COP 16, um encontro mundial para a biodiversidade.

COP 16, um encontro mundial para a biodiversidade.

A 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica COP16 Colombia foi realizada em Cali, Colômbia, na semana passada sendo de 21 de outubro a 1º de novembro de 2024. A cúpula reuniu 196 países para abordar desafios cruciais da biodiversidade global. Durante o evento, a ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, assumiu a presidência da COP, promovendo a "Coalizão Paz com a Natureza" para fortalecer a cooperação internacional em proteção ambiental.

Um dos principais acordos foi a meta de proteger 30% das áreas marinhas até 2030, resultado de oito anos de negociações. Também foi criado um fundo de 100 milhões de dólares para a região do Chocó Biogeográfico, com o apoio de países vizinhos, visando a preservação de ecossistemas estratégicos e o desenvolvimento sustentável com a participação de comunidades locais.

Além disso, a Colômbia apresentou seu plano de biodiversidade, que inclui aumentar suas áreas protegidas de 24% para 34%, restaurar 19 milhões de hectares ameaçados e investir na bioeconomia. O evento também impulsionou a economia local, com mais de um milhão de visitantes e uma ocupação hoteleira média de 91% em Cali, gerando impactos positivos para o turismo e a conscientização ambiental.

A COP16 foi a primeira Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) na América do Sul, e esse cenário ofereceu oportunidades e desafios especialmente relevantes para o Brasil, dado o peso da biodiversidade sul-americana e a relação estreita entre os ecossistemas dos dois países.

Ambos os países estão comprometidos com as metas globais para 2030 e 2050. O Brasil e a Colômbia poderão trabalhar em soluções colaborativas para gestão de reservas transfronteiriças e conservação de biodiversidade.

A proteção da floresta amazônica, que ambos compartilham, deve ser uma prioridade. O Brasil já vem realizando programas de combate ao desmatamento, e a COP16 pode reforçar compromissos bilaterais de proteção e recuperação da Amazônia, especialmente em áreas de fronteira.

Brasil e Colômbia veem na bioeconomia uma forma de unir desenvolvimento econômico à preservação ambiental. Para o Brasil, que possui uma diversidade biológica imensa e muitos biomas únicos (como a Caatinga e o Pantanal), essa é uma oportunidade de troca de experiências e fortalecimento de políticas de bioeconomia.

Após a COP16 na Colômbia, os próximos passos geralmente envolvem a implementação dos compromissos firmados durante a conferência e a preparação para os próximos eventos relacionados à biodiversidade e às mudanças climáticas.

Cada país que assinou acordos na COP16 será responsável por integrar as resoluções e metas nas políticas nacionais e regionais. Isso pode envolver a criação de novas legislações, a implementação de programas de proteção ambiental e o estabelecimento de metas claras para a preservação da biodiversidade.

Os compromissos assumidos geralmente exigem financiamento significativo. Portanto, os países buscarão estabelecer parcerias com outras nações, ONGs e o setor privado para mobilizar os recursos necessários para implementar as metas de preservação da biodiversidade.

Os compromissos globais são revistos e ajustados a cada COP, o que requer que os países se preparem constantemente, reunindo dados, aprimorando políticas e intensificando a colaboração internacional.

O Plano de Ação para a Biodiversidade da Colômbia até 2030 é uma estratégia nacional focada em proteger e restaurar a rica biodiversidade do país, que é um dos mais megadiversos do mundo. O plano é alinhado com o Marco Global da Biodiversidade e integra metas para conservar ecossistemas, promover o uso sustentável dos recursos naturais e fortalecer a participação das comunidades locais e indígenas.

Medidas para conservar espécies ameaçadas de extinção, com programas de monitoramento e recuperação de espécies endêmicas e aquelas em risco por causa de atividades humanas e incentivar práticas de uso sustentável, com ênfase em cadeias produtivas que não causem desmatamento, como a agricultura sustentável e o manejo florestal responsável.

Melhorar o envolvimento de comunidades locais e povos indígenas no manejo dos recursos naturais e na proteção da biodiversidade. Este ponto visa respeitar e valorizar o conhecimento tradicional e garantir benefícios econômicos justos para essas comunidade.

As críticas e aspectos negativos sobre a COP16 na Colômbia incluem algumas preocupações recorrentes, em conferências anteriores, muitos acordos firmados não foram totalmente implementados, gerando ceticismo sobre o verdadeiro impacto prático de mais compromissos.

Muitas nações em desenvolvimento, incluindo o Brasil,  sentiram que não estão sendo ouvidas adequadamente, pois há uma percepção de que nações ricas continuam evitando compromissos financeiros significativos para ajudar essas economias a mitigar e adaptar-se aos impactos climáticos.

A expectativa é que a COP30 no Brasil traga debates intensos sobre financiamento climático para países em desenvolvimento, justiça climática, inclusão de povos indígenas e comunidades tradicionais, que são guardiões da floresta, e a implementação de políticas que promovam uma transição justa e sustentável para economias de baixo carbono.

A luta por um mundo mais verde não para e continuamos com muito trabalho pela frente.

Mãos a obra Latino América!

Hasta el infinito y más allá..

 

Rodrigo Hogera

Conselheiro Consultivo | Consultor & Mentor Empresarial | Diretor Comercial no ramo Imobiliário | Liderança | Maratonista 42Km | Especialista em Vendas, Riscos, Contratos | Produtor de Conteúdos | +178mil Seguidores

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Boa meu amigo Grato pelo artigo Faça uma quarta abençoada Tiago César Benini

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