Do imprevisto catastrófico ao improviso de mestre: aprenda a improvisar

Se teve uma coisa que a maioria de nós fez em 2020, foi improvisar.

Primeiramente, quero te dar as boas-vindas ao primeiro artigo da minha newsletter “Respire Ideias. Inxpire Pessoas”. Para você que assinou, saiba que acabamos de nos casar. 😂

É esse o nível de compromisso que estou dando para a newsletter.

A partir desse primeiro artigo, eu me comprometo a te entregar, quinzenalmente, um novo conteúdo que reúne as ideias que eu respiro para inspirar você, dentro do escopo de comunicação, oratória e podcasts.

Seguindo com a nossa analogia matrimonial rs...

Eu, Nelio Xavier, prometo...

• Te contar O QUE me inspira no mundo da comunicação: tendências, temas em alta, novidades, notícias relevantes;
• Tornar simples para você COMO eu te inspiro: com recursos de comunicação verbal e não verbal, técnicas de oratória aplicáveis a sua realidade profissional, e dicas para encurtar o seu caminho na produção do seu podcast;
• E finalmente, para te mostrar que estamos num relacionamento aberto, vou trazer a cada novo artigo QUEM me inspira: uma pessoa que me estimula a crescer, que me apresenta um novo jeito de enxergar as coisas, ou que simplesmente desperta o meu interesse por conseguir me inspirar.

Dito isso, caro cônjuge, ops... leitor (a), você aceita a newsletter “Respire Ideias. Inxpire Pessoas” em casamento?

Imaginando o seu SIM, bem otimista aqui desse lado da tela, vamos começar!

A situação abaixo é comum para você?

Se imagine conduzindo uma reunião com mais de 10 pessoas online no zoom, quando de repente... você vê a tela de todos completamente travada, olha para o seu sinal wi-fi no cantinho da sua tela e esboça aquela cara de frustração típica 😒 porque a sua internet acaba de cair.

Eu aposto que se você procurar a palavra imprevisto no Google, esse é o significado para 2020.

Você se preparou, estudou o roteiro, elaborou uma apresentação bem encaixada e dinâmica, e a internet cai, a partir daí tudo começa a desandar. Tudo o que Nelio?

Se você era o host da reunião, então todos caíram certo? Todo mundo precisa acessar novamente, e reiniciar a sequência de: “Está me ouvindo bem? Estão me vendo? Você tá no mute”. Até você recuperar a sua linha de raciocínio, alguns minutos se passaram e, a atenção das pessoas que já é volúvel no modo remoto, fica ainda mais escassa e difícil de ser recuperada.

Isso para não falar de outros imprevistos bem comuns em apresentações remotas: problemas técnicos, falta de controle do tempo de fala, e obviamente, pessoas que têm a tendência a “falar demais”, criando um clima de inconveniência por tomar conta da conversa sem deixar espaço para os demais, por exemplo.

Sabe o que me inspira nessas horas?

1. Bom humor
2. Domínio da ferramenta
3. Entreter ao invés de interromper

Quando presencio imprevistos numa apresentação, na posição de plateia, fico admirado quando a pessoa consegue contornar a situação usando os recursos citados acima.

Já penso logo “essa aí já passou por um treinamento de oratória”. 😌

Interessante que, recentemente, descobri gravando um episódio do Insider a vastidão de possibilidades de uso dos Home Speakers, como o Echo Dot da Amazon. Um alto falante caseiro que traz a inteligência artificial da Amazon, a Alexa, para nos ajudar com mil e uma utilidades.

Por que estou citando isso? Porque também descobri que uma dessas mil utilidades pode ser: interagir e improvisar em apresentações remotas.

Numa live que assisti há pouco tempo no canal Realidade Americana, vi o apresentador interagindo com a Alexa durante a transmissão. Era perceptível o domínio que ele tinha da ferramenta nas interações com a audiência. Aí está uma nova forma de improvisar e lidar com imprevistos em apresentações, usando intervenções de inteligência artificial por meio de home speakers.

Como inspirar na hora de improvisar?

Sabe, eu gosto de imprevistos.

Pode parecer estranho falar isso, mas confesso que com o tempo, aprendi que eles estarão sempre ali, as vezes adormecidos, ainda assim podendo acordar a qualquer momento. Estar preparado para eles me desafia a contornar a situação, a retomar a linha de raciocínio e a manter a atenção das pessoas quando acontece. É um dos meus maiores pontos de aprendizado no palco atualmente.

A segurança para falar isso vem dos recursos que eu tenho para usar quando preciso improvisar.

Quais recursos? Vamos a eles.

• Os três passos essenciais para um bom improviso: ter um assunto de apoio para ganhar tempo (uma notícia atual ou um fato recente por exemplo), em seguida fazer uma ligação na minha fala com um elemento coesivo (“por esse motivo” pode ser um exemplo), e enfim chegar ao meu tema central, o escopo principal da minha fala, com convicção e segurança.
• Uso adequado do bom humor: um dos maiores riscos que um apresentador pode correr na hora de improvisar é “perder a mão” no uso do bom humor e parecer ansioso ou desleixado com a situação. Por isso, prefira usar nessas horas comentários leves que tenham como alvo você ou a sua performance, e não características alheias do público ou do ambiente.
• Interações sequenciadas: o caso de uso dos home speakers acima é um bom exemplo desse recurso, que consiste na programação prévia de interações durante a sua fala, com perguntas fechadas ou abertas. No nosso exemplo anterior a interação acontece com o assistente de voz. Prepare com antecedência ações automáticas que se encaixam em situações de imprevistos, como por exemplo: “Alexa, meu microfone parou, me ajuda”, em seguida a assistente responde o comando falando alguma coisa que preenche esse tempo de improviso na hora do imprevisto.

Isso me lembra uma interação que eu fiz com a Alexa na minha palestra no CONACOR 2020 (Congresso Nacional de Comunicação e Oratória), foi muito divertido.

Quem me inspira improvisando?

Tiago Leifert.

Ele é meu "top of mind" quando penso nesse tema, não só pela capacidade de entreter quando, por exemplo, interrompe o Carlinhos Brown no The Voice. 😅

Mas principalmente pelo lado humano que ele evidencia na condução de algumas situações inesperadas.

Na apresentação do Big Brother Brasil, por exemplo, a sua capacidade de improvisar é posta à prova constantemente ao vivo. Seja mudando o rumo do programa por causa de orientações da direção, ou com demonstrações de afeto aos participantes, deixando muitas vezes a emoção tomar conta e ainda assim usando o bom humor.

Ou ainda interagindo com o público de casa, enquanto tudo isso acontece, para tornar a situação, que poderia ser catastrófica, agradável pra todos.

Chegamos ao fim do nosso primeiro encontro.

Segredo nosso: a letra X na palavra Inxpire é proposital, qualquer dia eu explico por aqui o motivo.

Não sei você, mas eu não gosto de despedidas, então muito obrigado por ter ficado comigo até o final, e se gostou do artigo, comenta aqui embaixo, ou pelo menos deixe sua reação né. Afinal de contas um casamento precisa de diálogo certo? 😄