Aspectos Societários para Conselheiros - Parte do PFCC - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy

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As Empresas do Futuro

Durante as últimas décadas, quando um empreendedor criava uma empresa, o objetivo principal sempre era o de resolver algum problema da sociedade e gerar lucros através desta sua iniciativa. Neste contexto, não havia uma preocupação genuína com os possíveis impactos do seu negócio na sociedade ao qual sua empresa estava inserida. Como consequência destes fatos é que aparecem os grandes danos ao meio ambiente e para as pessoas, com o aumento das crises sanitárias e da pobreza. 

As empresas do futuro surgem trazendo um olhar ampliado da sua verdadeira função social e ajustando a sua visão para algo mais de longo prazo. A governança corporativa passa a ser fator necessário de sucesso nesta transição. A sociedade já não aceita mais a empresa que busca os lucros a qualquer custo. Há de se considerar os aspectos sociais e o legado positivo a ser deixado. É preciso mudar a forma de produzir, consumir e de viver, tendo como premissa o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente.

As pessoas no centro da transformação dos negócios

No meu ponto de vista, algo precisa ser ajustado nesta jornada de transformação dos negócios que estamos vivendo, que é o olhar e o cuidado diferenciado com as pessoas, com os seres humanos. Muito se fala em tecnologia, uso de dados e automações, porém pouco se fala e se faz para as pessoas, que no final das contas é que conduzirão e sofrerão os impactos, positivos ou negativos, destas mudanças.  

As discussões sobre ESG, bem como sobre os objetivos de desenvolvimento sustentáveis (ODS) ou até mesmo o movimento do capitalismo consciente, começam a ganhar força e por um pouco de luz nestas pautas. A tendência é que elas continuem a ganhar espaço nas reuniões de conselho servindo como bússola para o direcionamento das decisões estratégicas nas empresas.

Acredito fortemente que o papel dos conselheiros neste processo é o de uma liderança proativa e urgente. Precisamos fazer as provocações, trazendo estas pautas e orientando quanto ao alinhamento com a estratégia. O desafio é conectar as decisões sobre o futuro da empresa fazendo sempre o resgate da sua Cultura, orientando as transformações digitais e financeiras, sem impactar o meio ambiente e atendendo as necessidades de todos os stakeholders.

Aspectos Societários

Vamos falar agora do nascimento das empresas no Brasil, começando pela sua “certidão de nascimento”, aqui representada pelo Contrato Social ou pelo Estatuto, dependendo do tipo da empresa. Estes documentos certificam a fundação e definem todas informações necessárias para a regulamentação das empresas durante a sua “vida”.

Um segundo aspecto importante são os tipos de empresas possíveis, salientando que não existe opção melhor ou pior, apenas aquela que mais se adequa aos objetivos dos fundadores. Existem as empresas de único sócio, que podem ser:  Microempreendedor Individual (MEI), Empresário Individual (EI) e Sociedade Limitada Unipessoal (SLU). Elas possuem características similares, sendo a maior diferença na questão da separação do patrimônio do sócio entre a pessoa física e a pessoa jurídica, que só é possível nas SLUs. Já as empresas com mais de um sócio, podem ser:

§ LTDA, por cotas: possuem menor complexidade, a regulamentação é mais branda e um menor custo de manutenção, sendo mais difícil a entrada de novos sócios.

§ S.A. Sociedade Anônima, por ações: podem ser abertas, com ações negociadas livremente na bolsa de valores (B3) ou fechadas, com negociações mais restritas, com ações custodiadas em bancos. Aqui a entrada e saída de novos sócios é mais flexível e a captação de investimentos facilitada, porém possui uma regulamentação muito mais complexa.  

Uma pesquisa recente com dados do final de 2021, feita pela B3 junto ao Banco Mundial, mostra que o Brasil possuía menos de 400 empresas listadas na bolsa e que apenas 2% dos brasileiros investiam em ações. No mesmo momento, nos Estados Unidos, haviam 5.860 empresas listadas na bolsa e cerca de 56% da população investia em ações. Numa rápida reflexão, podemos encontrar diversas causas para este fenômeno, como educação da população, diferença nas rendas das pessoas, níveis de complexidade para regulamentação, entre outras. Porém, no meu ponto de vista, a principal delas é a falta de uma governança corporativa eficiente e transparente, que passe confiança aos possíveis investidores.

Mais uma vez, nós conselheiros, temos um papel importante na liderança das mudanças que vão tornar o cenário diferente e mais atrativo no futuro. Cabe a nós conhecer no detalhe o Contrato Social ou Estatuto e entender todos os deveres daquela estrutura de governança para poder fazer recomendações alinhadas a estratégia e que não tragam riscos para as organizações. Infelizmente no Brasil, mesmo empresas com níveis mais altos de governança implantadas, ainda nos surpreendem com escândalos associados a uma gestão fraudulenta. É urgente mudar, não há mais espaço para isto. 

Board Academy Br   Fabrini Galo (CCA IBGC) MBA

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