Oportunidades para os países do Sul Global no mundo multipolar

Oportunidades para os países do Sul Global no mundo multipolar

O Radar ESG é o seu guia InPress Porter Novelli de comunicação e sustentabilidade empresarial. Clique aqui para assinar e receber um aviso sempre que uma nova edição for publicada.


Participar e debater algumas das questões contemporâneas mais urgentes, por pontos de vista diferentes do que estamos acostumados, em plena Adis Abeba, capital da Etiópia e sede da União Africana, foi uma das experiências profissionais mais enriquecedoras que já tive. Não apenas por me apresentar a novas ideias e formulações de mundo, mas também como exercício de ampliação de horizonte que nós, profissionais de comunicação, sempre devemos praticar, mas que o dia a dia, muitas vezes, nos impede de fazer. 

Foram três dias intensos, em outubro, de debates técnicos profundos sobre economia e política monetária, com propostas arrojadas em temas como desenvolvimento, transição ecológica justa e equidade para os países do Sul Global – em especial, para o continente Africano. 

Logo notei que na “Terceira Conferência sobre a Soberania Monetária e Econômica da África” havia um assunto favorito: a necessidade (e o desejo) de colaboração entre diferentes países do Sul para explorar as oportunidades econômicas abertas no novo mundo multipolar. 

A InPress Porter Novelli foi convidada a participar do evento após uma bem-sucedida parceria com a IDEAs (International Development Economics Associates), uma rede de economistas progressistas do Sul Global. A agência ficou à frente da comunicação da Conferência Global sobre Reforma da Arquitetura Financeira Internacional, encontro promovido pelo IDEAs em agosto, no Rio de Janeiro (RJ), no âmbito das discussões do G20. A União Africana, que reúne 55 países, tornou-se membro permanente do grupo que reúne as maiores economias do planeta em 2023, com forte apoio do Brasil, que este ano presidiu a cúpula do G20.

Daqui a 10 dias, na Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro, o governo brasileiro passará o bastão da presidência do G20 para a África do Sul, dando continuidade ao ciclo de lideranças de países do Sul Global, iniciado em 2022, com a Indonésia, e o tema da arquitetura financeira internacional deve continuar na pauta das discussões.

Retornando à Conferência de Adis Abeba, uma das questões centrais para debate era: quais oportunidades econômicas os países em desenvolvimento podem vislumbrar no cenário atual marcado por múltiplas crises de dívida, desenvolvimento e clima, além do ressurgimento de guerras em grande escala? 

No evento, organizado pela IDEAs e pela Coalizão para o Diálogo sobre a África (CoDA), ouvimos economistas, cientistas políticos e pesquisadores de vários continentes, além de nomes importantes, como o ex-primeiro-ministro do Sudão Abdalla Hamdok, o ex-embaixador da Nigéria, Segun Apata, e os ex-ministros do Equador, Andrés Arauz e Guillaume Long.  

Importantes pautas da presidência brasileira da cúpula do G20 estiveram em discussão também durante a conferência. Entre elas, a proposta da reestruturação do atual sistema financeiro internacional para lidar com desafios globais urgentes, como o enfrentamento às mudanças climáticas e o combate à pobreza. 

“É hora de desafiar ousadamente as ideias antigas e os interesses estabelecidos que as mantêm no lugar. A mudança climática não nos deixa escolha”, alertou o economista Howard Stein, professor na Universidade de Michigan (EUA), no painel Mudanças Climáticas e o Financiamento da Transformação Ecológica.

Deixei Adis Abeba, uma cidade em franco momento de desenvolvimento, com dois aprendizados. O primeiro, de vislumbrar oportunidades com potenciais parceiros do Sul Global no âmbito da comunicação e também da academia, da filantropia, além dos setores público e privado. E o segundo deles, não menos importante, de que um outro mundo realmente é possível, como foi proposto na Conferência e será reafirmado pelas propostas da sociedade civil no G20, em bases mais sustentáveis e equitativas.


Comunicação ESG: transparência e estratégia para atender às novas normas obrigatórias

À medida que o mundo corporativo se ajusta às crescentes demandas por responsabilidade socioambiental, as novas exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) trazem um chamado claro: a comunicação ESG precisa ser mais estratégica e transparente do que nunca. 

Em reunião recente do Comitê de Comunicação sobre ESG da Aberje, a especialista Nathalie Vidual alertou para a necessidade de um novo rigor nos relatórios ESG, que a partir de janeiro de 2026 serão obrigatórios a todas as empresas com capital aberto ou com a intenção de abri-lo. A partir dessa data, elas precisarão garantir que suas práticas e informações estejam totalmente alinhadas com os padrões exigidos por meio de uma comunicação precisa e de dados confiáveis.

Entre os pontos destacados, figuram a importância de estabelecer metas com aderência aos indicadores IFRS (International Financial Reporting Standards) e a exigência de dados rastreáveis e verificados para assegurar a veracidade das divulgações. Esses novos padrões representarão um avanço significativo na maneira como empresas alinham sua comunicação e operam para cumprir os requisitos de sustentabilidade e governança.



Um giro pelas principais notícias dos últimos dias

_A reeleição de Trump levanta questões sobre o impacto nas políticas ESG, especialmente para empresas brasileiras com operações nos EUA. Entenda como as mudanças nas políticas americanas podem influenciar o mercado brasileiro.

_A COP16, realizada na Colômbia, terminou sem consenso sobre pontos importantes, apesar de conquistas pontuais na preservação da biodiversidade global. Divergências entre nações comprometeram a conclusão de acordos fundamentais

_A colunista Carol Kossling explora como o G20 tem tratado as pautas ESG e o impacto dessas iniciativas nos países membros, especialmente com o foco em sustentabilidade e inclusão social.

_Em um cenário de críticas crescentes ao ESG, um artigo do Valor Econômico investiga as razões e as motivações que impulsionam a resistência às práticas de sustentabilidade corporativa.


Clique num dos emojis abaixo para avaliar:

👍 👎


Tem alguma sugestão, dúvida ou quer contar com o apoio dos nossos especialistas?

Entre agora em contato.


Clique em "Assinar" para receber as próximas edições do Radar ESG. Até mais!

To view or add a comment, sign in

Explore topics