Caos criativo, de Tim Harford
“É o caos que nos dá aquele cutucão que pode incitar a criatividade, nutrir a resiliência e extrair o melhor de cada um de nós”. Para os superorganizados de plantão, pode parecer um absurdo, mas você prestou em atenção em situações de imprevistos, crises, escassez e bloqueios? Se não havia alternativa, era fazer ou fazer. E quantas pessoas se superaram nesses momentos? E quantas pessoas desenvolveram uma criatividade no meio dessa bagunça toda que é a vida?
Achei a leitura bastante intrigante, mas é o que Tim Harford propõe. Com centenas de exemplos e situações diversas (artes, ciências, tecnologia, ambiente de trabalho, discursos para uma multidão), o autor diz que “pode existir certa magia na bagunça”.
Existe um limite entre uma bagunça “organizada” e uma situação extrema fora do controle, até porque neste segundo contexto pode haver acidentes (tem capítulo livro que fala a respeito). Entendo, portanto, no sentido de que uma mesa vazia e nenhum papelzinho fora do lugar não são cenário propício para criar. Já imaginou um ateliê absolutamente branco, com todas as bisnagas irritantemente guardadas, sem nenhuma manchinha de tinta ao redor pra contar história?
Harford também traz exemplos de improvisação, como no jazz, em oratória, numa situação de apuro (em uma apresentação ou na guerra), além (claro) de exemplos envolvendo brincadeiras, o universo infantil mesmo – o lúdico.
“Vimos diversas vezes que a criatividade, a emoção e a humanidade reais estão nas partes bagunçadas da vida, e não nas bem arrumadas”. E aí, o que você dessa ideia?