Vale mesmo a pena continuar a puxar a corda?
Quando ouvimos falar em incentivo a uma melhor relação trabalho-família pensamos instantaneamente em medidas como ter folga no dia de aniversário dos filhos, licenças, aposta em trabalho fora do escritório, entre muitas outras. De facto, é verdade que uma gestão estratégica de recursos humanos neste aspecto concorre para uma qualidade de vida dos trabalhadores aliada, em parte, a estas medidas. Esquecemos, no entanto, dos benefícios que esta gestão estratégica traz para a própria organização. Muitos de nós, ainda formatados pelos ultrapassados modelos financeiros, consideramos no topo das prioridades estabelecer a empresa no mercado competitivo. Actualmente, contudo, há fortes motivos para mover o tópico relação trabalho-vida dos trabalhadores para o topo da lista de prioridades. Sabemos hoje dos efeitos nefastos do conflito trabalho-família como o esgotamento físico e psicológico, stress e burnout. Tudo isto resulta em falta de motivação e insatisfação no trabalho levando a fraca produtividade e, em última instância, a um decréscimo do sucesso da empresa. Nestas condições será difícil chegar ao almejado mercado competitivo. Por tudo isto, a vontade é questionar aos responsáveis RH se vale a pena continuar a puxar a corda, esta corda que nos puxa para aumento de horas de trabalho, esta corda que nos prende a um mundo sempre online (não se vá receber um email de trabalho!), esta corda que nos afasta para longe dos que gostamos, esta corda que nos distancia da vida para além do trabalho. O desafio é conseguir fazer com que os colaboradores da empresa se sintam realmente comprometidos com o seu trabalho mas, simultaneamente, com graus de liberdade para gerir a sua vida.Precisamos, por isso, de largar a corda e, assim, experimentar o que de melhor que o outro pode dar.