Você já ouviu falar em Ciclo de Caixa?
Certa vez, conversando com o dono de uma empresa ele me disse:
Luciano, tem uma coisa que não entendo no meu negócio... Quanto mais eu vendo menos dinheiro eu vejo!
Na hora eu percebi que o problema dele era de ciclo de caixa. Perguntei se ele sabia como estava o ciclo de caixa e ele disse que não... E agora?
Também conhecido como Ciclo de Conversão de Caixa ou Ciclo Financeiro, o Ciclo de Caixa é um indicador muito importante em qualquer empresa e, apesar de muitas vezes ser negligenciado, é fundamental para que a empresa se posicione corretamente no mercado de atuação e defina de forma adequada a sua precificação e o seu relacionamento com fornecedores.
Mas o que é o ciclo de caixa? Ciclo de caixa é o período compreendido entre o pagamento aos fornecedores e o recebimento dos clientes. São os dias no qual a operação fica a descoberto e necessita de capital de giro próprio ou de terceiros para se manter. Pode ser facilmente calculado utilizando a seguinte fórmula:
CICLO DE CAIXA = PME + PMR – PMP
Onde:
PME = Prazo médio de estocagem
PMR = Prazo médio de recebimento
PMP = Prazo médio de pagamento
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Conhecendo esse indicador e as características do segmento, uma empresa consegue definir políticas de estoque, prazos de pagamento à fornecedores e prazos concedidos aos clientes para pagamento, adequados à saúde financeira da empresa.
Quanto maior o indicador maior a necessidade de capital de giro para manter a empresa e cabe aos gestores trabalhar de forma a minimizar esse indicador ou então adequar os encargos pagos aos fornecedores e os cobrados dos consumidores para que a operação seja saudável, mesmo que demandando capital de terceiros para ser utilizado como capital de giro.
Conhecendo o indicador a empresa pode rever sua política de estoque avaliando a quantidade ideal de insumos necessários e verificar se compensa comprar com um prazo maior, mesmo com encargo e também avaliar o prazo e qual encargo cobrar nas vendas aos clientes.
Cabe lembrar que essas três variáveis podem ter práticas usuais de mercado e que dificultam sua gestão fazendo com que o responsável pelo planejamento financeiro utilize os encargos para montar a melhor equação para a empresa.
O cenário ideal é sempre ter um prazo médio de estoque menor, um prazo de recebimento curto e conseguir alongar o prazo de pagamento sem encargos. Mas nem sempre se consegue isso tudo. Por isso é importante conhecer o ciclo de caixa da empresa e verificar em quais variáveis o gestor tem mais facilidade em trabalhar.
Mas voltando para a história inicial, após uma breve explicação do que era e como funcionava, fizemos um estudo do ciclo de caixa da empresa e constatamos que estava muito longo.
Avaliando as variáveis verificamos que o prazo médio de estoque já estava justo e que o segmento utilizava uma prática de recebimento com 30 dias. Porém, ao analisarmos os pagamentos a fornecedores percebemos que grande parte das compras era feita com pagamento à vista e que teríamos, nesse caso, um ponto a ser trabalhado.
Desta forma foi feito um trabalho com todos os fornecedores buscando uma renegociação dos prazos de pagamento e o resultado foi muito melhor do que o esperado! Conseguimos de vários fornecedores um prazo de pagamento sem encargos. Também reavaliamos a política de encargos nas vendas e foi possível criar um desconto para os clientes que pagassem à vista.
Com essa mudança a empresa teve uma melhora espetacular no ciclo de caixa e nos resultados, diminuindo drasticamente a demanda por empréstimos bancários e tendo um fluxo de caixa muito mais saudável.
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2 aLuiz Alberto Rogoginsky temos visto por ai…
Diretor na RCP- Recuperadora de Crédito | Desenvolvimento de Negócios
2 a👍👍👍
Palestrante Internacional I Especialista e Influenciadora de RH I Recrutando os melhores talentos para sua empresa I Recrutamento e seleção I Escritora I Parcerias | Campanhas Publicitárias | Eventos I Embaixadora MNLP
2 aObrigada pelo artigo tão didático Luciano Kielmanowicz