Uma história sobre versatilidade, valor pessoal, e atitude.
Certa vez, num curso de formação de líderes, fiz uma indagação ao grupo: disse-lhes que tinha um presente pra cada um; que deveriam levar consigo no mesmo dia, e que a recusa seria uma desfeita. Quem vai querer meu presente?
Ah, sim... meu presente consistia em um amarrado com 10 varas de bambu de 2,5 metros cada uma.
Vi algumas caras confusas, pessoas torcendo o nariz e me perguntando: Jorge, o que farei com este presente?
Imediatamente devolvi a pergunta.
Uma pessoa me disse que poderia fazer uma pipa ou papagaio para seu filho, mas que bastava um pedaço pequeno de uma das varas para isso. Outro disse que gostava de pescar, mas valeria a pena levar somente uma ou duas varas. E a grande maioria disse que sair dali com meu presente seria uma grande dor de cabeça.
"Não vão caber no meu carro! São muito grandes."
"Estou de moto, não tem como."
"Moro em apartamento, não tenho nem onde guardar isso."
"Pra mim, não vejo utilidade."
Sendo assim, levantei uma hipótese: vamos imaginar que vocês irão sair daqui com meu presente e vão pegar um voo direto para uma importante reunião em outra cidade, e que a companhia aérea aceitou despachar as varas de bambu. No decorrer da viagem, o avião fez um pouso forçado no mar e você conseguiu nadar até uma ilha não habitada e sem muitos recursos naturais, e que, por ironia do destino, as varas boiaram até a margem. O que você poderia fazer com estes bambus, considerando que não há previsão de resgate?
Dessa vez o discurso mudou:
"Posso construir uma casa provisória com as varas de bambu."
"Posso fazer instrumentos de caça e pesca."
"Posso usá-los para fazer fogo e me manter aquecido à noite."
"Posso desenhar uma mensagem de S.O.S."
Enfim, foram inúmeras sugestões de utilização para aquelas varas que antes seriam um problema.
Sabe qual foi a moral da história? Não foi fazer com que levassem para casa na cidade aquelas varas, nem mesmo treiná-los a como sobreviver numa situação de emergência em ilhas não habitadas.
A questão é se colocar no lugar do bambu, isso mesmo!
É perceber que, mesmo em situações de crise, você, sua força de trabalho e conhecimento podem ser essenciais. É fazer com que sua empresa e parceiros façam questão de tê-lo por perto com inúmeras possibilidades de atuação. Você é capaz de agregar valores tão importantes dentro do seu campo de atuação, a ponto de ninguém querer abrir mão da sua presença e jamais enxergá-lo como um problema, mas sim, alguém que trará constantes soluções.
Ah, e só pra lembrar... o bambu cresce primeiro para baixo, cria raízes longas e fortes, para então crescer para o alto. Crie um repertório sólido, capacite-se, esteja firme para suportar adversidades e ganhe os céus com folhagens vistosas que serão facilmente vislumbradas por todos.
Jorge Augusto N. Medeiros
Psicólogo Organizacional
Data Engineer | Data Quality | Analytics Engineer | Google Cloud Professional Data Engineer | GCP Professional Cloud Architect | AWS | DBT
4 aInvesti algum tempo lendo seus "causos". É inegável seu poder com as palavras. Cuidadosamente escolhidas e postas em sintonia com a estética do texto, suas belíssimas reflexões e analogias. Aguardo os próximos.
Gestor de RH | Business Partner | Diversidade e Inclusão | Empreendedor
7 aObrigado, Anderson. Que bom que gostou. Um abraço!
Coordenador de Suprimentos / Compras - Logística
7 aJorge, MUITO BOM!!!!!!!!!!!!!
Gestão RH Corporativo | R&S
7 aMuito bom!!!!!!!!!
Gestor de RH | Business Partner | Diversidade e Inclusão | Empreendedor
7 aObrigado, Raquel. Fique à vontade! :)