Uma câmera na mão e skate no pé.
Foto: Thiago da Luz

Uma câmera na mão e skate no pé.

Você olha pra pista e lá está ele com a câmera na mão e o olho vidrado nos skatistas. Ele garante alguns dos melhores flagrantes da cena e é com certeza um dos nomes mais queridos e importantes hoje do universo do skate. Júlio Detefon dispensa apresentações, mas merece todas. 

“Comecei a trabalhar com fotografia e escrevendo sobre os eventos de skate, em 2000. Eu tinha patrocínio da QIX, uma das principais marcas de tênis do Brasil, eles tinham acabado de lançar o site institucional da empresa, que veio a se tornar o principal canal de divulgação do skate nacional. Foi a partir daí que passei a fotografar, escrever e divulgar os eventos de skate de toda a região nordeste. Com o tempo, passei a dedicar a maior parte do meu tempo à fotografia. E entendi que era o momento de me tornar, além de skatista profissional, um profissional do skate”

O que mais te motiva neste trabalho?

“Poder trabalhar, viver e me divertir, com algo que mudou meu estilo de vida completamente e para melhor. Que me ensinou a trabalhar em conjunto, a ver o mundo literalmente com outros olhos e mais amplo! Poder registrar novos capítulos da história do skateboard nacional e mundial... Enfim, é motivo que não acaba mais hahaha!”

O momento atual do skate é apontado como o melhor para todo o mercado que existe no entorno do skate. E para você?

“Todas as épocas do skate, tiveram os dois lados. Hoje estamos em um patamar incrível. O skate sempre foi e será um estilo de vida dos mais legais do mundo. Muitos só perceberam isso com as Olimpíadas. Mostramos que somos determinados e focados, mostramos irreverência, amor, simpatia, união, fair play...que são características do skate. O mercado do skate, principalmente, de acessórios, deu um boom após os jogos olímpicos, despertou a vontade de muita gente em relação à prática do skate, principalmente das crianças após as três medalhas do Kelvin, Rayssa e do Pedro Barros. O skate passou a ter muito mais espaço na mídia em todo o mundo. O efeito Rayssa, pais que não andavam mais e voltaram a andar por conta dos filhos, escolinhas de skate se multiplicando em todo o país, novos investimentos na Confederação Brasileira de Skate, cursos de qualificação e reciclagem de árbitros, instrutores, coordenador de eventos, de notas, locutores etc. Circuito Brasileiro STU, circuitos brasileiros de todas as modalidades, investimentos em federações, busca de conhecimento em diversas áreas como treinadores, coaches, fisioterapia, funcional dentre outras áreas ligadas a saúde e alto rendimento. E com a soma de toda essa evolução, a procura por materiais de skate aumentou, o consumo aumentou e o mercado começou a reagir de forma positiva após uma época muito ruim que foi a pandemia. O skate sempre teve um mercado auto-suficiente, com empresas de todos os ramos, rodas, rolamentos, parafusos, lixas, Trucks, Shapes, tênis, confecção, vídeos, revistas... Tudo de ótima qualidade! Então acredito que temos todas as ferramentas para termos um mercado cada vez mais forte”.

Você já parou de repente emocionado com o desempenho de um skatista específico?

“Estar fotografando seja em sessões de rua ou nos eventos, é sempre gratificante e emocionante. Várias foram as situações que me emocionaram, como fotografar meu velho e incrível irmão, Og de Souza, um paraskatista profissional de Pernambuco. O primeiro paraskatista que conheci, um talento mundial que me ensinou muito sobre agradecer a Deus por tudo em nossas vidas. Ver ele andar sempre foi mágico, e poder fotografá- lo, em diversas situações, pistas, ruas...foi a minha primeira emoção forte que tive com a fotografia. Daí em diante muitos outros me emocionaram por serem ídolos de todas as gerações do skate, como Bob Burnquist, Lyncoln Ueda, Tony Halk, Leo Kakinho, Miguel Catarina... Muita gente, a resposta iria ficar gigantesca! Hoje em dia eu citaria uma sessão de rua que fiz com a Rayssa Leal em São Paulo. Primeiro por ser nordestina, e segundo por ter sido para uma importante campanha dentro de um momento mágico da história dela: seu primeiro colorway de tênis com a Nike. Para mim foi uma forte emoção fazer parte desse capítulo de sua trajetória”. 


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