Viva como se não houvesse o amanhã!
Ontem foi dia das mães. Para a maioria das pessoas é um dia festivo, de celebração e felicidade. Pra alguns nem tanto. Mas fique tranquilo, esse não é um texto de autopiedade e sofrimento. É um artigo para reflexão.
Minha mãe fugia dos padrões das mulheres nos anos 1970 e 1980. Sempre foi independente. Duas características da personalidade da minha mãe ficaram guardadas em minha mente: ter disposição para o trabalho e ser muito sonhadora. Ela era uma mulher ambiciosa, e isso não é uma coisa negativa! Ambição é diferente de ganância. Lembro como se fosse hoje dela falando comigo:
Ainda vou ficar rica! Vou andar em um Mercedes-Benz conversível e cheia de jóias!
Para atingir seus objetivos ela trabalhava muito, mas muito mesmo. Além de ser mãe, dona de casa e trabalhar fora, ainda era a presidente de um orfanato. Múltiplas jornadas. Por isso, juntamente com a falta de dinheiro, raramente viajávamos, nos privamos muitas vezes dos pequenos prazeres do dia-a-dia.
Mas não precisávamos nos preocupar! Quando tudo "desse certo" faríamos tudo o que desejássemos.
Infelizmente esse dia não chegou... Como já contei em outro artigo, ela faleceu aos 41 anos de idade.
Quando fui morar no orfanato meu maior desafio era como sair daquela situação difícil. A preocupação com meu futuro ocupa minha cabeça desde os 13 anos. O que aconteceu com meus pais me marcou muito e o medo do futuro sempre foi uma companheiro constante.
Como a psicologia explica, tendemos a imitar nossos pais e hoje aos 39 anos, com esposa e filhos me vejo fazendo a mesma coisa que minha mãe. Principalmente agora que deixei o conforto de uma carreira estável como médico e resolvi empreender. Sem perceber comecei a privar minha família de pequenas felicidades em prol de uma grande vitória no futuro. Viajar no feriado? Não posso, tenho que terminar o planejamento de nossa plataforma. Ir no futebol dos meninos? Não posso, tenho reunião com o advogado da empresa. Como dizia Belchior: apesar de termos feito tudo o que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais....
Não estou aqui dizendo que devemos ser a versão moderna do "carpe diem", que não devemos ter planejamento. Todo extremo é perigoso. Estou dizendo que mesmo sem esquecer do futuro, devemos viver cada dia de uma vez. Que devemos fazer aquele passeio, mesmo que gaste um pouco a mais do que planejado, que devemos viajar nas férias, mesmo que seja para a casa de um amigo. Chegando perto da idade que minha mãe adoeceu essas reflexões se afloram. Ainda bem que vieram a tempo para mim!
Como diz o ditado chinês: o passado é história, o futuro um mistério e o presente uma dádiva! Trabalhar sim, planejar sim! Mas sem deixar de viver cada momento com quem amamos. Viva o presente, senão pode ser tarde demais! Felicidades a todas as mães!
Gestão de Processos | Gestão de Projetos | Gestão Empresarial | Gestão Patrimonial | Consultor Empresarial
6 aFala meu amigo... o caminho do vencedor é feito de decisões. Sendo estas certas ou erradas elas devem acontecer. E, uma decisão que vejo que vc tomou, é a de não ter medo decidir e, graças a Deus, vc decidiu além de ser médico e empreendedor, ser pai e marido, isso na plenitude dos conceitos. Já perdi tudo o que tinha, mas, o que não perdemos é o aprendizado de nossas decisões, sejam elas certas e erradas, e, esta dádiva, pelos seus posts, vc carrega. Paz e luz.
Gestão e Auditoria em Saúde l Relacionamento com corpo clínico l Regulação Ambulatorial l SUS
6 aViva o hoje, pois o amanhã pertence a Deus... Valorize os pequenos e mais singelos momentos em família, ela é o bem mais preciso de nossas vidas!