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Por — Rio

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GERADO EM: 26/06/2024 - 17:01

Transição Energética no RJ: Desafios e Oportunidades

O Diálogos RJ debate a transição energética no Brasil, enfatizando a necessidade de investimentos em infraestrutura e regulações para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Autoridades e especialistas discutem os desafios e oportunidades para o Rio de Janeiro, visando o desenvolvimento sustentável e econômico.

De olho na transição energética para uma economia de baixo carbono, o Rio de Janeiro tem atraído investimentos que ajudarão na redução do volume de emissões de gases do efeito estufa (GEE). O cardápio de projetos inclui desde apostas em negócios nascentes, como as usinas de biometano — gás renovável que é substituto idêntico do gás natural — da Gás Verde, a expansão da rede da Naturgy, o polo logístico do Porto do Açu e um leque variado da Petrobras, que vai de investimentos em fontes de geração de eletricidade mais consolidadas até experimentos com eólicas em alto-mar.

Executivos dessas empresas falaram sobre seus planos de investimento, e sobre as perspectivas de futuro, em mais uma edição do Diálogos RJ, seminário organizado ontem pelo GLOBO. O evento foi transmitido ao vivo no canal do Jornal O GLOBO no YouTube:

Um pontapé para impulsionar essa nova fase de investimentos foi dado na semana passada, quando o governo do estado enviou para a Assembleia Legislativa (Alerj) seu novo plano de transição energética. O foco é descarbonizar a matriz energética estadual, desenvolver indústrias e serviços de baixo carbono e promover uma transição energética justa e inclusiva, resumiu Felipe Peixoto, secretário interino de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio.

— O Rio extrai a maior parte do petróleo e gás do Brasil e produz energia nuclear. Não queremos viver só de passado e, sim, olhar para o futuro. Por isso, criamos esse plano de transição energética — disse Peixoto, que participou do painel “Políticas e regulações estratégicas para o desenvolvimento”, o primeiro do seminário de ontem, que foi mediado pelo jornalista Alexandre Rodrigues, editor assistente de Economia do GLOBO.

Piloto de eólica offshore

A Petrobras firmou recentemente um memorando de entendimento com o governo estadual do Rio para a realização de estudos conjuntos para avaliar a viabilidade de implantação de um projeto piloto de geração de eletricidade eólica offshore, com torres e turbinas instaladas em alto-mar. O experimento, no litoral norte do estado, perto do Porto do Açu, será um dos projetos da estatal na área — o outro ficará no Rio Grande do Norte.

Em outra frente, a Petrobras vai investir em um projeto para capturar e armazenar gás carbônico em Barra do Furado, em Quissamã, região norte do estado. Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética da estatal, lembrou ainda do uso do gás natural para abastecer usinas termelétricas e substituir combustíveis que emitem mais GEEs, como o óleo diesel:

— No Rio, temos duas (usinas) térmicas e mais uma planejada para o Gaslub (refinaria que está sendo construída no lugar do antigo Comperj, em Itaboraí, na região metropolitana). A (geração de eletricidade) térmica é central na transição. É necessário ter térmicas flexíveis na atual matriz do Brasil, com avanço das renováveis. E, no Rio, vamos adotar a unidade de refino para fazer o coprocessamento de petróleo e óleos vegetais para produzir o diesel renovável.

Biometano em expansão

Os investimentos para aproveitar a produção de gás natural também podem impulsionar a demanda por biometano, gás renovável que serve como substituto idêntico do gás fóssil. O biometano é produzido a partir do processamento do biogás, gerado na decomposição natural de resíduos sólidos, do lixo urbano a rejeitos da produção agropecuária.

Marcel Jorand, CEO da Gás Verde, disse durante o seminário que a empresa vai ampliar sua produção de biometano de 160 mil metros cúbicos por dia para mais de 500 mil, até 2026, com investimentos em novas usinas no Rio. A Gás Verde já opera a maior usina de biometano do país, que aproveita o biogás gerado no Aterro Sanitário de Seropédica, que recebe o lixo da capital fluminense, desde que o lixão de Gramacho foi desativado.

— O Rio é líder na produção de biometano no Brasil. Vamos ampliar essa liderança. Queremos atender a demanda de clientes que querem descarbonizar suas operações. Além disso, vamos inaugurar a primeira planta de triagem de lixo no Rio para separar o que é reciclável e transportar menos lixo — disse Jorand.

GNV em caminhões

Christiane Delart, diretora de Distribuição da Naturgy, distribuidora do gás encanado na região metropolitana do Rio, lembrou que o gás natural é o combustível da transição energética — já que emite menos GEEs do que os combustíveis a base de petróleo.

