A Correria das Diretas Já - 1984 e 1985
Continuando com a história que deu início a MUDANÇA no mundo da política brasileira [...] articuladores do movimento daquela época negociavam o fim do regime militar. Governadores do Nordeste mexiam seus pauzinhos e um nome surgiu para ocupar o cargo de presidente, Tancredo Neves disputaria contra o candidato de São Paulo, Paulo Maluf. Mas aqui na terrinha sempre foi muito “bagunçado”, para chegar ao nome do Maluf, muitas manobras e conversas fiadas aconteceram para se estabelecer as chapas e suas “parcerias”.
Governadores do PMDB e Leonel Brizola do Partido Democrático Trabalhista – PDT, notem que praticamente todo que tem o nome “democrático” envolvido, nunca acaba bem [...], mas, naquela época não haviam tantas “maldades” em pensar essas coisas; muitos se quer imaginavam tais maldades.
Continuemos com o foco nas estratégias e APOIOS, PMDB e PDT confirmam apoio a Tancredo, pois, o mesmo seria a oposição ao Colégio Eleitoral, ao passo que, no PDS, houve a retirada dos nomes de Aureliano Chaves e de Marco Maciel da disputa, o que deixou Maluf e Mário Andreazza como postulantes à vaga de candidato, todavia a vitória de Maluf fez com que os seus adversários passassem a apoiar Tancredo.
Muitas manobras nos bastidores, mas Paulo Maluff só conseguiu a “vaga” para disputar a presidente, depois de uma disputa interna contra Mário Andreazza, na época ministro do interior.
José Fragelli foi o que encabeçou a articulação para a candidatura que aconteceria no dia 15 de janeiro de 1985.
A eleição indireta de Tancredo marcaria o fim do que muitos gostam de falar: “o fim da ditadura militar”.
O ano de 1984 foi marcado com vários comícios pró-Diretas, recebendo assim o nome oficial da campanha de DIRETAS JÁ. Que não gostou muito foi Dante de Oliveira, pois o mesmo se frustrou com a rejeição da emenda*.
* Apesar do apoio popular, a Proposta de Emenda Constitucional foi rejeitada pela Câmara dos Deputados no dia 25 de abril de 1984. Por se tratar de uma emenda constitucional, era necessário votos favoráveis de dois terços da Casa (320 deputados) para que a Proposta seguisse ao Senado.
“Chegou a hora de libertarmos esta pátria desta confusão que se instalou no país há mais de 20 anos”. Foi assim que Tancredo o seu primeiro discurso; mais de 1 milhão de pessoas vibravam e aplaudiam no Vale do Anhangabaú em abril de 1984.
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Já naquela época, as intrigas nos bastidores ocorriam, MALUFISTAS se sentiam ameaçados com a possível inviabilidade da candidatura do líder do partido; as “manobras do então senador José Sarney propunha a realização de prévias eleitorais, junto aos filiados, sabendo da tamanha fragmentação do PDS, Sarney tentava fazer um “sambarilove”. Tal fato levou Sarney a deixar a presidência do PDS e dias depois abandonar o partido, no que foi seguido pelo também senador Jorge Bornhause.
Não demorou muito, ambos acabam arrumando outra “sigla partidária” e se adaptam rapidamente com outros novos colegas.
Tancredo queria em segredo que o empresário Antônio Ermírio de Moraes fosse vice-presidente. Antônio Ermírio, nascido em família tradicional de Pernambuco, era líder empresarial em São Paulo. O pai dele, José Ermírio de Morais tinha sido senador pelo PTB de Pernambuco e foi amigo de Getúlio Vargas. O segredo vazou, e a possibilidade de Antônio Ermírio ser vice foi descartada em São Paulo.
Diante de tantas confusões, intrigas, filiações, coligações e siglas partidárias que sempre confundiram a cabeça do povo brasileiro, a notícia da morte de Tancredo Neves é anunciada em todos os veículos de comunicação da época. O candidato que era visto como o “salvador da pátria” não conseguiu a assumir o topo do poder executivo.
Brasileiros se comovem ao acompanhar todo o drama pelas antigas televisões de tubo, a cantora Fafá de Belém emocionada, canta o hino nacional levando às lágrimas vários brasileiros inocentes.
Iniciava naquela época, o início de um novo “ciclo” político e cheio de surpresas, a televisão descobre seu poder de persuasão e modifica comportamentos e pensamentos; telejornais e novelas, ganham espaço e invadem lares.
José Sarney assume o controle do país com um viés “democrático”, confundindo eleitores com suas siglas e disfarçando socialistas em cores verdes e amarelas.
Próxima leitura: Fernando Collor e os Caras Pintadas.