BSC ou OKRS ? Entre um e outro, que tal ficar com os dois ?
A guerra dos métodos na gestão não acaba. Dias atrás presenciar uam delas envolvendo OKRs e BSC. Uma luta que já acreditava ter sido vencidaa e que, creio, nem os próprios idealizadores dos métodos defenderiam.
O Balanced Scorecard (BSC)
Criado na década de 90 do século passado, o BSC- Balanced Socre Card desmistificou a visão de que apenas indicadores financeiros e contábeis eram o suficiente para que se fizesse uma gestão estratégia. De forma prática, Kaplan e Norton estabeleceram um sistema que mede o desempenho de uma organização em quatro perspectivas, equilibradas: i)financeira, ii)cliente, iii)processos internos e iv)aprendizado e crescimento.
Kaplan e Norton, apontavam que:
"Ter um balanced scorecard é necessário, mas não é suficiente para superar as chances que existem contra uma execução eficaz da estratégia”.
Os OKRS- Objectives and Key Results
Os OKRS- Objectives and Key Results ficaram famosos após suportar o crescimento do Google que passou de uma companhia com 60 funcionários em 1999 para cerca de 60 mil nos dias de hoje o que ajudou a disseminar a metodologia pelo vale do Silício.
Atualmente adotado por empresas como Intel, Google, Amazon, Adobe, Linkedin e Twitter, consiste em um método que permite desdobrar objetivos mensuráveis em ações práticas para que sejam alcançados. Simples e ágil, tem a vantagem de permitir alinhamento e gerar engajamento quando adequadamente aplicado.
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E dá match ?
Os OKRs parecem ser uma ferramenta na medida para conectar-se com o BSC pela sua atuação direta na execução, tida por Kaplan e Norton como elemento frágil para a implementação de uma estratégia com sucesso.
Adicionalmente, elementos como a dupla cadência, que consiste na definição de OKRs anuais de alto nível e OKRs detalhados para o trimestre desdobrados para o time, permitem um acompanhamento tempestivo, atualização constante e conscientização sobre os motivos pelo qual resultados são perseguidos. Elementos fundamentais para o engajamento, tido como benefício fundamental para a metodologia.
Ocorre que, mesmo que se utilizem as melhores tecnologias de gestão ou softwares de acompanhamento, uma gestão eficaz da estratégia depende de uma liderança presente, do envolvimento das pessoas, da disponibilidade de recursos para a execução das ações e de condições para que todos possam executar suas tarefas com segurança, autonomia e responsabilidade.
Nas palavras de John Doerr, autor do livro "Measure What Matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation Rock the World with OKRs":
“Os OKRs não são a salvação da lavoura. Eles não podem substituir o bom senso, a liderança forte ou a cultura criativa do local de trabalho”
Enfim, entre BSC e OKRS, que tal ficam com os dois ?
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Sobre o Autor
Alexandre Carrasco é fundador da empresa Repensando Negócios onde atua como consultor organizacional nas áreas de estratégia, sustentabilidade/ESG e inovação. Possui mais de 20 anos de experiência como executivo e consultor em organizações como AES Brasil, Elektro e Bureau Veritas.
O trabalho que realiza baseia-se em teorias como pensamento sistêmico (Peter Senge), Teoria U (Otto Scharmer), conceitos de inovação, excelência operacional e mudanças de modelos de gestão conciliando a competência técnica com aspectos humanos e sociais necessários à consecução de resultados sustentáveis e duradouros.
Veja mais em: br.linkedin.com/in/carrascoalexandre
Gestão por Processos de Negócios, Transformação de Negócios e Arquitetura Empresarial
3 aTemos que adotar a cultura de complementação e não de substituição. A metodologia OKR pode sim trabalhar de maneira coreográfica com o BSC penso eu. Empresas tradicionais adotam o mapa nas 4 perspectivas até hoje. Já as startups adotam a metodologia do OKR por serem novos "protótipos" de grandes empresas como a Google. Logo seguem boas práticas. Mas quanto à aplicabilidade penso que ambos os métodos podem conviver de maneira colaborativa. Só devemos ser cuidadosos para que a liderança não seja sufocada pelas "águas do mar de keys" que os métodos recomendam. Tendo propósito tudo é válido.