10 erros que complicam o palestrante
"O medo é um rio que se atravessa molhado." Mia Couto

10 erros que complicam o palestrante

1 – Não ter uma estrutura definida – Todo discurso precisa se apoiar em uma estrutura com abertura, desenvolvimento e final. Se a estrutura for frágil o conteúdo não se sustenta. É o que comumente chamamos de saber o roteiro da palestra. Quanto melhor a estrutura mais segurança para seguir até o fim e mais tranquilidade para improvisos durante a apresentação. 

2 – Não dar atenção à comunicação não-verbal – É entediante ficar ouvindo um palestrante que não se expressa corporalmente. O objetivo dos gestos de mãos e braços é direcionar a atenção das pessoas para o rosto e boca. Ative o sorriso para "quebrar o gelo" e inclua as pessoas no campo de visão. Antes mesmo de transmitir palavras, nosso corpo já está falando e criando empatia emocional com a plateia.

3 – Não modular os tons de voz – As palavras devem ser saboreadas, destacadas, sublinhadas para ter força de expressão. O cuidado com a qualidade da voz realça sentidos dando um colorido especial ao discurso. Falar alto, baixo, variar ritmos e inflexões embeleza e cativa.

4 – Não perceber o quanto a plateia está entediada – O palestrante precisa ficar atento à energia de “feedback”, o retorno de sua plateia. Perceber a emoção geral do público a cada momento é termômetro para o palestrante dar mais energia, usar de humor ou interagir com perguntas.

5 – Não mostrar segurança e confiança – A atitude física e emocional do palestrante perante o público gera interpretações e julgamentos. Quanto mais ensaiar e explorar qualidades de expressão corporal, vocal e emoções, mais possibilidade de obter interpretações positivas, isso sem esquecer da qualidade do conteúdo, óbvio.

6 – Não aproveitar o silêncio e as pausas – Lembre-se da canção de Lulu Santos: “Não existiria som, se não houvesse o silêncio”. Os silêncios valorizam as palavras. Depois de dizer algo importante é importante deixar que o silêncio valorize a reflexão.

7 – Não manter-se apoiado sobre os pés – Assim como o silêncio valoriza as frases e palavras, o movimento pode ser valorizado por caminhadas e paradas estudadas. Isso evita a impressão de ansiedade causada por palestrantes que caminham sem noção pelo palco gerando na plateia o efeito “plateia-ventilador”.

8 – Não cuidar da linguagem – Transmitimos palavras mas não significados. Palavras podem causar diferentes cadeias de associações e orientar diferentes padrões de pensamentos em cada um de nós. Nossas necessidades, expectativas e experiências passadas dão um colorido todo pessoal às palavras que ouvimos. Assim, podemos afirmar que os “significados” estão “nas pessoas” e não nas “palavras”. Cuide bem de suas palavras, a plateia agradece. 

9 – Não permitir que a plateia tenha liberdade de julgamento. Admita. Você não tem o poder de controlar os julgamentos, sentimentos e pensamentos das pessoas na plateia. Evite criar ansiedade desnecessária querendo adivinhar o que a plateia está pensando à respeito do seu desempenho. Se alguém boceja durante sua palestra, pode ser sono mesmo. Se alguém olha para o lado é dor no pescoço ou reconheceu uma pessoa. Agora, se trinta pessoas começarem a bocejar juntas, aí, pare, coloque uma música suave, apague a luz e deixe o pessoal tirar uma soneca. Enquanto isso você se prepara para começar com mais animação.

10 – Não compreender o significado reflexivo da frase poética “O medo é um rio que se atravessa molhado”.

Acredite em sua liberdade de expressão!

Não se cale, não se sinta inferior a ninguém.

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Mauai é professor de oratória com teatro, ator, roteirista, educador vocal, corporal, cantor, guitarrista, compositor, pesquisador incansável da ciência das redes sociais e digitais. Fundou a Teatrês eventos corporativos sob medida e o blog Quero Falar em Público.

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