Na minha modesta opinião, precisamos parar de demonizar os ricos e bem-sucedidos em detrimento dos pobres necessitados. Aqui no Brasil, talvez por influência da Igreja Católica, ser rico ou pertencer a uma família rica, chega a ser quase uma ofensa. O fato concreto é que muitas pessoas que com ele conviveram, são unânimes em reconhecer sua generosidade, simplicidade e caráter para com os colegas, familiares e empregados. Há que se refletir e pontuar algumas questões; 1. Não se tem notícias de que na década de 40, mesmo o serviço militar sendo obrigatório, rapazes de família rica ou abastada servissem em qualquer das forças armadas; 2. Mesmo nos dias de hoje, onde a educação brasileira ocupa invariavelmente os últimos lugares em diversos rankings, são os filhos de classe média alta que tem como estudar em boas escolas, e com isso garantir vagas nas Universidades mais bem classificadas. 3. O fato de uma pessoa pertencer a uma família rica, não necessariamente significa que seu futuro está garantido. Haja vista o que fizeram recentemente Bill Gates e Mick Jagger com suas respectivas fortunas. Pelo menos em testamento fizeram questão de nada deixar para seus filhos, a não ser condições para que estes construam seu próprio futuro. Até provem em contrário, Silvio Santos foi um home dotado de grande tino comercial e sem sombra de dúvidas, bem-sucedido. Pode até ser que o fato de ser de família judia o tenha ajudado em certa maneira. Porém, não fossem suas qualidades individuais em comunicar-se com as pessoas fossem de que classe fossem, este “detalhe” de pertencer a essa ou àquela família não significaria nada.
Vamos acabar com essa fanfic do camelô que virou um bilionário da TV? 1) A família Abravanel “é uma das famílias de Judeus mais antigas e ilustres”, de acordo com a Wikipedia. O supostou camelô já até contou que seus antepassados gerenciavam as finanças das famílias reais portuguesa e espanhola desde o século 15 — inclusive tendo financiado as expedições do Colombo às Américas. (O que equivale a financiar a exploração espacial hoje em dia.) 2) Se ainda não ficou claro, os avós dele (eu disse avós, não tatatatataravós) literalmente tinham o título nobre de Dom. Aqui no Brasil, Dom foi traduzido para Señor (estranhamente similar ao título feudal), mas como o nome inteiro soava burguês demais, o filho se travestiu de "Sílvio". 3) O interessante é que o feudalismo não ficou só no nome: o camelô já tinha 70 MIL HECTARES de terras na década de 70. (Lembrando que UM hectar equivale a MIL metros², ou seja, são 700.000.000 metros² de terra.) Que por** de ambulante é esse que em 20 anos acumulou mais terras que um lorde da idade média?! 4) Não é interessante que ele conseguiu não apenas comprar essas terras todas, mas inclusive uma emissora durante a ditadura militar?! Você deve imaginar que isso não requer apenas dinheiro, mas também influência com o alto escalão do exército — e adivinha onde esse pobre Señor cresceu? Por fim, camelô não morre com quase 100 anos. Não precisamos discutir em que classe social ele nasceu ou deixou de nascer, mas a gente tá falando de uma família que, literalmente, deu origem ao estereótipo do judeu rico. Tem que ser muito inocente pra achar que esse cara era um camelô fodi**.