Web Summit em terras cariocas: conexões e tendências

Não poderia começar um texto sobre o Web Summit Rio 2023 sem comentar sobre o principal avanço que promete levar a inovação a outro patamar nos próximos anos. Você pensou #InteligênciaArtificial, mas o meu destaque é outro: a proporção de mulheres no evento, que foram 40% entre os participantes, 37% entre palestrantes e levaram mais de 200 startups à feira de negócios do maior encontro de tecnologia do mundo.  

Apesar da representatividade menor que na edição europeia, percebi uma diferença em relação à última da qual participei em Lisboa – de lá, havia saído com a sensação de que o público feminino se concentrava no lounge dedicado a nós, o que não se repetiu na cidade maravilhosa: por aqui, ocupamos de forma mais equilibrada todos os espaços. Esse é um reflexo do efeito positivo escalável de ações afirmativas simples e facilmente executáveis como o desconto nos ingressos para Women in Tech. 

Falou-se bastante em inclusão de mulheres em TI, sobre o papel da diversidade no ecossistema, grandes executivas como Tania Cosentino compartilharam suas expertises no setor... e, sim, Inteligência Artificial com certeza foi o termo mais repetido durante o evento. Foram pelo menos 40 sessões com #AI já no título, e incontáveis menções pelos mais de 20 mil participantes que se reuniram nos 4 dias de conferência nesta última semana. 

É interessante observar a evolução dos debates. A questão não é mais quando ou se vale a pena adotá-la, mas sim como fazer isso da maneira mais responsável e segura possível. Afinal, parece ser unanimidade que a IA vai e já está mudando a forma como TODOS os negócios operam, sem distinção de setor, porte ou público. 

Um dos conteúdos mais completos sobre esse tema foi exposto na masterclass da Microsoft , que detalhou como usufruir dos novos modelos de IA generativa para inovar e impulsionar os negócios, não apenas por acelerar processos, mas também a criação de novos produtos. No webinar que WE Impact e WE Ventures realizaram junto com a MS na semana anterior, demos uma palhinha. 

Por outro lado, a antiga preocupação com a dualidade “humanos versus máquinas” não ficou totalmente do passado. Aqui, tomo emprestadas as palavras de Marienne Coutinho , da KPMG Brasil , ao conduzir um dos painéis no palco SaaS Monster. Ela destacou a missão fundamental das lideranças no correto direcionamento de profissionais que interagem com essas novas soluções, para que entendam que o seu papel é indispensável no processo de adoção e uso de maneira realmente eficiente. 

Em sua analogia, se há por aí muitas empresas que compram uma Ferrari mas no fim do dia dirigem um carro popular, é pela falta de investimento em pessoas na mesma medida do investimento em ferramentas. “Nem todos estão familiarizados com AI. Nós, como líderes, estamos preparando nossos colaboradores para serem protagonistas do engajamento com a tecnologia?”, ela questionou. 

Alguns outros insights bacanas desse ponto de vista mais “humano” vieram do painel “AI for good”, que destacou, como oportunidade para as empresas, utilizar a tecnologia para tornar a vida de colaboradores e da sociedade melhor. Como aplicar a Inteligência Artificial para acelerar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, principalmente o 8 (emprego digno e crescimento econômico) e o 10 (redução das desigualdades)? E para preencher os requisitos do Sistema B? Ela permite gerar impacto positivo em escalas muito maiores. 

No mais, o ponto alto do evento é de longe a oportunidade de conexões, em especial para investidores e líderes de startups dispostas e dispostos a mostrar o potencial de seus negócios.

Participar do Web Summit significa estar lado a lado com quem decide para onde o mundo vai em termos de inovação. E que felicidade ver que ela será cada vez mais impulsionada por diferentes olhares e perspectivas. Afinal, essa é a maior mola propulsora para inovar.

Nos vemos no próximo?