Vale o clique: Ideias brasileiras que empoderam mulheres através da tecnologia

Escrito por Cris Sabbag em 15 May 2017. Publicado em Inquietudes

É verdade que a área de tecnologia ainda é cheia de adversidades para as mulheres. Mas, em meio a um cenário muitas vezes desanimador, surgem iniciativas que renovam nossas forças e nos fazem perceber como boas ideias podem transformar o mundo!

A Infopreta por exemplo, nasceu da vontade que a Búh D’Angelo sempre teve de trabalhar com tecnologia. Após ter seu currículo negado para diversas vagas e sofrer machismo e homofobia em um dos lugares onde trabalhou, ela decidiu montar a sua própria empresa. Assim ela criou a Infopreta, em 2013.

O negócio já seria interessante por ser uma assistência técnica comandada por uma jovem mulher negra, empreendendo do zero. Mas a ideia vai além: A empresa proporciona para todas as mulheres (cis e trans), moradoras da periferia de São Paulo e em situação de vulnerabilidade, o acesso facilitado a computadores e a manutenção de suas máquinas com preços acessíveis e muitas vezes gratuitos. Além de consertar os computadores, a Infopreta recebe notebooks e peças avulsas para montar computadores que são doados a mulheres estudantes. A campanha se chama Note Solidário.

A empresa é toda formada por mão de obra feminina e só emprega mulheres negras. Se já é difícil ver mulheres ocupando ambientes técnicos, as mulheres negras estão em número ainda menor! Com todo esse trabalho a Infopreta começa também a criar uma rede nas comunidades, construindo centros de informática e bibliotecas para auxiliar nos estudos, incentivando a permanência das mulheres na área de exatas.

E por falar em estudos, outra iniciativa incrível é a Reprograma – uma escola de programação que vem traçando novas rotas profissionais para mulheres dos mais variados setores de atuação. O curso da Reprograma tem seis semanas de duração e as mulheres aprendem programação do zero - não precisa ter nenhum conhecimento anterior na área. A cada turma, se misturam advogadas, jornalistas, donas de casa, estudantes que nunca trabalharam e mulheres das mais diversas profissões, todas curiosas para desvendar o mundo dos códigos.

Além do básico de programação front-end, elas aprendem sobre empreendedorismo, têm apoio profissional e mentoria com grandes nomes do setor de tecnologia no Brasil.

E engana-se quem pensa que iniciativas como essa estão concentradas somente em São Paulo. O coletivo Anitas, em Florianópolis – SC, organiza cursos, workshops e palestras que buscam incluir as mulheres na área de tecnologia e/ou empreendedorismo. Nos encontros ‘Conexões Anitas’ elas falam d carreira, tecnologia e liderança, e também fazem um super networking, conectando empresas do de tecnologia com mulheres que atuam ou desejam atuar no setor.

Essas são só algumas das boas ideias que estão surgindo por aí, mostrando que as mulheres estão lutando por uma sociedade mais justa e igualitária em todas as áreas – e na tecnologia não pode ser diferente!