Boletim de Mercado
Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Boletim de Mercado Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Dólar dispara:

A moeda americana fechou o semestre sendo um dos principais destaques. Valorizada no mundo todo visto o fortalecimento da economia americana, a moeda fechou a última sexta cotada a R$5,59, sendo essa sua maior cotação desde janeiro de 2022. Em janeiro desse ano a moeda estava cotada a R$4,85, e teve uma valorização de 15,26% esse ano.

No Brasil, além da valorização “natural” do dólar, as falas mais recentes do presidente Lula têm contribuído para a desvalorização do real frente a moeda americana. Em uma entrevista concedida ao grupo UOL na semana passada, o presidente mencionou que a valorização do dólar é resultado da especulação com derivativos, e reiterou suas críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Lula questionou a necessidade de os juros estarem tão elevados, destacando que a inflação está sob controle. Além disso, o presidente se comprometeu a indicar um novo presidente para o Banco Central, alguém que seja “competente e responsável” . Vale lembrar que Lula também se queixou recentemente da greve das universidades federais . Em suas palavras, o Brasil gasta menos em relação a outros países, e o orçamento da União precisa ser distribuído de forma estratégica para atender às demandas sociais .

O mercado, que sempre está atento às suas falas, e ainda mantendo o tom de incertezas sobre a possibilidade real de diminuição de gastos do governo, reagiu rápido, e observamos a moeda americana chegando próximo de subir para o patamar de R$5,60.

Ibovespa fecha a sexta-feira em queda, mas saldo da semana é positivo:

O Índice Bovespa, principal indicador de desempenho das ações mais negociadas na B3 fechou a última sexta (28) registrando queda de 0,32%, ficando a 123.906 pontos. Porém, seu saldo na semana foi positivo, registrando uma alta de 0,96% na última semana.

Nas últimas semana o índice estava vindo em quedas constantes, muito impactado pela alta do dólar e a fuga de capital estrangeiro do país. De janeiro até aqui o índice registrou queda de 6,62%. Mas, no comparativo ano contra ano, o índice obteve valorização de 6,19% de julho de 2023 até hoje.

Nos EUA:

O PCE, índice que mede as despesas de consumo pessoal, foi divulgado na última sexta, apontando desaceleração na inflação no mês de maio. O índice permaneceu inalterado no mês passado, após um aumento não revisado de 0,3% em abril. Nos últimos 12 meses até maio, o índice registrou um aumento de 2,6%, ligeiramente abaixo dos 2,7% observados em abril. Esses números estão alinhados com as expectativas do mercado, que previa que o índice PCE permaneceria estável no mês e aumentaria 2,6% em relação ao ano anterior . Essa estabilidade nos preços é um indicador importante para o FED (banco central americano), que monitora a inflação de perto ao tomar decisões sobre política monetária. Vale lembrar que o núcleo do PCE, que exclui preços de alimentos e energia, também ficou em 0,1% em maio, conforme esperado pelo mercado .

Essa tendência de queda na inflação pode aproximar o Federal Reserve do início dos cortes da taxa de juros ainda este ano.

A semana nos EUA contará o feriado de independência no dia 4, o que aponta para um mercado com menos liquidez e bolsas operando “de lado”. Na sexta-feira teremos a divulgação do Payroll, trazendo os dados do mercado de trabalho.

Na Europa:

Na França o partido de Marine Le Pen saiu vitorioso ontem no 1º turno das eleições da Assembleia Nacional. Com 33,2% dos votos, conforme apurado pelo Le Monde. O pleito agora seguirá para o segundo turno, no próximo dia 7. Há rumores no mercado de que Le Pen pode ter dificuldades para obter maioria no segundo turno, o que gera no mercado um certo alívio ante a preocupação de uma mudança drástica no cenário político da zona do euro. Vale lembrar que a França é a segunda maior economia do bloco.

Pra fechar o boletim:

Foi divulgado há pouco, às 08h25 (Brasília), o relatório focus, que é publicado pelo Banco Central e aponta as expectativas do mercado em relação aos principais indicadores da nossa economia.

O destaque ficou novamente para a expectativa de aumento da inflação, medida pelo IPCA. Conforme apontado pelo relatório, o mercado aumentou a expectativa em mais 2 bps para 2024 e 2025, saindo de 3,98% para 4% em 2024 e de 3,85% para 3,87% em 2025. As expectativas para 2026 e 2027 se mantiveram inalteradas, ficando em 3,60% e 3,50% respectivamente. 

Principais Indicadores:

Selic Meta: 10,50%

CDI: 10,40%

DI Futuro (Jan 2026): 11,46% (média).

Bolsas de Valores:

Ibovespa: 123.906.55

S&P 500: 5.460,48

Dow Jones: 39.118,86

Nasdaq: 17.732,60

Moedas:

Euro: R$5,9847

Dólar: R$5,5884

Inflação:

IPCA: 3,93% (acumulado 12 meses)

IGP-M: 2,45% (acumulado 12 meses)

 

Desejo a todos uma ótima sessão!

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