5 coisas que gostaria de saber quando comecei em T&D

Segundo o último relatório da ABTD Nacional - Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (20023/2024) 64% das ações de T&D são conduzidas por um professor/instrutor, tanto presencial quanto online.

O investimento anual em treinamento cresceu 34%, retornando aos valores antes da pandemia. Sendo assim, temos um universo de pessoas ingressando nesta área, onde muitos nunca atuaram com treinamento antes.

Como eu, quando comecei.

Eu comecei lá no início, nem sabia que existia treinamento como profissão, lidava com vendas e marketing, atuei em diversas empresas nesta área. Porém, sempre era requisitada para "treinar" os colaboradores ou minha equipe sobre vendas, produto, atendimento, CRM, etc.

Foi ai que descobri que adorava estar em sala e, mais ainda, me sentia preenchida quando percebia que estava contribuindo para o crescimento pessoal de alguém.

Encaro a educação corporativa com muita responsabilidade, pois estamos, de uma certa forma, cobrindo os gaps que o estudo escolar e universitário não deu conta de ensinar. Principalmente quando falamos de soft skills.

Neste sentido, quando desenhamos um curso e entramos em sala, ou o disponibilizamos em uma plataforma, precisamos estar ciente desta responsabilidade e de como vamos servir AO NEGÓCIO que estamos inseridos.

Eu sei que a jornada faz parte do aprendizado, por isso deixo aqui 5 dicas que gostaria de saber quando comecei em T&D:

1. Informar não é treinar: treinar (ou capacitar) implica o uso de uma metodologia, de didática, de coerência, de prática e avaliação. Enviar slides com informações não é treinar. Soltar um conjunto de vídeos em uma trilha e não "ligar os pontos" não é treinar. "Tiktokizar" o conhecimento não é treinar. Fazer uma "live" falando por 1h com slides cheio de informação não é treinar. Eu posso reter uma informação, mas se eu não a utilizo, eu não desenvolvi nenhuma habilidade, competência, ou atitude.
2. Estética importa: o conteúdo sempre vai ser o mais importante, mas um conteúdo que é apresentado de forma lúdica, com estética, leve, linguagem adequada, engaja mais e conecta melhor com o sentir.
3. Antes de tudo, um bom briefing: o cenário é o seguinte - o gerente comercial chega correndo e pede um treinamento para resolver um problema de vendas. Pare tudo e vá entender, de fato, o que está acontecendo. Quase sempre não é o que estão te pedindo. Faça um bom briefing, converse com as pessoas, olhe os números, entenda do business.
4. Treinar não é para apagar incêndio: e isto está ligado ao item anterior. A cultura de aprendizagem deve ser um dos valores da empresa e isto não depende apenas da área de #t&d, mas das lideranças e do RH. Tenha uma visão de "onde se quer chegar com determinado curso" para propor soluções que possam ser mensuradas.
5. Quem treina aquele que treina? Gente nova na área precisa ser capacitada também. Em didática, metodologias, LMS, assessments, comunicação, escuta, tecnologias, etc. São estas pessoas que vão construir e entregar os treinamentos!

Depois de tudo isso, quando a gente consegue ver aquela expressão de "Aha! Agora entendi! Faz sentido" no rosto de alguém, e depois tangibilizar isso no dia a dia com resultados, fica aquele carinho no coração de saber que fizemos bem nossa parte.

Quer saber como capacitar seus "novos trainers"?