Tornando vídeos acessíveis: inclusão e impacto na era digital

Tornando vídeos acessíveis: inclusão e impacto na era digital

Você sabia que o vídeo é um tipo de conteúdo que está presente em 99,6% dos lares brasileiros? Esse é um dado do Kantar Ibope Media, Inside Video 2024, que demonstra como os vídeos se destacam como uma ferramenta poderosa para transmitir mensagens, contar histórias e compartilhar conhecimento. Plataformas como YouTube, Instagram e TikTok são exemplos de redes sociais onde os vídeos ganham destaque e milhares de conteúdos atraem as pessoas e influenciam culturas em todo o mundo.

No entanto, em meio a essa grande quantidade de conteúdo visual, surge uma questão fundamental: a acessibilidade.

A acessibilidade em vídeos é muito mais do que apenas uma questão técnica, é uma questão de inclusão e igualdade de acesso à informação a todas as pessoas, independentemente de suas habilidades ou deficiências.

Na Hand Talk News de hoje, vamos explorar dicas práticas para tornar seu conteúdo em vídeo mais inclusivo. Vem com a gente?

Por que criar vídeos acessíveis?

E se te contarmos que as pessoas preferem conteúdos em vídeo? Não somos nós que estamos afirmando isso.

Um formato com tamanho potencial, quando acessível, torna-se ainda mais poderoso. Vamos explorar alguns motivos pelos quais a acessibilidade em vídeos é importante:

Inclusão e diversidade de público

Considerando a diversidade de públicos, a acessibilidade em vídeos atende às necessidades de diferentes pessoas usuárias, como idosos, com habilidades sensoriais reduzidas devido ao envelhecimento, com deficiências auditivas e visuais, e até aquelas com limitações situacionais. Isso amplia a audiência e a relevância do conteúdo.

Conformidade legal

Aqui no Brasil, existem regulamentações e leis que exigem a acessibilidade em conteúdos digitais, incluindo vídeos, como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Dessa forma, o não cumprimento dessas regulamentações pode resultar em denúncias, multas e penalidades legais.

Melhor experiência para a pessoa usuária

Recursos de acessibilidade podem melhorar a experiência geral. Por exemplo, legendas podem ser úteis em ambientes barulhentos ou quando o áudio não pode ser reproduzido em alto volume.

SEO e descobertabilidade

Legendas em vídeos podem ser indexadas por motores de busca, melhorando a descobertabilidade do conteúdo online. Ou seja, isso não apenas ajuda as pessoas com deficiências, mas também contribui para estratégias de otimização de mecanismos de busca (SEO).

Responsabilidade social e corporativa

Organizações que priorizam a acessibilidade demonstram responsabilidade social e corporativa. Isso pode melhorar a reputação da marca, construir relacionamentos positivos com clientes atuais e em potencial, além de promover uma imagem de empresa consciente e inclusiva.

Checklist para incorporar nos seus processos de criação de vídeos

✅ Legendas

A pessoa usuária não entende a língua falada no vídeo? Quer assistir o vídeo sem áudio? Não escuta ou tem baixa audição? A legenda é um recurso de acessibilidade que serve para essas e outras situações. Hoje em dia é até estranho ver vídeos que não contem com essa opção.

Lembre-se de se certificar de que as legendas sejam precisas, sincronizadas com o áudio e forneçam informações relevantes.

Audiodescrição

Esse recurso é uma forma de narração usada para passar informações em torno dos principais elementos visuais apresentados em um trabalho de mídia. Ele é essencial para que pessoas com deficiência visual e cegas entendam detalhes do que está sendo exibido.

A audiodescrição ajuda a fornecer uma narrativa adicional e transmitir a experiência visual do conteúdo.

Opções de acessibilidade

É importante fornecer também opções para personalização da experiência, como permitir que as pessoas usuárias ajustem o tamanho das legendas, a velocidade de reprodução do vídeo ou escolham entre diferentes formatos de áudio.

Janela de Libras

Além de pessoas surdas e deficientes auditivas, a janela de Libras torna os conteúdos acessíveis para pessoas autistas, com Síndrome de Down, além de pessoas ouvintes com paralisia cerebral e afasia que podem ter dificuldade na fala e que utilizam a Língua Brasileira de Sinais em sua comunicação.

Então é possível usar o Hand Talk para deixar meus vídeos mais acessíveis?

Talvez você esteja pensando que uma ótima saída para incluir Libras ou ASL (Língua de Sinais Americana) no seu conteúdo audiovisual é contar com o Hugo ou a Maya para fazer essa tradução. Infelizmente, isso não é verdade.

O Hugo e a Maya, os tradutores virtuais 3D da Hand Talk, não devem ser usados como ferramenta para acessibilizar vídeos. Mas por quê?

O uso de intérpretes de Línguas de Sinais humanos é fundamental em conteúdos mais densos como os vídeos para que a informação que esteja sendo passada possa ser transmitida do melhor jeito possível para a comunidade surda, levando em conta o seu contexto de forma mais ampla e considerando ênfases mais sentimentais de uma cena, por exemplo.

Tradutores virtuais ainda são muito literais na hora da tradução e isso dificulta a compreensão do contexto quando falamos em conteúdos em vídeos. Dessa forma, o ideal é apenas utilizar essa tecnologia para a tradução de frases dentro de cenários menores e mais controlados, como sites!

Como você se sente ao finalizar a leitura dessa edição da Hand Talk News?

Comenta pra gente saber! E não deixe de incluir essas dicas em qualquer tipo de conteúdo, seja naquele vídeo mais pessoal nas suas redes sociais e principalmente em produções profissionais e corporativas.

Lembre-se sempre de que cada passo que damos em direção à acessibilidade representa um passo em direção a um futuro onde todos possam participar plenamente da vida online, sem barreiras ou limitações.


Carlos Morevi

Motion/Visual/Interaction designer - Autista

7 m

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