Desenvolvimento Cognitivo Infantil - Parte 2

Bom dia querida comunidade escolar, espero e desejo que todos estejam bem!

Na última semana estudamos duas teorias do desenvolvimento cognitivo e hoje vamos ver outras três:

Abordagem do processamento de informação

Maiores expoentes: Herbert Simon, Daniel Kahneman 

Nessa abordagem o desenvolvimento cognitivo é comparado ao funcionamento de um computador. A inteligência é um processo de busca de estratégias para a resolução de problemas.

A mente seria um sistema lógico complexo, que apreende uma informação para convertê-la em uma representação mental e conservá-la na memória. O significado seria atribuído por meio da comparação com informações previamente adquiridas.

Daniel Kahneman em seu livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar” propõem que há dois sistemas de processamento cerebral, o sistema 1, que é rápido, paralelo, automático, inconsciente e dirigido por emoções e associações, e o sistema 2, que é lento, sequencial, deliberativo, baseado em regras e que utiliza cálculos conscientes para chegar a decisões. 

E segundo o autor, o aprendizado se dá a partir da relação entre eles, por exemplo: o sistema 2 tem a capacidade de mudar o que o sistema 1 automaticamente nos diz.

 Ele funciona como uma espécie de filtro das impressões geradas pelo primeiro sistema, corrigindo impressões falsas. Mas como é lento, sua capacidade de filtrar é muito pequena comparada com as milhares de impressões que o Sistema 1 gera ao longo de um dia.

Alguns exemplos do que o Sistema 1, o automático, faz: 

Detecta que um objeto está mais perto que outro;

Procura de onde veio um som estridente que você acabou de ouvir;

Completa a frase “arroz e…”;

Detecta hostilidade em uma voz;

Responde a “2+2=…?”;

 Já o Sistema 2, o lento racional, faz: 

Mantem-se caminhando em um passo mais rápido que o seu natural; 

Monitora seu comportamento em um ambiente social para não cometer nenhuma gafe; 

Estaciona em uma vaga apertada;

Preenche seu imposto de renda; 

 Abordagem contextual

Nessa abordagem as interações com o ambiente social são as grandes responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo. Dessa forma, ela se diferencia das demais por colocar em segundo plano a constituição individual e interna da criança, e a reconhece como parte indissolúvel do ambiente em que se encontra.

A Teoria sociocultural de Lev Vygotsky, embora seja mais ampla e profunda, também serviu de base para a construção da abordagem contextual.  

A teoria bioecológica de Urie Bronfenbrenner classifica cinco níveis de influência ambiental ao indivíduo:

Microssistema, Mesossistema, Exossistema, Macrossistema e Cronossistema.

Segundo essa teoria, o indivíduo não é simplesmente o resultado do desenvolvimento, mas alguém que molda o desenvolvimento a partir de suas características biológicas, psicológicas, seus talentos, deficiências e temperamento.

Essa perspectiva também adverte que descobertas do desenvolvimento de determinadas culturas ou grupos dentro de uma civilização talvez não se apliquem igualmente a pessoas de outras sociedades, grupos ou culturas.

Abordagem biológica-maturacional

O desenvolvimento cognitivo se dá por meio da dotação genética e do amadurecimento do cérebro.

Uma abordagem à consciência que se configura inovadora dentro desta área e merece uma referência nesse momento é a neurociência cognitiva, e um dos seus maiores expoentes é o médico português Antonio Damasio.

A neurociência cognitiva tem contribuído no sentido de associar, de maneira mais concreta, determinados comportamentos a marcadores específicos de estrutura ou atividade cerebral. As descobertas nesse campo têm contribuído para a identificação da arquitetura neural que sustenta a consciência, revelando a existência de uma relação entre alguns aspectos dos processos da consciência e as operações de regiões e sistemas cerebrais específicos.

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Uma ótima semana