franchising

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