ALFRED ADLER E A LIDERANÇA

ALFRED ADLER E A LIDERANÇA.

Adler, na sua obra, deu destaque ao fator da agressividade e aos mecanismos de inferioridade e de ânsia do poder, introduzindo o conceito de sentimento ou complexo de inferioridade.

Ele entende o comportamento humano em termos de integração do indivíduo ao seu contexto ambiental, físico e social, através da vontade consciente. A vida humana resulta em uma luta dinâmica pela perfeição e o indivíduo é uma entidade criativa e autodeterminada, que faz seu próprio destino.

O que determina o nosso comportamento não é o mundo real, mas a opinião do indivíduo sobre si próprio, e sobre o mundo. Todos nossos problemas precisam ser vistos em seu contexto social. A estrutura da personalidade de cada indivíduo, é formada na primeira infância, incluindo seus ideais, emoções e desejos, e os meios que divisa para alcançá-los. 

O ser humano tem como fator motivador a busca pela perfeição. Ela se expressa por diferentes mecanismos: a relação e a adaptação social; a preocupação do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos; a luta pela superioridade, incluindo busca do poder e notoriedade; agressividade, em particular frente à frustração, que seria o instinto básico aos quais todos os demais estariam subordinados.

Cada pessoa é uma totalidade integrada num sistema social. O meio social, e a preocupação contínua do indivíduo em alcançar objetivos preestabelecidos, são os determinantes básicos do comportamento humano, o que inclui a sede de poder e a busca de notoriedade, de deixar nossa marca, nossa identidade nas nossas realizações.

A interação social, com as pessoas, pode originar um complexo de inferioridade, e a integração equilibrada do indivíduo na sociedade não é fácil de atingir. As pessoas sadias são aquelas socialmente úteis, as quais apresentam interesse social e energia para atingir seus objetivos, desenvolvendo amor, amizade, ternura, altruísmo.

A vontade de ter poder no meio onde o ser humano atua é tão importante, na psicologia humana, quanto a influência da vida afetiva e sexual no comportamento do indivíduo. A frustração, por não ter poder na relação com outras pessoas, cria o complexo de inferioridade, um sentimento de fracasso pessoal, que é a raiz de muitos transtornos psicológicos. Os grandes desafios do indivíduo são: realizar-se no trabalho, na amizade e no amor.

Três aspectos negativos da personalidade humana têm origem na infância: a inferioridade orgânica; Tais pessoas tem dificuldade de estabelecer uma competição construtiva e positiva; a atitude das crianças mimadas, que têm dificuldades para desenvolver interesse social e cooperação; as crianças negligenciadas, que nunca conhecem o amor e a cooperação, o que não lhes dá confiança na sua capacidade para serem consideradas pessoas úteis e para ganharem o afeto e a estima dos outros.

Adler mencionou distorções da personalidade, que representam fuga dos objetivos pessoais e da racionalidade da vida social, que levam à doença mental ou psicose. Por isso, as pessoas devem tentar compensar seus sentimentos de inferioridade devidos a suas próprias deficiências. Todos nós temos uma predisposição para desenvolver sentimentos de inferioridade, já que nascemos, e atravessamos nossa infância com grande dependência do cuidado dos pais e dos outros seres humanos que nos cercam.

Em geral, buscamos superar o sentimento de inferioridade por meio da busca compensatória de poder, domínio e superioridade, os quais são alcançados, ou não, na nossa interação social. A luta pelo poder, como resultado, seria uma das primeiras compensações resultantes de um sentimento de inferioridade.

Se a pessoa não elabora seu sentimento de inferioridade corretamente, poderá ter uma relação inadequada com o poder, que o exercício de uma posição de chefia lhe permite exercer. Assim, um líder autoritário, no fundo, é um ser humano que não elaborou seu sentimento de inferioridade e busca afirmar-se, de uma forma distorcida, na sua relação com seus subordinados, buscando mostrar a eles que todo o poder é controlado por ele, e não compartilhado de maneira nenhuma. Esse líder não acredita em coliderança, e trabalho de equipe, e não permite que as outras pessoas sejam criativas e inovadoras.

ALFRED ADLER AND LEADERSHIP.

Adler, in his work, emphasized the factor of aggressiveness and the mechanisms of inferiority and craving for power, introducing the concept of feeling or inferiority complex.

He understands human behavior in terms of integrating the individual into his environmental, and physical and social context, through conscious will. Human life results in a dynamic struggle for perfection and the individual is a creative and self-determined entity, which makes its own destiny.

What determines our behavior is not the real world, but the individual's opinion of himself and the world. All our problems need to be seen in their social context. The personality structure of everyone, is formed in early childhood, including their ideals, emotions and desires, and the means by how they achieve them.

The human being is motivated by the search for perfection. It is expressed through different mechanisms: the relationship and social adaptation; the individual's concern with achieving pre-established goals; the struggle for superiority, including the search for power and notoriety; aggressiveness, particularly in the face of frustration, which would be the basic instinct to which everyone else would be subordinate.

Each person is a totality integrated in a social system. The social environment, and the individual's continuous concern with achieving pre-established goals, are the basic determinants of human behavior, which includes the thirst for power and the search for notoriety, leaving our mark, our identity in our achievements.

 Social interaction with people can create an inferiority complex, and the balanced integration of the individual into society is not easy to achieve. Healthy people are those who are socially useful, who have social interest and energy to achieve their goals, developing love, friendship, tenderness, altruism.

The desire to have power in the environment where the human being operates is as important, in human psychology, as the influence of affective and sexual life on the individual's behavior. Frustration, for not having power in the relationship with other people, creates the inferiority complex, a feeling of personal failure, which is the root of many psychological disorders. The great challenges, of the individual, are: to be fulfilled in work, in friendship and in love.

Three negative aspects of human personality are originated in childhood: organic inferiority. Such people find it difficult to establish positive and constructive competition; the attitude of spoiled children, who have difficulties in developing social interest and cooperation; neglected children, who never know love and cooperation, which does not give them confidence in their ability to be considered useful people and to gain the affection and esteem of others.

Adler mentioned personality distortions, which represent an escape from personal goals and the rationality of social life, which lead to mental illness or psychosis. Therefore, people should try to compensate for their feelings of inferiority due to their own deficiencies. We all have a predisposition to develop feelings of inferiority, since we are born, and we go through our childhood with great dependence on the care of parents and other human beings around us.

In general, we seek to overcome the feeling of inferiority through the compensatory search for power, and dominance and superiority, which are achieved, or not, in our social interaction. The power struggle, as a result, would be one of the first compensations resulting from a feeling of inferiority.

If the person does not elaborate his feeling of inferiority correctly, he may have an inadequate relationship with the power, which the exercise of a leadership position allows him to exercise. Thus, an authoritarian leader, deep down, is a human being who did not elaborate his feeling of inferiority and seeks to assert himself, in a distorted way, in his relationship with his subordinates, seeking to show them that all power is controlled by him , and not shared in any way. This leader does not believe in leadership, and teamwork, and does not allow other people to be creative and innovative.