Vitória Campeão
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Vitória Campeão

Desenhos táticos quase que "espelhados".

Propostas e dinâmicas de jogo bem diferentes.

O Vitória até começou o jogo num 1-4-3-3, com o Matheuzinho aberto na direita; o Alerrandro enfiado entre os zagueiros adversários, e o Osvaldo aberto na esquerda.

Porém, para equilibrar as ações no setor de meio-de-campo, Condé rapidamente trouxe o Matheuzinho para o coração do jogo. O Osvaldo foi deslocado para o lado direito do ataque para marcar a saída do Rezende e evitar um 2 x 1 em cima do Zeca, uma vez que o agudo do Bahia, Biel, atuava por aquele lado.

Do lado esquerdo, como não havia um jogador específico no setor do PK, este podia esperar pela passagem do Arias, lateral direito adversário, e fazer a marcação no setor.

O Bahia se apresentou no 1-4-4-2, com um losango de meio-de-campo: Caio Alexandre; Jean Lucas; Éverton Ribeiro e Cauly. Este último encostava nos dois homens de frente: Thaciano e Biel.

O Rubro-Negro esteve mais posicionado, reativo e com muita força de marcação no meio-de-campo com seus três volantes: William Oliveira; Dudu e Rodrigo Andrade. Muita imposição física no setor e puxadas de contra-ataque com o Osvaldo e o Matheuzinho.

O Tricolor tinha mais mobilidade, com um meio-de-campo leve e técnico; uma saída forte com o Santiago Arias pelo lado direito. Eventualmente, o Rezende montava uma saída a três com o Cuevas e o Kanu, ficando o Jean Lucas encarregado de ocupar a ala esquerda tricolor.

Propostas e dinâmicas de jogo contrapostas.

Por um lado, o jogo propositivo e posicional do Bahia.

Por outro, o jogo reativo, de marcação forte e de contra-ataques do Vitória.

O gol cedo, a princípio, favoreceria a proposta do Vitória que jogava pelo empate, após ter virado a partida em casa por 3 a 2. Mas a resposta do Bahia foi imediata com o Éverton Ribeiro que empatou o jogo.

A expulsão do Rezende, ainda no primeiro tempo, após falta em Osvaldo num contra-ataque rápido do Vitória, mudou o panorama do confronto.

Rogério Ceni foi audacioso e não abriu mão de continuar com o seu jogo de toques curtos e muita mobilidade, mesmo estando com um jogador a menos. Continuou envolvendo o adversário, mas sem agredi-lo de forma contundente..

Condé foi coerente. Mudou o desenho tático da sua equipe para o 1-4-3-3. Mesmo com a vantagem do empate, organizou a sua equipe para ser mais ofensiva, sem perder o seu equilíbrio defensivo.

O Bahia tinha a bola. O Vitória controlava o jogo.

As melhores oportunidades estiveram nos pés rubro-negros. Já o Bahia criou pouco e a expulsão começou a cobrar o seu custo físico.

Uma escolha acertada

Quando da expulsão do Rezende, Rogério Ceni substituiu o Biel pelo Luciano Juba e reconstituiu a lateral esquerda.

Deixou a equipe no 1-4-2-3, com o Caio Alexandre e o Jean Lucas de volantes, avançando o Éverton Ribeiro para juntar-se ao Thaciano e ao Cauly.

Funcionou bem e o Tricolor continuou com dinâmicas ofensivas interessantes, passando a impressão que poderia buscar o resultado, independentemente de estar com um homem a menos.

Cauly continuou incisivo e o Thaciano mostrava-se presente na área rival.

Mas o seu principal articulador, sob o peso dos seus 34 anos, não suportou o ritmo e passou a dar mostras de que a coordenação técnica refinada, que lhe é peculiar, estava lhe escapando.

Uma escolha duvidosa

Com o objetivo de aumentar a força ofensiva, pressionado pelo placar e pela torcida, Rogério Ceni promoveu a entrada do Ademir "Fumacinha".

Para não perder a intensidade de marcação no setor de meio-campo, Thaciano foi deslocado do comando do ataque para jogar ao lado do Jean Lucas, como um outro volante.

O Caio Alexandre deixou o jogo.

Virou "cobertor curto".

O meio-de-campo continuou forte, mas o ataque perdeu força por duas razões:

  • O Vitória não se expos tanto, uma vez que o resultado lhe era favorável. Portanto, não se apresentaram os espaços generosos para que o Ademir desenvolvesse a sua principal característica, a velocidade.
  • O Bahia perdeu presença de área com o recuo do Thaciano para a posição de volante.

Teria sido mais interessante o Ceni esperar o Éverton Ribeiro dar sinais de que não aguentaria mais, o que naturalmente acabou acontecendo, e o Ademir entraria diretamente em seu lugar.

É sempre difícil tirar da partida um jogador desse nível, porém, seu desgaste físico era evidente.

Caio Alexandre seguiria no setor que conhece bem, assim como, o Thaciano seguiria incomodando os zagueiros adversários.

Posteriormente, Ceni até tentou corrigir o erro, ao colocar o Estupiñán no lugar do seu principal articulador, deslocando o Ademir da extrema-esquerda para a extrema-direita e ficando o colombiano com a responsabilidade de se apresentar na área rival.

Gilberto também substituiu o Santiago Arias para dar mais intensidade pelo lado do campo.

Mas o tempo e, principalmente, o Vitória se encarregaram de não permitir ao Bahia as chances de buscar o resultado que lhe possibilitasse conquistar o Campeonato Baiano 2024.

O Vitória, apoiado no excelente trabalho do seu treinador e de sua comissão técnica, ergueu o troféu regional, após 7 anos, consolidando a excelente fase que a equipe e o clube atravessam.

Campeão da Série B 2023. Campeão Baiano 2024.

A Série A do Campeonato Brasileiro lhe aguarda com elevadas expectativas.

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