Como criar valor com a gestão do conhecimento organizacional?

Podemos afirmar que vivemos na Era do Conhecimento, em oposição à Era Industrial. As informações estratégicas, as competências profissionais e o know-how específico são bens intangíveis de alto valor acrescentado. Mas isso não é uma novidade. O saber se vende e se compra há séculos. O que mudou é que hoje, o saber não é mais um bem unicamente individual. O saber hoje é um bem intangível de importância decisiva para as empresas.

O conhecimento de uma empresa possui várias formas: se trata das competências detidas pelos colaboradores assim como dos dados (tais como a lista de contatos dos clientes e fornecedores, os relatórios financeiros, os projetos) coletados pela empresa durante os anos de atividade. Na verdade, são os anos de experiência adicionados à  cultura organizacional. O know-how representa logo uma parte significativa do valor da empresa. Por isso é essencial usá-lo de maneira relevante. Mais fácil na teoria do que na prática.

 Porque as empresas devem processar cada dia uma imensa quantidade de informações de fontes externas (mercado, clientes, fornecedores, concorrentes) e internas (informações sobre os projetos a serem realizados, encomendas, reclamações). De um outro lado, e paradoxalmente, as organizações devem também lutar contra a perda de conhecimento: por exemplo ideias escritas num rascunho que acabou no lixo, informações estratégicas num e-mail que não se encontra mais na caixa, o funcionário que sai da empresa levando com ele o know-how que adquiriu durante os anos de experiência.

 O desafio é logo minimizar a perda de conhecimentos assim como preservar o know-how e a cultura da empresa, para processá-los e torná-los uma ferramenta de criação de valor.

 Na chamada Era do Conhecimento, as tecnologias da informação nos ajudam. Todas as informações estão armazenadas em sistemas de informática. Só que se os sistemas não estão utilizados da maneira certa, o conhecimento armazenado ficará sem ser aproveitado.

O que quero destacar é que as TI são muito importantes para uma gestão do conhecimento eficiente. Mas, a gestão do conhecimento é antes de todo um assunto relativo ao ser humano, pois implementá-la necessita em primeiro lugar ter uma ótima comunicação dentro das equipes. Gerenciar o conhecimento é dar uma visão à empresa. A gestão do conhecimento é uma estratégia que pode criar valor na empresa a médio prazo, na condição de ser implementada de maneira relevante e com a colaboração de todos.

 A pergunta é a seguinte: como posso incentivar os colaboradores a participar do processo de gestão do conhecimento, e como posso assim ao mesmo tempo aumentar o lucro da minha empresa e a motivação das equipes? Porque conservar o conhecimento dentro de computadores ou na nuvem sem nunca usá-lo não será suficiente.

Sou francesa e jovem profissional da área de desenvolvimento de negócios ao internacional.  Publico regularmente artigos em português, francês ou inglês, inspirados pelos atuais desafios do mundo dos negócios e das marcas internacionais, bem como das minhas missões no exterior, em particular no Brasil ou em Portugal. Em 2014 escrevi uma monografia "Gestão do Conhecimento no Brasil: a evolução das soluções propostas e implementadas nas organizações brasileiras de 2000 até 2014" que analisa a utilização do conceito de gestão do conhecimento nas organizações brasileiras através do estudo de documentos e entrevistas que realizei com profissionais do sector da GC no Brasil.