Logo quando tinha declarado que meu objetivo era desenvolver meu lado vendedor, recebi um presentão do meu amigo e sócio,
Elio Castro
, o livro "Negocie como se sua vida dependesse disso". Um dos maiores best-sellers de negociação da atualidade, com ensinamentos de um ex-agente do FBI.
São ensinamentos valiosos aplicados em ambientes de sequestro e terrorismo, mas que servem para o trabalho e nosso dia dia (risos).
Compartilho aqui alguns aprendizados do livro.
1. Negociação não é uma batalha, é descoberta.
- O medo do conflito nos impede de ter bons acordos.
- Nenhum acordo é melhor que um acordo ruim: Bons acordos precedem conflito, discussões, desconfortos. Concessão é só o caminho mais fácil, não o certo.
- Para silenciar a mente, foque na pessoa. Foque em construir empatia.
- Negociação é convencer que a solução é do outro.
- É a empatia, a descoberta das necessidades do interlocutor que traz informações para um bom acordo.
2. Não busque o Sim. Busque o "Não" e alcance o "Está Certo".
- Mito do Sim: Por muito tempo acreditávamos que devíamos buscar o SIM na negociação. Porém, poucas vezes o SIM significa uma confirmação de um acordo. Precisa-se de 3 SIM para um SIM verdadeiro.
- Perca o medo do NÃO: O NÃO pode parecer rejeição, mas precisamos reformulá-lo. Ele traz mais informações que o SIM e empodera o interlocutor. Nenhum "NÃO" é igual a zero avanço na negociação. Ao contrário da rejeição, o "NÃO" pode querer dizer outras coisas como: "ainda nao estou pronto para concordar"; "eu não entendo"; "eu preciso de mais informações"; "eu não posso pagar isso".
- Promova o NÃO proativamente para trazer sensação de poder ao interlocutor. Ex: "Essa é uma má hora para te ligar?"; "Você desistiu do projeto?".
- Busque o "Está Certo": É diferente do sim. Não é sobre fazer o interlocutor acreditar na oferta, mas parar de desacreditar. É um entendimento que o acordo chegou no limite.
3. Construa empatia com perguntas calibradas
- Voz calma, brincalhona ou de "locutor" te ajuda a ser ouvido.
- Não usar perguntas com "POR QUE", pois soa agressivo. Usar "COMO" e "QUAL", pois trazem sensação de poder para interlocutor.
- "Como devo/posso fazer isso?". Exemplo de pergunta matadora, que joga responsabilidade para interlocutor revisar sua oferta.
- Rotular emoções para criar empatia: "Parece que você está... ", "Isso soa como...".
- Espelhamento traz conforto, familiaridade: repetir palavras do interlocutor.
- Auditoria de acusação: refletir previamente sobre tudo que o interlocutor pode estar sentindo e trazer à tona. Reconhecer emoções proativamente pode criar empatia na negociação.
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4. Negue ofertas com classe para conseguir outras melhores
- Falar "sinto muito" com clareza e confiança. Agradecer sem dizer NÃO, e esperar novas ofertas.
- Conhecer a deadline do interlocutor. Existe uma tendência de correr para fechar acordos próximo da deadline.
- Saber esperar e usar o tempo com paciência.
5. Use números estrategicamente
- Ancorar com valores extremos em ofertas. Vai direcionar a negociação para próximo deste número, como a gravidade.
- Usar números ímpares passa mais confiança (sentido psicológico de que foram bem pensados).
- Usar faixas de valor funciona bem e fica menos agressivo. Ex: Salário entre 11 e 13mil.
- Não usar só valores monetários, adicionar benefícios para mostrar que chegou ao limite.
6. Use frameworks de negociação
- Framework BCSM: Escuta ativa, empatia, entendimento, influenciar e mudar comportamento.
- Framework do Livro: 1. Ouvir e deixar falar; 2. Encorajar ("Sim"; "Entendo"; "A-hã"); 3. Espelhamento; 4. Rótulos de Emoção (parece que.. isso soa.. ); 5. Paráfrase; 6. Resumo da conversa.
Qual dica você gostou mais? Para mim, o mais contraintuitivo e interessante foi o insight de não temer tanto o Não.
Para encontrar o livro, clique aqui .
Executive Manager na Instituto Nacional de Telecomunicações - Competence and Innovation Development Center
1 aValeu pela dica, Aragão. Acabei de comprar meu exemplar! Abraços