Viola Davis: amor, resilência e foco no propósito

Dos livros que li em 2022, "Em Busca de Mim", autobiografia da atriz Viola Davis é um dos mais poderosos, lindos e tocantes. Repassando esse primeiro meio século de sua vida que a gente espera que seja longa e cheia de filmes, séries e peças de teatro, ela não poupa ternura e dureza ao lembrar de bullyings, agressões, ofensas, fome, brigas e o início da carreira. Difícil não chorar logo nas primeiras páginas!

Sem entregar grandes spoilers, afinal, é um livro que merece ser devorado, a partir das reflexões da eterna Annalise Keating de How to Get Away with Murder fiquei pensando que:

• Olhar para nossa história com a dose certa de doçura é um processo de cura, mas não é uma tarefa fácil. Como toda boa virtude, exige coragem e honestidade.
• Reconhecer as pessoas que vieram antes da gente em nossa carreira/história é um ato de gratidão, necessidade e humildade. Focar na parte boa que essas pessoas têm é ajudar a manter um legado vivo. E legado é aquilo que a gente faz e não aquilo que a gente fala que faz!
• Lutar para que todos tenham as mesmas condições é uma urgência da nossa sociedade. Se a gente continua ignorando que existem diferenças estruturais e injustiças sociais, vamos continuar correndo rumo a um espelho quebrado.
• Propósito não é uma moda, mas é uma potência que ajuda a gente a encontrar resilência onde existem muitos motivos para desistência; amor apesar dos discursos de ódio cultivados por uma sociedade desumanizada; e solidariedade como prática comum e não como exceção. Propósito e legado parecem, em muitas ocasiões, sinônimos.

Das muitas citações lindas que o livro da Viola Davis traz, finalizo com uma benção Cherokee que é concedida aos recém-nascidos:

"Que você viva tempo o bastante para saber o motivo de ter nascido".