TÓXICO
Provavelmente você deve ter reparado que nos últimos meses, em especial nas redes sociais, o uso da expressão “tóxico” para descrever uma relação ou pessoa que de alguma forma é prejudicial à outra se tornou extensivo. Eu mesmo já escrevi um pouco sobre tema pelo viés das masculinidades tóxicas e suas relações com a sociedade. Hoje gostaria de abordá-la por outra perspectiva.
Quando falamos sobre esse tema sempre nos vem à cabeça uma ou duas pessoas que facilmente rotularíamos como alguém tóxico. Aposto que nesse exato momento você deve ter lembrado de algum colega de trabalho, familiar ou até mesmo de um relacionamento amoroso que se encaixe nesse perfil. Entretanto, poucos param para pensar o quão tóxico podemos ser aos outros. Sim, é isso mesmo que acabou de ler, você é tóxico, eu sou tóxico, todos somos tóxicos em maior ou menor grau. Não fique brabo comigo, mas essa é a mais pura verdade.
No ambiente de trabalho, isso não é diferente. Pensamos muitas vezes na toxidade relacionada a alguma hierarquia – chefes, diretores, VPs – mas poucas vezes reparamos em como podemos estar sendo prejudiciais aos nossos próprios pares. O exercício de empatia é algo duro de ser feito, mas é extremamente necessário se queremos viver em um ambiente altamente saudável. Muitas vezes, mesmo sem estar conscientes, deixamos nossos sentimentos nos levar e por algum motivo machucamos aqueles que estão em nossa volta. Isso faz parte do Ser Humano e também é uma forma de aprendizagem
Como escrevi anteriormente, o autoconhecimento é uma ferramenta poderosíssima que nos leva compreender tão bem a nós mesmos quanto às relações e ambientes que nós estamos inseridos. É por meio dele que conseguimos entender melhor como reagimos a determinadas situações, evitar gatilhos e estar conscientes de nossas atitudes.
Imagine que incrível se todos tivessem uma forte empatia e conseguíssemos alinhar nossos desejos, necessidades com os demais de uma forma clara e sem agredir o outro. Aliás, existem ótimas ferramentas como a comunicação não violenta– que em breve falarei – para atuarmos de forma assertiva e não tóxica. Para alcançarmos um ambiente – e quem sabe o mundo – sem relações e pessoas tóxicas, é preciso que primeiro nos conheçamos bem e assim evitar entrar em um piloto automático de ações e emoções.
Como uma vez disse Mahatma Gandhi, seja a mudança que você quer no mundo. Toda vez que virmos uma situação ou pessoa que consideramos tóxica (eu só reconheço no outro aquilo que conheço em mim), vamos também olhar para dentro e entender se estamos de alguma forma sendo tóxicos com os demais. Pronto para começar?
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