Deep Techs: Startups de Base Científica Transformando o Futuro
Ciência e inovação: será essa a receita para o futuro? Cada vez mais, percebemos como aliar a ciência à inovação é uma estratégia interessante para se desenvolver em um mundo que exige processos modernos e metodológicos. Não é à toa que a SpaceX, fundada por Elon Musk, se tornou uma startup-referência quando o assunto é exploração espacial, revolucionando o campo e indo mais longe para descobrir os mistérios do nosso sistema solar. Nesse contexto, surgem as deep techs, que moldam o futuro unindo ciências, inovação e mercado em um movimento que pode ser interessante para o mercado brasileiro. Vem saber mais sobre o assunto!
O que são Deep techs?
De modo geral, deep techs são startups com tecnologias baseadas em avanços científicos proporcionados por pesquisadores acadêmicos, com descobertas ou experimentos capazes de transformar a indústria. Inclusive, o Brasil é um país que mostra muito potencial de crescimento por meio de seus pesquisadores, sendo que em nosso território nacional existem vários polos técnicos e científicos, além da melhor universidade da América Latina, a USP. Todo esse avanço científico alinhado a tecnologias disruptivas faz com que a maioria das deep techs do país sejam focadas em healthtech e agtech, saúde e o agronegócio, respectivamente. Desse modo, podemos observar como esses negócios acompanham as necessidades do mercado brasileiro. Outras áreas em que as deep techs se especializam incluem inteligência artificial, biotecnologia, robótica e materiais avançados.
Por que elas são a “nova onda”?
Segundo o Relatório Inédito das Deep Techs Brasil 2024, elaborado pela Emerge, existem cerca de 875 startups do ramo no Brasil, sendo que 55% delas se concentram em São Paulo, capital. Elas não seguem o mercado de um modo “cego”, mas, sim, partem de um roteiro apontado pela Nova Indústria Brasil (política do governo federal) para conectar a pesquisa acadêmica ao empreendedorismo. Porém, cerca de 70% dessas empresas estão ainda na fase de superar o desenvolvimento da tecnologia. Conforme recente relatório divulgado pela Mckinsey, investidores veem nesse segmento um potencial retorno, afirmando que as deep techs emergiram como uma área promissora. Nesse sentido, essas startups podem responder a desafios globais, desde mudanças climáticas, saúde e até energia limpa.
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Desafios e Oportunidades
As deep techs se colocam como apostas para solucionar grandes desafios globais, proporcionando não somente o desenvolvimento econômico, mas também o social. Contudo, esbarram em diversos desafios, desde a dependência de incentivos governamentais, relacionados às pesquisas acadêmicas, até a necessidade de um capital intensivo, principalmente para enfrentar possíveis riscos e entraves no processo. Além disso, existe a questão da concorrência acirrada com as grandes indústrias, que já são mais conhecidas para o mercado e tradicionais. As deep techs também demoram mais ou menos cinco anos para iniciarem o seu desenvolvimento, fator este que pode travar o processo delas no ecossistema empreendedor, em especial porque existem organizações que estão no mercado há mais de uma década e ainda não conseguiram avançar no escalonamento da tecnologia. Ou seja, ao contrário do que normalmente pensamos sobre startups, as deep techs tem um ritmo próprio, que pode ser considerado lento.
Embora o caminho seja mais longo e o andar, as deep techs tem previsões positivas para os próximos anos. De acordo com o relatório da Emerge, 72% das empresas preveem faturamento em 2024, sendo que 55% delas faturaram em 2023. Essas startups podem, ainda, gerar uma grande oportunidade de investimento para fundos de Venture Capital e Corporate Venture Capital, devido à melhor eficiência de capital e do fato de que elas não demandam ajustes e expectativas de prazo, indicadores e retornos para os fundos. A necessidade urgente de implementar uma economia verde pode ter uma resposta na exploração mais intensiva das deep techs.
Casos de Sucesso
Você já fez aquele teste para mapear a sua genética e descobrir de que parte do mundo vem as suas origens? Sabia que ele é desenvolvido por uma startup deep tech? Pois é, a Genera se tornou amplamente conhecida, sendo considerada o maior laboratório de genética pessoal da América Latina. A empresa surgiu para revolucionar o setor da saúde, que enfrenta grandes desafios, principalmente devido ao aumento da demanda nos hospitais, já que, como vocês podem perceber, nossa população está ficando cada vez mais velha.
Conclusão e Convite à Reflexão
As deep techs podem ter um papel muito estratégico para o futuro, mas dependem que o mercado esteja aberto a abraçá-las e apoiar a causa. Como você vê o papel das deep techs no Brasil? Conhece alguma iniciativa inovadora nessa área? Se este tema te inspira, compartilhe este artigo e marque quem deveria participar dessa conversa!