Você sabia? Resíduos da cana-de-açúcar geram biogás utilizado como energia elétrica e combustível.
O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. De acordo com o IEA (Instituto de economia agrícola) na safra 2020/21, foi responsável pela produção de 654,5 milhões de toneladas destinados à produção de 41,2 milhões de toneladas de açúcar e 29,7 bilhões de litros de etanol. Com uma produtividade alta são gerados subprodutos como: palha, bagaço, vinhaça e torta de filtro, parte sólida da filtração do caldo da cana, que está sendo fontes de energias alternativas renováveis ganhando atenção devido as rápidas mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta.
O aproveitamento dos subprodutos tem ganhado força tanto na produção de energia elétrica quanto para a produção de biogás para ser utilizado como fonte de energia, e biofertilizante com reduzida carga orgânica (LAMONICA, 2006 apud SZYMANSKI; BALBINOT; NAGEL, 2010). A produção de biogás a partir da vinhaça agrega valor a esse efluente e contribui para uma produção de álcool e cachaça ambientalmente sustentável, em vários aspectos, reduzindo as emissões de gases geradores do efeito estufa (GEE), além dos benefícios econômicos e sociais. (FERREIRA, 2016; SZYMANSKI; BALBINOT; SCHIRMER, 2010).
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Contudo, o biogás não é um produto puro, ele é uma mistura de gases gerados quando ocorre a decomposição anaeróbica de substâncias orgânicas, e.g. vinhaça, tendo como principal componente o metano, que atua como combustível. A composição dessa mistura varia de acordo com vários fatores, como: característica do substrato orgânico a ser decomposto; tipo e condições de funcionamento do biodigestor; pressão e temperatura durante o processo de fermentação, entre outros. Uma composição típica do biogás pode se apresentar da seguinte forma: 60% de metano (CH4 ), 35% de dióxido de carbono (CO2 ) e 5% de uma mistura de hidrogênio (H2 ), nitrogênio (N2 ), amônia (NH3 ), ácido sulfídrico (H2 S), monóxido de carbono (CO), aminas voláteis e oxigênio (O2 ). Dependendo do processo de biodigestão e da origem do substrato orgânico, o teor de metano pode variar de 50 a 70%.
O biogás obtido pelos resíduos da cana-de-açúcar também pode gerar energia elétrica. E, em tempos de crise hídrica e energética, os especialistas comentam a importância de aumentar o uso dessa fonte de energia, e também é considerada fonte de energia limpa por virem de uma matéria orgânica, o que faz com que o dióxido de carbono (CO2) emitido por eles seja absorvido pelas plantas, diferentemente do que ocorre com uma fonte fóssil, que fica na atmosfera.