Surto de Lives!

Apareceu um meme há alguns dias. “Tenho até medo de abrir a geladeira e encontrar uma live lá dentro”, o humor faz sentido neste momento de explosão desta forma de comunicação.

Desde o começo da pandemia as redes sociais foram invadidas pelas transmissões ao vivo ou as já famosas “lives”. De artistas a celebridades, de professores a anônimos, de repente todo mundo grava seu show, aula, dica ou opinião é uma profusão de assuntos e transmissões em tempo real.

Há uma grande quantidade de novatos, pessoas e empresas que já estavam nas redes sociais, porém não utilizavam esta ferramenta e há ainda os grupos de amigos, familiares que tem usado este recurso para encontros, comemorações, entretenimento e matar as saudades!

O recurso não é exatamente novo e já existia como tecnologia, somente que o seu crescimento foi exponencial e, há transmissões ao vivo de absolutamente tudo, inclusive íntimas, acredite se quiser!

As transmissões neste período de quarentena acabam por ser uma companhia e uma inspiração, além de um recurso de aprendizado de temas diversos e o público varia de acordo com a plataforma, podendo no ter milhares de pessoas assistindo simultaneamente. 

Mas quem vê tanta live? Não é obrigada a ver tudo e, neste momento, ocorre uma corrida para o novo e um movimento de popularização somada a um excesso de ofertas. A tendência é se acomodar. 

Devemos levar em consideração que acaba sendo um antídoto para o tédio causado por este momento de reclusão mas, precisamos ter em mente que a exposição a telas e conteúdos pode não ser saudável, e os efeitos deste momento podem ser diferentes para cada pessoa e é preciso reconhecer o que realmente faz sentido e colabora com o contexto.

O nome live ou ao vivo pode, nesta reclusão, simbolizar que continuamos vivos! Porém, como todo excesso pode ser prejudicial causando cansaço excessivo, dor de cabeça, uma certa irritabilidade depois de ficarmos horas e horas à frente da tela.

O que pode fazer mal? A luz azul, estudos mostram que a superexposição a esta luz pode contribuir para a fadiga ocular e desconforto além de suprimir a melatonina – o hormônio do sono – dessincronizando o relógio biológico. Outro ponto é que o uso prolongado de dispositivos eletrônicos pode superestimular sua produção de cortisol –que podem não apenas enfraquecer sua capacidade de controlar o estresse, e compromete sua capacidade de se concentrar, tomar decisões, julgar e interagir socialmente.

Portanto ao consumir tantas lives tome cuidado com a saúde e a exposição e escolha aquilo que, de fato, faz sentido para você.

Estamos fazendo tudo para cuidar da saúde e nos protegermos do vírus nesta pandemia, este é mais um cuidado para sua saúde mental. Vamos lá?

Sobre autora: Mônica Barg : monicabarg.coaching@gmail.com

Psicanalista pela SBPI-SP, Mestranda em RH e Gestão do Conhecimento pela Funiber, Pós-Graduada em Psicologia Positiva pela UCAM-RJ e em Orientação Profissional e Psicologia pela UNIARA. Pós Graduada em Administração Empresarial.

Atuou como executiva de empresa por 30 anos com destaque na gestão de processos e pessoas. Autora dos trabalhos Escolhas Profissionais na Vida Adulta (2012) Empregabilidade e Longevidade 2014) e Reinvenção Pessoal (2019) é especialista em desenvolvimento humano conduzindo processos terapêuticos e orientativos para posicionamento do individuo no contexto da atualidade. Atende jovens e adultos e trata de questões ligadas à complexidade do dia a dia inerentes às escolhas da vida pessoal, familiar e profissional.