4 dicas que as escolas de idiomas não te ensinam. Aplique-as para elevar o nível das suas traduções.
Desde abril de 2021 eu interpreto eventos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). E em junho de 2022 iniciei o trabalho de tradução para o inglês. As traduções simultâneas para esses idiomas demandam expertises e técnicas distintas. Principalmente, se você é capaz de alternar os idiomas, como eu. Mas hoje compartilho com vocês a experiência de um trabalho desafiador e maravilhoso para mim: a tradução de um debate. Fui convocado para traduzir um debate com o tema "Existe vida em outros planetas?". Embora a lógica tradutória seja semelhante, as abordagens precisam ser variadas. Por isso, ensinarei a vocês estratégias que dificilmente aprenderão se estiverem matriculados numa escola de idiomas ou em um curso especializado de tradução, para que você seja capaz de aplicar seus esforços nessa habilidade sem medo ou receio.
1. Saiba quais são os seus limites.
Não é errado pedir ajuda a um colega tradutor caso não saibas a tradução de alguma palavra ou expressão. Pelo contrário, o orgulho precisa ser colocado de lado em nome da excelência tradutória. Uma equipe de profissionais integrada é necessária na tradução de conferências. A medida que um tradutor inicia seu trabalho, é requisitada a presença de um intérprete de apoio para casos como esse. Da mesma forma, a tradução de um debate precisa estar imersa em um ambiente harmônico e colaborativo.
2. Domine suas emoções.
Apesar de ter experiência com a tradução simultânea de dois idiomas, percebi no debate que traduzi, a carga emocional aplicada inconscientemente pelos argumentadores ao exporem seus pontos de vista. O tradutor de debates é responsável por evitar que a tensão o tome e desestabilize suas emoções. Ainda que seja um ambiente hostil ou você seja favorável à uma das opiniões e sinta-se atacado por um argumento contrário, sua tarefa é traduzir corretamente as perspectivas. Para que isso seja possível, precisas focar em regular suas emoções.
3. Você não é um editor. Você é um tradutor.
É primordial que os debatedores intervalem seus argumentos por frases ou sentenças para facilitar a tradução e entendimento da plateia. Porém, os argumentadores podem se empolgar em suas explanações e especulações limitando assim o seu período de tradução ou extinguindo-o. Quando isso ocorrer, nunca, repito, nunca silencie-se ou cesse a tradução. Apenas sinalize ao moderador que não está conseguindo continuar com o seu trabalho devido ao cenário. Caberá portanto ao moderador interromper os debatedores e exortá-los. Após isso, poderás continuar as traduções, agora que os ânimos estão acalmados. Relembro: sua função não é editar o discurso com uma pausa ou acrescentar sua concepção. Sua tarefa é traduzir a explanação.
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4. Esteja preparado.
Aparentemente é uma sugestão clichê, mas como diz Mario Sergio Cortella: o óbvio também precisa ser dito. Invista tempo, e se possível recursos, para consumir conteúdos no idioma que desejas dominar e traduzir. Se você puder ter acesso aos roteiros dos pesquisadores ou debatedores, conversar com eles anteriormente à arguição, ler algumas das obras deles, assistir eventos prévios cujos especialistas externaram seus posicionamentos, sua tradução será mais acurada. A assertividade tradutória é proporcional à intimidade ao conteúdo do debate, o seu idioma materno e a língua a ser traduzida.
Absolutamente você se destacará no seu nicho e no mercado de tradução com essas dicas. Se você gostou do artigo e se foi útil para você, comente, curta e compartilhe o conteúdo para que a sua rede também tenha acesso à maneiras de melhorar as habilidades linguísticas. Até mais e faça uma excelente semana.
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Sobre o autor:
Mestrando em química pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e engenheiro ambiental pela Universidade Veiga de Almeida (UVA). Tradutor de inglês e Libras. Coleciona experiências nas atividades extracurriculares: empresa júnior de consultoria ambiental (2019/2021), iniciação científica no campo da ecotoxicologia marinha, cujo trabalho foi realizado na UFRJ (2019/2020), monitor voluntário de ciências ambientais na UVA (2018) e analista de projetos, analista de pesquisa e desenvolvimento e diretor de pesquisa e desenvolvimento na organização internacional de empreendedores universitários - ENACTUS (2017/2018). Estagiou na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro no setor de monitoramento e fiscalização ambiental (2018/2019). Possui experiência em monitoramento ambiental, SGA, licenciamento ambiental, relatórios, planilhas e apresentações.