Trocando meias rasgadas por meias novas!!
Estimados qual de nós já não passou por este tipo de experiência ao chegar muito tarde em casa e estando tão cansado que deu vontade de cair com roupa e tudo na cama, mas ao resistir ao sono e ao começar a tirar o sapato percebemos que a nossa meia do pé direito estava rasgada e logo começamos a pensar, fomos há tantos lugares hoje, abrimos e fechamos tantas portas, atravessamos ruas, correndo de um lado para outro com muita pressa, fizemos tantas coisas, que nem nós e ninguém poderiam ter notado aquela meia rasgada....Situações como essas em nossas vidas leva-nos a meditarmos, deixamos de notarmos simples coisas por causa da correria dos dias das semanas, meses e anos que poderia ser notada com um simples gesto desviando os nossos olhares, medito nas palavras de Helen Kit "Desviar a atenção de situações desgastantes que fogem ao nosso controle e direcionar o foco para os nossos sonhos, metas e objetivos evita degastes desnecessários... "E neste mesmo sentimento lembro-me da história de um garoto triste, que procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela. Ora, disseram os garotos, mas você não está num circo. Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora? O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e explicou: É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso, eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim, em qualquer lugar em que eu esteja, ela vai me encontrar e me levará com ela......A história desse menino leva-nos a um solilóquio sobre as muitas almas que existem neste Mundo, solitárias e tristes, chorando um amor que se foi. Colocam meias vermelhas, na expectativa de que alguém as identifique, em meio à multidão, e as leve para a intimidade do próprio coração. São crianças, cujos pais as deixaram, um dia, em braços alheios, enquanto eles mesmos se lançaram à procura de tesouros, nem sempre reais. Lesadas em sua afetividade, vivem cada dia à espera do retorno dos amores, ou de alguém que lhes chegue e as aconchegue. Têm sede de carinho e fome de afeto. Trazem o olhar triste de quem se encontra sozinho e anseia por ternura. São idosos recolhidos a lares e asilos, às dezenas. Ficam sentados em suas cadeiras, tomando sol, as pernas estendidas, aguardando que alguém identifique as meias vermelhas. Aguardam gestos de carinho, atenções pequenas. Marcam no calendário, para não se perderem, a data da próxima visita, do aniversário, da festividade especial. Aguardam. São homens e mulheres que se levantam todos os dias, saem de casa, andam pelas ruas, sempre à espera de que alguém que partiu, retorne. Que o filho que tomou o rumo do mundo e não mais escreveu, nem deu notícia alguma, volte ao lar. São namorados, noivos, esposos que viram o outro sair de casa, um dia, e esperam o retorno. Almas solitárias. Lesadas na afetividade. Carentes. O amor, sem dúvida, é lei da vida. Ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro. E nem pode aquilatar da qualidade das reações que virão daqueles que emurchecem aos poucos, na dor da afeição incompreendida. Todos devemos respeito uns aos outros. Somos responsáveis pelos que cativamos ou nos confiam seus corações. Se alguém estiver usando meias vermelhas, por nossa causa, pensemos se este não é o momento de recompor o que se encontra destroçado, trabalhando a terra do nosso coração. E sobre esta veracidade aprendemos que amar é uma doação, pois amar de forma intensa os pobres do mundo seria sofrer com eles. Amar os desgraçados, e as vítimas dos mil e um acidentes e males que atingem o homem mundo fora, e que a televisão e os meios de comunicação continuamente trazem até nós, seria sofrer todos os minutos, todos os dias. O que é manifestamente demasiado. E isso pode explicar a nossa tendência para a indiferença. Porque amar é também sofrer. E que os nossos impulsos, seja a busca, da presença, daquele que é a fonte motriz da esperança, a saber, o Deus vive. As alegrias que envolvem os projetos do cotidiano, alimentados pela fé em Jesus Cristo, bem como as frustrações e os fracassos são parte da trajetória dos filhos e das filhas de Deus. As pessoas vivem numa grande teia de relações que se entrecruzam. Nem sempre todas as expectativas são viáveis. Certos sonhos só podem ser coletivos e, por isso, não podem ser personalistas. Certos projetos ainda não estão suficientemente maduros para se concretizarem. Seja qual for à dimensão da existência, seja qual for a circunstância, o princípio da esperança sempre ilumina a vida cristã. E corroborando com "Trocando meias rasgadas por meias novas!! " mudarmos as estratégias quando nada nos acontece pode trazer-nos novas perspectivas e, quem sabe, sucesso! Medito nos pensamentos do poeta, romancista Rabindranath Tagore ao dizer: " Eu dormi e sonhava que a vida era só alegria. Despertei e vi que a vida era só serviço. Servi e vi que o serviço é alegria. ".......E nesta mesma cosmovisão oferecer uma oração e bênção é um ato de profunda esperança. Isto nos faz lembrar que Deus não nos criou para nós esgotamos em nós mesmos, mas para estarmos em convivência uns com os outros e com toda a criação, e reconhecer que somos chamados a contribuir para o bem-estar daqueles com que compartilhamos a vida e aqueles que virão depois de nós.... Ao abençoarmos, reconhecemos a presença de Deus e nos achegamos a esta Presença, que trabalha incansavelmente para transformar o Mundo, e, como já dito pelo filósofo Heráclito "O laço que não se vê é mais forte que o laço que se vê."..........
"O som das palavras pode ser tão doce como o mel ou tão rude quanto uma rocha, mas nada se compara à expressão de um olhar cuja frieza pode ferir até a mais forte rocha e cuja docilidade pode amolecer e alegrar dos mais severos aos mais tristes corações. Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores do que o teu silêncio. ". Rosiany Suffi
"O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente. ". Mario Quintana
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"Eis que passou o inverno, cessou a chuva e se foi; aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantares as aves. A figueira começou a dar seus figos e as vides em flor exalam o seu aroma..... " . Cânticos cap. 2:12
Um forte abraço....
Celso Souza