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Por Júlio Nascimento — Campinas, SP


Um empate ruim, mas que pode dar ao Guarani um norte na briga contra o rebaixamento na Série B. É assim que o Bugre pode encarar o 1 a 1 diante da Ponte Preta, no último domingo, no Brinco de Ouro, pela 13ª rodada da Série B.

Sem vencer há nove jogos e na última posição da competição, o time comandado por Pintado apresentou, aos trancos e barrancos, algumas soluções que podem ser úteis no futuro. Mas há muito a se fazer.

Guarani 1 x 1 Ponte Preta | Melhores Momentos | 13ª Rodada | Série B 2024

Guarani 1 x 1 Ponte Preta | Melhores Momentos | 13ª Rodada | Série B 2024

O cenário é negativo: seis pontos e oito do primeiro time fora do Z-4. Mas ao mesmo tempo que o empate não alivia a crise do Guarani, ele também dá esperança. A apatia das últimas partidas deu lugar a um time aguerrido que mostrou mais organização, criou boas chances no primeiro tempo e poderia ter melhor sorte se não fosse pela expulsão de João Victor aos 12 minutos do segundo tempo.

Ainda é pouco para um time que perdeu 9 dos 13 jogos na competição e está há muitas rodadas na lanterna? Sim. O Bugre ainda precisou contar com boas intervenções de Vladimir para não ter um saldo negativo ainda maior, mas ao menos a mudança de postura foi reconhecida pelos quase 10 mil torcedores que foram ao Brinco de Ouro. E deu esperança para os próximos jogos.

Guarani x Ponte Preta, derbi 207 — Foto: Raphael Silvestre/GuaraniFC

O Guarani foi a campo com cinco mudanças na escalação: Matheus Bueno, Airton e João Victor voltaram ao time titular, enquanto Lucas Araújo substituiu Anderson Leite, suspenso, e Diogo Mateus herdou a vaga do lesionado Heitor. Os primeiros 30 minutos foram os melhores da equipe sob o comando de Pintado até agora, ainda mais diante da carga emocional que tem um clássico.

Contra todos os prognósticos, o Bugre soube resistir os ataques mais perigosos da Ponte Preta e equilibrou as ações durante a primeira etapa. João Victor estava levando vantagem em cima de Edson, improvisado na lateral direita, enquanto Lucas Araújo e Matheus Bueno apresentavam uma perspectiva positiva como dupla de volantes para o futuro.

A resiliência também foi uma marca importante do primeiro tempo. Justamente no momento mais positivo da Ponte Preta, o Guarani foi veloz e aproveitou o rebote do escanteio de Elvis. João Victor serviu Matheus Bueno, que tocou por cima de Pedro Rocha e encontrou Luan Dias, sozinho, para abrir o placar.

Luan Dias abriu o placar em jogada de Matheus Bueno — Foto: Raphael Silvestre/Guarani FC

Nos últimos 15 minutos, o ritmo do Guarani diminuiu. A equipe não conseguiu sustentar a pressão alta e abriu espaços para o crescimento da Ponte Preta. O goleiro Vladimir precisou aparecer novamente para evitar um empate antes do intervalo. O problema, porém, é que o Bugre não conteve o ímpeto adversário no segundo tempo e não teve atenção na bola parada.

Os visitantes chegaram ao empate antes dos dez minutos da etapa final. Elvis cobrou escanteio e achou Jeh, sozinho, para deixar tudo igual no Brinco de Ouro. A partir deste momento, a organização e entrega do primeiro tempo virou necessidade em demonstrar entrega. Minutos depois do gol sofrido, João Victor levou o segundo amarelo por pisão em Dodô - o primeiro foi por uma discussão nos primeiros minutos - e deixou o Guarani em desvantagem numérica.

Dali em diante o que se viu foi ataque contra defesa. O Alviverde até soube sofrer, mas praticamente abriu mão da posse de bola e se fechou para tentar segurar o empate. Em poucos momentos, ainda tentou apostar na velocidade de Luccas Paraizo e Bruno Oliveira, mas sem êxito para conseguir o que seria uma vitória de superação.

Agora o Guarani tenta recolher os cacos para focar no Sport, adversário do próximo domingo em confronto contra um dos postulantes ao acesso. É mais um jogo que precisa ser encarado como final. É mais um daqueles jogos em que a vitória é o único resultado possível.

O torcedor espera que a mesma entrega do dérbi seja repetida, mas com novos ajustes e um placar final suficiente para derrubar um jejum que se estende por nove rodadas. Há caminho para a reação, mas ela não pode mais ser adiada.

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