Ao destacar que a companhia criou uma diretoria de gás renovável, a executiva afirmou que quer levar o gás natural veicular (GNV) para caminhões e, futuramente, usar o biometano como substituto do combustível.

— O Rio é um exemplo de uso de gás natural para veículos leves. São 1.700 postos (de combustível) que vendem GNV. A oportunidade é levar para o transporte pesado. Ao sair do diesel para o gás natural, você reduz 25% as emissões. E com o biometano você tem uma queda de 90%. Vamos trabalhar isso com os corredores sustentáveis, começando pela Via Dutra — disse Christiane.

Mauro Andrade, diretor de Novos Negócios da Prumo Logística, empresa que controla o Porto do Açu, lembrou durante o seminário que o Rio tem uma multiplicidade de oferta, com gás natural e energias renováveis:

— Ao juntar a produção de biometano, gás natural, potencial de biogás e biocombustíveis, o estado tem um diferencial. No fundo, estamos falando de como criar demanda. Precisamos pensar grande. Já temos uma matriz limpa. Temos que atrair a manufatura e abraçar esse discurso.

Bernardo Rossi, secretário do Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio, destacou que, para conceder o licenciamento, a legislação estadual cobra que o investidor informe o volume de emissões de GEEs:

— Temos um núcleo só para apoiar empresas que querem fomentar a energia limpa. Precisamos encarar essa realidade. Mas temos ainda um tema importante que não tem legislação, que é o crédito de carbono. Estamos trabalhando em uma iniciativa de reflorestamento com o BNDES. Vamos lançar uma bolsa verde para que as empresas participem desses restauros. É um nicho novo que o Brasil está perdendo.

Rio tem papel fundamental na transição, dizem especialistas

Autoridades e especialistas que participaram do seminário destacaram que o Rio de Janeiro tem um papel fundamental para acelerar a transição energética no Brasil, por conta de sua posição de liderança na produção de petróleo e gás — o estado é responsável por mais de 80% da produção nacional. Mas há desafios para o estado aproveitar todo esse potencial.

Ao lado de Rodrigues (esq.), Peixoto, Heloísa, Leal e Gonçalves destacaram diferenciais do Rio — Foto: Fabiano Rocha
Ao lado de Rodrigues (esq.), Peixoto, Heloísa, Leal e Gonçalves destacaram diferenciais do Rio — Foto: Fabiano Rocha

— Podemos migrar o expertise do petróleo para outras fontes renováveis. O desafio da descarbonização é a redução das emissões (de GEEs) e isso passa não só pela substituição das fontes (de energia), mas pelo crescimento da economia e do Rio. E temos que fazer isso de forma sustentável. Há um grande contingente de pessoas vivendo abaixo do ideal e, por isso, há a expectativa de aumento no consumo de energia. Temos que garantir mobilidade urbana e permitir mais qualidade de vida nas residências — disse Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal que se dedica ao planejamento de longo prazo do setor.

O deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), vice-presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, afirmou que o desafio é pensar em inclusão e descarbonização para as pessoas:

— No Rio, a transformação é diferenciada. Produção de petróleo offshore (em alto-mar) é no Rio de Janeiro. O estado passa a ter um papel diferenciado para esse debate. Precisamos conviver com isso e investir em projetos de baixa emissão. Além disso, as três usinas nucleares estão no Rio.

Felipe Gonçalves, superintendente de Pesquisas da FGV Energia, cobrou que incentivos introduzidos por políticas públicas ajudam a viabilizar os projetos, mas sejam usados de forma planejada:

— É importante não demonizar isso e usar de forma mais inteligente do que já usamos no passado. Temos um quebra-cabeça com mais peças. Temos o desafio de abundância de oportunidades e de recursos. E essa complexidade gera um desafio regulatório. A transição tem a perspectiva da substituição do consumo de forma a ter uma geração mais sustentável e como entregar uma energia mais limpa. E o Rio tem essas duas perspectivas de forma intensa.

Mais energia solar

Felipe Peixoto, secretário interino de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio, lembrou ainda do processo de renovação das concessões de energia elétrica:

— Queremos permitir a ampliação de subestações de energia e trazer energia mais barata. Além disso, temos a energia nuclear e queremos fortalecer a construção de Angra 3, que é uma energia limpa (em termos de emissões de GEEs). Há muitos pedidos de investimento em energia solar. Na mobilidade urbana, temos o gás, mas queremos ir além, com os veículos elétricos e, futuramente, o hidrogênio verde e o biometano.

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