Tomada de Decisão - Consultar para Agir
Não podemos pensar que a liderança é o somatório de atividades levadas avante num vácuo, desordenadamente.
Na vasta maioria das vezes, para sermos bem sucedidos enquanto líderes, devemos nos dirigir a uma tarefa específica, estando cientes de que todos os participantes no processo de decisão sabem claramente quais são os costumes sociais e culturais do seu grupo de trabalho. Os métodos e os materiais usados não devem ser escolhidos aos nossos “gostos” e “desgostos”, mas devem ser o resultado de pesquisas e experimentação durante um bom tempo estudo, consulta, experimentação, e análise dos métodos e dos resultados das primeiras ações.
Cada pessoa, nas funções que desempenha como líder de um determinado grupo, deve seguir o modelo “consulta, ação e reflexão” no processo de sua tomada de decisão. Cada líder deve se engajar regularmente nas atividades, refletir acerca dos resultados dos seus esforços e consultar com os colegas e colaboradores sobre a eficácia do método utilizado no momento da ação.
É a sua função criar uma cultura de encorajamento e de aprendizagem, desencorajando conflitos e rigidez de opiniões. É também sumamente importante que ele se lembre (e relembre aos demais) que existem muitos caminhos para a mesma verdade: “Do mesmo modo, quando encontrardes aqueles cujas opiniões difiram das vossas, não lhes vireis a face. Todos estão procurando a verdade, e há muitos caminhos que conduzem a isso”.
1. Consulta
Neste período é apresentada a situação a debater. A forma como a situação é apresentada tem efeito sobre todo o processo: uma linguagem confusa e complexa pode gerar mal-estar entre os participantes, enquanto que a insinuação pode acarretar reações defensivas e de contra-ataque.
É necessária a brevidade e a pragmática. O líder deve permitir que os participantes no processo adquiram informação suficiente, de modo a poderem dar opiniões fundamentadas. Para isso, o tempo de partilha de informação deve ser otimizado, permitindo a participação de todos. Se quiser saber as reais opiniões dos demais não apresente comentários opinativos, mas, antes, os fatos com o menor grau de interpretação possível.
Não deixe que as pessoas confundam fatos com opiniões, os sintomas com a causa do problema, muito menos que procurem um bode expiatório. Pelo contrário, deve-se focar na procura de uma solução que consiga ir ao encontro dos interesses do grupo, tornando-o capaz de ponderar a informação que já possui, decidindo por uma série de opções.
Deve-se facilitar a participação de todos na gênese de possibilidades e soluções, que devem ser analisadas em pormenor, decidindo-se pela mais adequada. Pois, “Conhecimento é o primeiro passo; resolução, o segundo passo; ação, o seu cumprimento, é o terceiro passo”.
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2. Ação
“Todo conhecimento é bom, mas não pode produzir qualquer fruto senão através de ação”, portanto, não basta apenas tomar as decisões é também necessário agir! O líder deve estar atento a inúmeros aspectos, para que a ação seja sumamente maximizada.
Permita que o grupo delineie as estratégias de implementação da atividade, tendo em conta os recursos humanos disponíveis, bem como o tempo e os materiais necessários. Um bom líder dará bastante atenção ao grau de delegação que utiliza com a equipe ou indivíduo(s) e a forma como as utilizará para desenvolver as suas capacidades.
Mas, ao mesmo tempo em que delega atividades (e confiança) para os membros da equipe, deve monitorar a evolução de cada um deles - de cada indivíduo e de cada tarefa - apoiando toda a equipe ao longo do processo. Pode-se também ir dando novos desafios com o intuito de torná-los cada vez mais responsáveis pela tarefa (e, portanto, mais independentes e mais capazes).
3. Reflexão
Por fim, depois da ação feita e acabada, é necessário refletir sobre a forma como foi feita e sobre os resultados obtidos (ou não!). Aqui, o feedback tem um papel crucial, tornando-se fundamental a sua estimulação - tanto no nível grupal como individual.
Fazer perguntas simples e diretas (“Qual a melhor estratégia para enfrentar este problema?”) pode ser melhor estratégia do que perguntas complexas ou generalistas (“Alguém tem outra sugestão?”), porque a pessoa sabe o que se espera dela e o líder demonstra sinceridade no desejo de ver aquela pergunta respondida.
Mas, atenção: é comum haver visões diferentes das do líder, pelo que todo o processo de consulta, ação e reflexão se trata de um método enriquecedor cujo objetivo não é mais que o de permitir uma melhor execução da tarefa, evitando futuros erros e repetindo o que se fez bem (e não o contrário!). Isto proporciona a todos mais e melhor informação que pode ajudar na melhoria do desempenho do seu grupo.