Ano Novo -  a batalha entre o silêncio e a agitação
Retiradas da internet

Ano Novo - a batalha entre o silêncio e a agitação

Meu silêncio significa um milhão de pensamentos.

Assim como no dia de finados existem culturas que fazem festas enquanto outras derramam lágrimas, o ano novo é uma espécie de “luta” ou cabo de força entre amigos e familiares. Há aqueles que contagiados pela euforia dos fogos, bebidas, comidas e do outro lado há os que desejam o silêncio para falar consigo mesmo, buscando alterar posições, agradecer ao universo.

Os eufóricos pela virada e a simples contagem de calendário, consideram os silêncios o patinho feio da virada, o depressivo, o chato, o estranho, a criatura sem graça da família, cheio de solidão e amargura.

Não, não são pessoas que odeiam crianças, animais e idosos, tão pouco, são extraterrestres. Os que preferem o silêncio são indivíduos empáticos por natureza, sensíveis a dores e alegrias do outro. Pessoas que analisam, pensam muito e principalmente inquietas. Que no seu silêncio buscam decisões, questionamentos e respostas para seguir e a agir no novo ano.

Não se preocupem, nem todas as pessoas que gostam do silêncio em meio as festas estão sofrendo de nenhum problema psiquiátrico.

Bem, as pessoas que não gostam do barulho quando vão decidir e pensar sobre sua vida. A reflexão e as decisões em meio aos caos, gritos bebidas e fogos de artifícios não produzem efeito muito satisfatório. Até porque dependendo da quantia ingerida, as coordenações motoras e psíquicas são alteradas. Você faz coisas e promessas que muitas vezes poderão lhe causar atritos pessoais desnecessários.

O silêncio grita mais alto que as vozes que ecoam juntas, a escuridão nos faz ver muito mais que a clareza que nos é exposta, como assim? É no silêncio que se vê e se escuta com o coração, é nele que a reflexão de si, do outro e do seu espaço vem à tona com perfeição.

Inúmeras são as técnicas como yoga, meditação retiros, mas, vou mais além, mais profundo. É estar sozinho em casa ou outro lugar, apenas assistindo o espetáculo que a maioria faz desta virada do calendário. Estar sozinho e se sentir livre, é espiritual, é mágico. É ter a certeza de quem se é, e, de que é apenas a metade de todas as relações pessoais e interpessoais que vives e revives em sua existência mundana.

Conseguir este status leva um tempo de crescimento pessoal, espiritual. É maturidade pura. Não se preocupe quando alguém dizer que quer ficar sozinho, vivemos tão conectados, precisamos dar respostas imediata a todos e a tudo durante 364 dias. Porque não se desligar no ultimo dia do ano e ficar apenas para você, sem pressa, sem ordens, sem movimentos esperados.

Estar solitário e se sentir solitário é estado de espírito, você pode estar na multidão e se sentir solitário. Ser e estar sozinho é uma condição de escolha momentânea. É auto conhecer a si e aos outros. Em meio a muitos desconhecidos você abraça pelo dever de estar ali, mas, onde está o sentimento disto, você deve estar com amigos verdadeiros, familiares, amor, filhos. Estar na multidão por obrigação social não me parece uma atitude de felicidade plena.

Saber determinar a vida e sua rota é estritamente individual, o silêncio também saúda o ano novo. Existe esperança, assim como, a certeza de que só ocorrerá mudança se eu mudar, agir...soltem seus rojões se assim considerarem necessário (eu pessoalmente não gosto penso nos animais, crianças recém-nascidos, idosos, e pessoas acamadas) mas não ultrapassem o limite, respeitem os demais.

A vida é uma missão, é sua obra! Seja o melhor mestre de obras que possa existir. Faça sua festa, mas deixem os apreciadores do silêncio em silêncio. Eles retornaram no dia 01 de janeiro de 2019, com a mesma esperança, fé, alegria e vontade de lutar do 365 dias que ficaram para trás.

Alguns precisam dos holofotes outros apenas dos bastidores para se reiniciar.

Feliz 2019 !

Agradeça , seja grato a vida e as possibilidades que surgiram e surgirão. Tudo só depende de você.

Ficar em silêncio não significa não falar, mas abrir os ouvidos para escutar tudo que está a nossa volta.

Paulo Coelho


Márcia Regina Schulz

Advogada, Docente e pensadora


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